Esta semana o economista chefe da FIESP reclamou que a taxa de câmbio melhorou mas que a pressão sobre os salários continua, que o custo da energia será reajustada, além é claro das velhas mazelas relacionadas com a infra-etrutura, a invasão dos produtos chineses e do manicômio tributário.
Geralmente estes diagnósticos vêm acompanhado de um aceno do governo para iniciar negociações para algum subsídio a ser desenhado.
E assim segue o baile. Na semana seguinte é o economista-chefe da Anfavea, na outra o da Febraban, depois o do fundo de pensão dos Correios, etc,…
Tal arranjo é traduzido em pressões organizadas sobre o governo para obter algum tipo de vantagem. O governo, dependendo do momento até pode resistir ocasionalmente, mas no longo prazo vai cedendo, e pouco a pouco nasce e procria-se a pátria de compadres (ou "crony capitalism").
A pressão autentica é aquela que vem das urnas. (Recente estudo mostra, por exemplo, que a introdução da urna eletrônica concedeu representatividade inédita aos pobres e analfabetos que resultaram em políticas assistenciais eficazes para atendê-los). Grupos com capacidade de organização e vocalização de reivindicações (seja por via qualificada através de uma equipe econômica, ou por via desqualificada e violenta como o caso das invasões de terra pelo MST) conseguem impor suas demandas acima das necessidades do restante da sociedade - naturalmente dispersas.
Ao fim, como, especialmente no Brasil, este expediente encontra garantia de sucesso, os agente econômicos, de forma racional, gastam mais recursos produzindo estudos ou ações que atinjam manchetes de jornais do que com pesquisa e desenvolvimento em novas tecnologias para aumentar a produção.
Tivesse o restante da sociedade um economista-chefe e um marketeiro, no estilo João Santana, para chamar de sua, talvez conseguíssemos equilibrar a peleja.
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