A grande pirâmide de Gizé, no Egito, considerada uma obra de engenharia soberba e a única das sete maravilhas originais que ainda sobrevive, foi erguida por volta de 2.550 a.c. e levou cerca de 20 anos para ser construída. Aproximadamente 100.000 homens trabalharam em sua construção. Compostas por 3 milhões de blocos de pedra, cada um pesando 2,5 toneladas a pirâmide era considerada a obra mais alta do mundo até a inauguração da Torre Eiffel em 1889. Podemos apenas tentar imaginar o imenso esforço desprendido por aqueles trabalhadores em condições terríveis de labuta onde a força bruta era o maior dos recursos.
O Burj Khalifa Bin Zayid, ou se você preferir em árabe, برج خليفة , é atualmente o arranha-céu mais alto do mundo. Construído em Dubai, possui 828m de altura (Gizé tinha originalmente 147m) e levou 5 anos e 4 meses para ser erguida. Foram cerca de 12 mil trabalhadores envolvidos no projeto. A torre possui 160 andares e tem duas vezes o tamanho do Empire State de Nova York. Seu exterior é coberto com cerca de 28 mil painéis de vidro. "Fomos atingidos por raios duas vezes, houve um grande terremoto no ano passado originado no Irã, e tivemos todos os tipos de vento atingindo o prédio durante a construção. Os resultados foram bons e eu cumprimento os arquitetos e profissionais que ajudaram a construí-lo." Disse Mohamed Ali Alabbar, diretor da Emaar, empresa responsável pela construção. A título de curiosidade observe na figura abaixo a diferença em altura, numa escala apropriada, entre as principais construções do mundo.
O que explica tamanha diferença entre os recursos empregados (100 mil contra 12 mil trabalhadores) e o tempo de construção (20 contra 5 anos e 4 meses) nestas duas obras ? (Vamos desconsiderar o fato que na pirâmide não havia a preocupação de construir elevadores, estrutura de telefonia, internet e um sem número de ambientes internos para empresas.) Obviamente você pode citar milhões de explicações (guindastes, tratores de última geração, mão de obra qualificada e bem paga, condições seguras de trabalho, tecnologia de ponta, materiais de construção pré-moldados, instrumentos de precisão, etc,...). Mas em economia colocamos tudo isso em uma só palavra: PRODUTIVIDADE.
Produtividade é o que importa, em última instância, como fator de competitividade e riqueza entre as nações. É o quanto os fatores de produção, trabalho e capital, entregam de PIB por unidade empregada. E o Brasil vai muito mal das pernas nesse quesito.
Para ficar apenas em 2 exemplos antes de apresentar os números de produtividade especificamente do trabalhador brasileiro, podemos mencionar o processo de apuração de impostos e o da eficiência dos nossos portos.
Pesquisa do Banco Mundial com 183 países revela que o Brasil é disparado o que mais leva tempo para se apurar os impostos a pagar. São 108 dias no ano, ou 2.600 horas homem. O segundo colocado para se ter uma idéia é a Bolivia que demora 45 dias ou 1080 horas. (não existe páreo para nós, praticamente somos de outro planeta) O 10º da lista é Camarões que leva 27 dias ou 653 horas. Não vou nem mencionar os EUA ou China, para não deprimir muito.
Num estudo conduzido pelo Fórum Econômico Mundial, o Brasil atingiu a honrosa 130º posição entre 142 países avaliados no quesito qualidade portuária. Diversos ítens foram avaliados, tais como tempo médio de espera para atracação (você já dever ter visto reportagem das filas de caminhoões em Paranagua esperando semanas para embarcar soja), Desperdício de cargas, movimentação de conteineres, entre outros.
De acordo com a instituição americana de pesquisa The Conference Board o brasileiro ocupa a 15º colocação na América Latina entre 17 países da região (estamos a frente apenas de Bolivia e Equador). Em escala mundial ficamos em 75º de 122 países.
A explicação passa pela educação de má qualidade, excesso de burocracia, protecionismo, infra-estrutura caótica, baixo investimento, carga tributária escorchante, inchaço do setor de serviços e instituições frágeis ou ausentes. Além é claro do nosso velho e pesado Leviatã, super ativo e ineficiente na nossa economia.
Nas próximas publicações falaremos em detalhes destes problemas que emperram a produtividade do brasileiro, fazendo com que ele seja tão eficaz quanto aqueles trabalhadores egípcios que construíram a pirâmide em 2.550 anos a.c.
De acordo com a instituição americana de pesquisa The Conference Board o brasileiro ocupa a 15º colocação na América Latina entre 17 países da região (estamos a frente apenas de Bolivia e Equador). Em escala mundial ficamos em 75º de 122 países.
A explicação passa pela educação de má qualidade, excesso de burocracia, protecionismo, infra-estrutura caótica, baixo investimento, carga tributária escorchante, inchaço do setor de serviços e instituições frágeis ou ausentes. Além é claro do nosso velho e pesado Leviatã, super ativo e ineficiente na nossa economia.
Nas próximas publicações falaremos em detalhes destes problemas que emperram a produtividade do brasileiro, fazendo com que ele seja tão eficaz quanto aqueles trabalhadores egípcios que construíram a pirâmide em 2.550 anos a.c.
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