terça-feira, 30 de julho de 2013

O PAÍS DA CHORADEIRA

O presidente Getúlio Vargas era chamado de "pai do pobres"; já Lula é adorado por ser um presidente que mais entende e fala a língua do povo.

Faz parte da cultura brasileira desde o período colonial, passando pela monarquia, pela república velha, pelo estado novo e ditadura ver no Estado um ente interventor, onipresente, fonte de soluções e também bode expiatório de todas as culpas e erros particulares.

Nietzsche já apontava a conveniência de ter outros para expiar problemas que são na verdade nossos. Além de alívio para a consciência também nos exime de trabalhar para encontrar saídas. Se estou ganhando pouco porque o Estado não valoriza minha profissão o que mais posso fazer a não ser me resignar e aceitar meu destino ?

No Brasil este modelo de pensamento - que também é fruto de uma cultura católico-cristã - deposita no Estado grande responsabilidade. A todo momento grupos de interesse vão até o grande Leviatã para pedir providências.

Tal multiplicidade de demandas provoca o inchaço do Estado e uma série de políticas pontuais com vistas a agradar toda sorte de grupos com poder organizacional e capacidade de grito.

Pega-se a categoria dos professores por exemplo. A choradeira é contumaz. Reclamam que ganham pouco, são desvalorizados pela sociedade (seja lá o quê isso significa), trabalham sob condições difíceis e tem que lidar com a insegurança e ameaça de alunos marginais. Os dados empíricos simplesmente não sustentam a choradeira (clique aqui). Em suma, professores possuem uma carga horária flexível, férias mais amplas, ganham mais do que outras profissões com mesmo grau de exigibilidade e gozam de um ambiente de trabalho seguro.

A liberdade de associação é salutar e um traço importante que fortalece a democracia, entretanto as soluções devem ser procuradas no seio das próprias organizações, entre particulares. Quanto menor a choradeira melhor a capacidade de diagnóstico, quanto menor a dependência do Estado, menos ingerência ele terá em nossas vidas e menos justificativas ele terá para inflar, mais eficiente e ágil serão as soluções e mais desenvolvido será o país.


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