quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

UMA NOTA SOBRE A VENDA DO WATSAPP PARA O FACEBOOK

O Facebook adquiriu o Watsapp por U$19 bilhões de dólares na última semana. Pipocaram críticas entre leigos, mídia e especialistas de que o valor estava muito acima do que realmente a empresa valia.

Não vou entrar nos detalhes do negócio em si aqui, apenas chamarei atenção para a questão que mais parece ter intrigado o publico em geral: o PREÇO.

Desde Adam Smith a questão do valor em economia esta longe de ser uma matéria de simples mensuração.

Teorias das mais variadas foram lançadas. Marx por exemplo achava que o valor das coisas encontrava-se na quantidade de trabalho colocado nela. Neste caso a dificuldade está em diferenciar os diversos tipos de trabalho. Além disso não se pode esquecer que o capitalista foi quem em primeiro lugar vislumbrou o empreemdimento, alocou recursos, criou empregos, portanto não é razoável atribuir todo crédito à classe proletária.

A revolução marginalista foi quem chegou mais próximo de explicar onde se econtra o valor. Sua base está na questão de quanto uma unidade adicional de um determinado bem gera de utilidade para o agente que o adquire. Ora se você comprou 1 celular por R$1.000,00, um eventual segundo aparelho (de configurações similares) não lhe trará o mesmo grau de satisfação (utilidade). Possivelmente para um vendedor lhe convencer a levá-lo terá que praticar algum desconto. A teoria então diz que na medida que mais unidades forem consumidas menor será sua utilidade e portanto, seu valor será decrescente.

O preço porém não guarda uma relação direta e estável com o valor. Quando a demanda encontra a oferta, num mercado livre, o preço é dado pela interseção entre os dois.

No mercado de fusões e aquisições corporativas, cada empresa é um produto único em todas as suas dimensões. Por exemplo: Vamos imaginar que Google e o Yahoo tenham o mesmo faturamento e as mesmas margens. Ainda que estejam na mesma área de atividade, tenho certeza que os valores seriam diferentes por uma série de outras razões, algumas de caráter bem subjetivos e variável dependendo de quem esteja se propondo a compra.

O Watsapp é uma empresa com 55 funcionários, dos quais 32 são engenheiros com um perfil e potencial profissional que não se encontra em qualquer esquina. A base de clientes dela, diga-se de passagem é maior do que a do facebook e pesquisas nos EUA apontavam que entre os jovens a preferência para o aplicativo de celulares já era maior do que o do Facebook.

Os motivos que levaram Mark Zuckerberg a fechar o negócio e a estratégia para otimizar o ativo não são divulgados. A maior parte do valor (U$ 15 bilhões) foram adquiridos por troca de ações.  As bolsas precificaram o negócio positivo, haja vista o aumento nos papeis do Facebook desde a concretização da compra.

Finalizando: Preço não é uma questão de moral, não é sequer uma questão puramente objetiva. Ele apenas é o sinal que - numa economia livre, sem coações - vendedor e comprador após fecharem negócio vão para casa mais felizes do que antes.

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