domingo, 21 de julho de 2013

ALÔ BNDES, O DINHEIRO É NOSSO !!!

A Revista ISTO É Dinheiro traz uma matéria muito boa sobre o BNDES (clique aqui). Aliás é o que mais vem pululando na mídia ultimamente. Parece até que existe uma competição entre Petrobrás e BNDES de qual estatal desperta mais indignação e desrespeito com o dinheiro público. Lendo a reportagem eu cheguei a conclusão que a primeira coisa que o Banco Estatal deveria fazer é mudar de nome de Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para Brincadeira Nacional com Dinheiro Espoliado da Sociedade. Senão vejamos:
  • Empréstimo de cerca de R$400 milhões para a construção do estádio do Corinthias;
  • Liberação de linha de crédito superior a R$10 bilhões ao grupo EBX do agora quase falido Eike Batista (como garantia deste empréstimo o banco aceitou ações da OGX)
  • Financiamento de projetos em Cuba, Venezuela e Argentina;
  • Baixa contábil de R$657 milhões fruto da quebra da LBR, donas da Parmalat  e Bom gosto que se encontram em processo de recuperação judicial;
  • Empréstimo de R$2,5 bilhões a Eletrobrás para pagamento de dividendos (detalhe que os acionistas da Eletrobrás é o próprio BNDES e a União);
  • Inundação do mercado de crédito, inflando a demanda doméstica e lançando mão de políticas de análise de risco duvidosa. De março de 2012 a fevereiro de 2013 por exemplo, juntamente com a Caixa, foi responsável por 75% do aumento do estoque de crédito no país;
  • Teve a nota de crédito reduzida pelas agências de classificação de risco sob a acusação de uso político de sua administração;
  • Em dois anos o Banco perdeu 38% de seu valor de patrimônio. (clique aqui)
  • De 2004 pra cá, cerca de 79% dos investimentos efetuados pelo braço de participações do banco, BNEDSPar, tiveram desempenho abaixo do Ibovespa (clique aqui)
  • Adotou na gestão do atual presidente Luciano Coutinho uma política de eleger "campeões nacionais" para fazer grandes inversões de dinheiro com objetivo de gerar corporações brasileiras com capacidade de competir nos mercados globais; Marfrig, JBS, Oi e a tentativa frustrada, juntamente com Abilio Diniz, de fusão do Pão de Açucar com o Carrefour (clique aqui) são alguns exemplos desta megalomania;
  • Executa operações circulares juntamente com o Tesouro e outras estatais com vistas à maquiar os números de superávit primário (veja esquema resumido abaixo, retirado da reportagem da Isto é)
  • O Governo sem dinheiro para investir, resolveu o problema através de uma manobra escabrosa. Emite dívida através do Tesouro e transfere os recursos via títulos públicos diretamente para o ativo do BNDES. Por este circuito já transitou R$370 bilhões (ISSO É MUUUUUITO DINHEIRO, sugado de nós, os tolos contribuintes) desde 2007. (clique aqui)
A lista é longa mais acho que os pontos que expus até aqui já dá para ter uma boa noção das estripulias do Banco do Governo. Nunca é demais lembrar que o dinheiro do banco vem do FAT (fundo de amparo aos trabalhadores), do Tesouro que, conforme já mencionado o faz de forma criativa, e dos retornos dos investimentos feitos, seja repagamentos, seja dividendos.

Ainda vale lembrar que todas às vezes que sai dinheiro do Tesouro para o BNDES aumenta-se a dívida pública, pois os títulos emitidos pelo primeiro pagam selic (8,5%) e o banco empresta cobrando TJLP (5%) ou até menos no caso dos projetos do PSI (3%). (clique aqui para maiores detalhes)

A coisa anda tão feia que até a nossa passiva e preguiçosa oposição resolveu agir, está recolhendo assinaturas para realizar uma CPI do BNDES.

Diante disto tudo é que proponho desde já a mudança do nome - Brincadeira Nacional com Dinheiro Espoliado da Sociedade - faz mais jus ao modus operandi atual desta estatal.


