Pensar mais detidamente, usar exemplos de cenários alternativos mas com a mesma lógica a ser testada e ler outros pontos de vistas ajuda a clarear a mente e a enxergar o quão absurdas algumas questões, muitas vezes desapercebidas, passam pelo nosso julgamento e são aceitas por nós como normais.
Irei propor 3 experimentos mentais para ao final apresentar argumentos que à luz dos exemplos expostos se tornarão, assim espero, mais lúcidos e merecedores de mais indignada atenção:
(I) Imagine que amanhã você acordasse com a seguinte lei estampada nos jornais: "Governo passará a regulamentar o tipo e quantidade de comida a que cada família terá acesso, assim como as opções de esposas que cada homem poderá escolher para casar."
(II) No caminho para o trabalho você avista 2 crianças pedindo esmola no sinal. Você resolve, ao chegar ao trabalho, sacar a arma do segurança e, apontada para a cabeça do seu chefe, exigir dele 10.000 reais. Com este dinheiro em mãos você volta no sinaleiro, leva as crianças no médico, compra-lhes remédios, roupas, comida e deixa-as em um orfanato com uma conta poupança aberta em nome delas e um depósito com o que sobrou.
(III) Seu filho está no último ano da faculdade e resolve aceitar um trabalho numa empresa por uma baixa remuneração em troca de experiência. Você, sua esposa e os professores dele concordam com a decisão, mas… O governo emite uma lei dizendo que a empresa não pode mais oferecer àquele serviço com o salário que já estava acertado, a vaga deixa de existir e seu filho vai pra fila dos desempregados.
Ora, exatamente isto é o que o governo democrático e as políticas de "welfare" estão fazendo dia após dia, homem após homem. Senão vejamos:
Se a situação de regulamentação no experimento (I) pareceu muito exagerada, você certamente poderá discordar do grau, mas não da forma.
Quando o governo diz que pra trabalhar no ramo de transporte particular de pessoas, o sujeito precisa pintar o carro de amarelo e exige uma licença xyz, ou que você não pode comprar lá de fora uma resina abc mais barata e de melhor qualidade da que é produzida aqui, qual a diferença ? Dito de outra forma, regulamentação é isto, "cerceamento da liberdade de escolha dos indivíduos", é "repressão da liberdade" ou, para ser ainda mais claro, "totalitarismo".
O exemplo (II) é a ilustração exata da típica justificativa que o governo oferece para cobrar cada vez mais impostos. Na década de 70 você trabalhava 2 meses, na de 90, 3 meses, hoje já são 5 meses só para pagar tributo, e a razão apresentada é sempre a mesma: Justiça social, qual a diferença ? Apenas usei na minha história uma pessoa e uma arma ao invés do governo e o DARF, mas é exatamente a mesma coisa. Por que então na primeira chamamos de crime e a outra de política fiscal de redistribuição de renda?Jogo de palavras.
Caso você não tenha notado, o exemplo (III) é a dramatização do que de fato chamamos de salário mínimo. Ora, o governo proibe você de trabalhar e o seu patrão de lhe empregar, voluntária e conscientemente por uma valor acordado entre vocês que seja menor do que R$ 1.650,00 mensais (SM + encargos). Com isso ele está simplesmente impondo a vontade dele, Estado, sobre a sua, lhe dizendo, "é melhor você ficar em casa, do que ir trabalhar, seja para adquirir experiência, ou seja para complementar a sua renda com um 2º emprego ou seja lá por qual outro motivo particular que você tenha".
O fato é que usando do discurso pomposo e retórico, do gradualismo (bit by bit) e dos 3 malditos "I" s (ignorância, inércia e ideology), estamos assistindo a castração da nossa preciosa liberdade.
Tudo o mais é marketing estatal.
Tudo o mais é marketing estatal.
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