quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

HOMENS DE NEGÓCIO E O ESPÍRITO ANIMAL

Rockefeller, Ford, Morgan, Carnegie, Rothschild, Vanderbilt, Jobs não são exatamente reconhecidos como seres humanos dos mais dóceis.

Suas imensas fortunas, erigidas muitas vezes do nada, foram construídas sobre toda e qualquer fresta de oportunidades que lhes apareciam no caminho, fossem estas deixadas "dando sopa" pelo governo, por sócios, por sindicatos ou, principalmente, por concorrentes.

Rockefeller supria 90% de toda demanda de gasolina e óleo dos EUA. Quando intimidado por Vanderbilt e Scott a pagar maiores preços pelo uso de suas ferrovias, Rockefeller construiu um oleoduto de mais de 6.400 km que ligava a Ohio a Pensilvania, encerrando a dependência por trens para escoar seu petróleo.
Uma das características destes titãs era o senso frio da realidade, ou seja, se não produzissem mais barato e em maior quantidade do que os outros seus negócios iriam à bancarrota. A falência era uma ameaça real e constante. Este sentimento os levavam a investir em inovações, obter o máximo de fatia de mercado que conseguissem e ter um exército de trabalhadores motivado para a função. (Ford declarava que seus próprios funcionários deveriam ter condições de comprar os veículos que fabricavam, implantou aumentos sucessivos de salário do "chão de fábrica" superando em muito a remuneração média do trabalhador da época)

Hoje, os homens de negócios, encontram guarida mais e mais vezes nos subsídios, privilégios e socorro dos governos e seus bancos centrais. A política do "too big to fail" praticamente instituiu a socialização de prejuízos. Os mecanismos para se evitar uma falência se multiplicaram e o homem de negócio perdeu o seu medo de quebrar, afinal um bailout do governo está sempre a mão. A GM foi praticamente estatizada, o Bear Stearns, a AIG , a American Express e centenas de outras (veja aqui uma amostra) foram salvas de irem pro cemitério da "destruição criativa".

Entre quantitive easyng pra lá, TARP's pra cá, já foram gastos mais de U$ 50 trilhões de dólares desde 2008 no socorro de homens que sabiam (ou deveriam saber) que o risco de quebrar fazia desde o inicio fazia parte do jogo. Será que ainda faz?  Estão matando o espírito animal. 

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