72.jpg

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Marcadores

Economia (23) Brasil (20) Estado (20) desenvolvimento (14) Dilma (13) democracia (13) inflação (12) política (11) PIB (10) governo (10) investimentos (10) sugestão de leituras (9) BNDES (8) corrupção (8) crescimento (8) história econômica (8) moral (8) Capitalismo (7) Mantega (7) Petrobrás (7) liberdade (7) EUA (6) dívida (6) educação (6) gasto público (6) intervencionismo (6) rent-seeking (6) carga tributária (5) lei (5) produtividade (5) protecionismo (5) Adam Smith (4) Impeachment (4) Marx (4) Mercado (4) cidades (4) ciência (4) egoísta (4) eleições (4) impostos (4) liberalismo (4) projeção (4) socialismo (4) Caixa Econômica (3) China (3) Friedman (3) Lula (3) Manifestações (3) The Economist (3) capitalismo de compadrio (3) constituição (3) crise financeira (3) economia comportamental (3) filosofia (3) impunidade (3) instituições (3) mensalão (3) superávit primário (3) violência (3) Banco Central (2) Bancos (2) David Friedman (2) Eike Batsita (2) Estatal (2) Fernando Henrique (2) PT (2) Roberto Campos (2) américa latina (2) analfabeto (2) balança comercial (2) compadrio (2) comportamento (2) comércio (2) confiança (2) confisco (2) conjuntura (2) consumo (2) desenvolvimentismo (2) desregulamentação (2) economistas (2) filosofia moral (2) finanças (2) frases (2) gastos (2) imposto (2) juros (2) justiça (2) marcas (2) pessimismo (2) previdência social (2) preço (2) privatização (2) reformas (2) representatividade (2) serviço publico (2) welfare state (2) Ambev (1) André Lara Resende (1) Apple (1) BETO RICHA (1) Banco Mundial (1) Bastiat (1) Big Mac (1) Bill Gates (1) Cato Institute (1) Chaves (1) Cisne Negro (1) Coréia (1) Deirdre McCloskey (1) DÉBT (1) Energia (1) Estado do bem estar social (1) Europa (1) FED (1) FHC (1) FMI (1) Facebook (1) Forbes (1) França (1) G20 (1) Gasto (1) H.L Mencken (1) Hume (1) ICMS (1) IPCA (1) Ilusão (1) Joaquim Levy (1) Jornal Nacional (1) Keyenes (1) Keynes (1) Krugman (1) LRF (1) Leviatã (1) Lutero (1) MST (1) Malthus (1) Mansueto Almeida (1) Mercosul (1) Michael Huemer (1) Ministério (1) Miriam Leitão (1) México (1) Nature (1) Nelson Rodrigues (1) Oposição (1) PARANÁ (1) Pesca (1) Reeleição (1) Ricardo (1) Risco Brasil (1) Ronald Coase (1) SAE (1) Santa Maria (1) Schumpeter (1) Seguro Desemprego (1) Selic (1) Simonsen (1) Stanley Fischer (1) The Machinery of Freedom (1) Toqueville (1) Veja (1) Von Mises (1) Walter Williams (1) Watsapp (1) alienação (1) analfabetismo (1) apocalipse (1) assistencialismo (1) autoengano (1) bailout (1) bolsa família (1) causalidade (1) censura (1) cinema (1) comunismo (1) conformismo (1) consumismo (1) contas públicas (1) controle (1) correlação (1) costumes (1) cotas raciais (1) crime (1) crise (1) critérios de medição (1) crédito (1) cultura (1) custo brasil (1) desemprego (1) desperdício (1) dever moral (1) discriminação (1) discriminação pelo preço (1) discurso (1) débito (1) econometria (1) educação pública (1) eonomia (1) espirito animal (1) felicidade (1) filantropia (1) fiscal (1) fisiologismo (1) funcionário público (1) ganância (1) governo; Iron law (1) greve (1) gráficos (1) guerra dos portos (1) icc (1) idiota (1) ignorância (1) igualdade (1) imobilidade (1) imprensa livre (1) incentivos (1) indivíduo (1) ineficiência (1) inovação (1) instituição (1) intuição. (1) livre comércio (1) livre mercado (1) macroeconomia (1) matemática (1) miséria (1) moeda (1) monopólio (1) monopólio estatal (1) mão-de-obra (1) negócios (1) neurociência (1) nobel (1) obras públicas (1) orçamento (1) padrão ouro (1) planos de saúde (1) poder (1) poder de compra (1) político (1) povo (1) preços (1) prisão (1) professor (1) recompensa do fracasso (1) renda (1) representação (1) retórica (1) saúde (1) segurança (1) shared spaces (1) shopping centers (1) sociedade (1) sociologia (1) subsídio (1) totalitarismo (1) trabalho escravo (1) tragédia (1) transporte público (1) troca (1) trânsito (1) urna eletrônica (1) utilidade (1) utopia (1) viéses (1) voto (1) vídeos (1) xisto (1) óbvio (1)

Postagens populares