A maior e mais prestigiada revista de economia do mundo - The Economist - fundada em 1843, lida por investidores, empresários e autoridades por todos os quatro cantos do planeta sugeriu a nossa dileta presidenta que trocasse o time que rege a economia em terra verde e amarela.
A sugestão veio logicamente com base em argumentação arguta, ácida e de certa forma cínica que já faz parte do DNA do periódico semanal inglês. As constantes opiniões super-otimistas do ministro e sua equipe, o ar arrogante e as reações pouco educadas às críticas recebidas, o excesso de políticas heterodoxas na condução da economia são algumas das falhas apontadas na reportagem que justificariam a demissão do comandante da pasta da fazenda, ministro Guido Mantega.
Sem entrar em querelas de cunho xenófobo ou discurso nacionalista de defesa à soberania brasileira, até porque seria ridículo e estéril enveredar por tal seara, precisamos analisar objetivamente a performance do ministro que esta tendo sua permanência contestada à luz dos resultados entregue versus o que foi prometido, diante da percepção dos agentes econômicos e da imprensa especializada qual deve ser o destino do nosso prezado Mantega ?
Temos que analisar, como em qualquer empresa de qualquer tamanho e de qualquer ramo de atividade, para que ele foi contratado e se tinha poderes suficientes para entregar o resultado pretendido.
Ficou claro, desde o início, que para o governo petista o foco é o crescimento, o investimento e a retomada do crescimento da "sofrida" indústria nacional. Ainda que para isso a inflação, o câmbio (outrora flutuante) e as metas de gastos fiquem em segundo plano. Permanecendo na questão de aferição do desempenho do nosso caro ministro, também é amplamente divulgado o imenso prestígio de que goza o referido dono do mais alto cargo da economia no Brasil. Ele encampou poder e influencia, quase que irrestrito, nas pastas da Fazenda, no Banco Central e até no Planejamento. Até porque sabe-se que o mesmo possui visão ideológica similar a da nossa presidenta no que tange ao funcionamento da economia - Nada melhor você dizer aquilo que seu chefe quer ouvir.
Bom então vamos agora a frieza dos números. O Brasil deve fechar o ano com um crescimento ao redor de 1% versus 4,5% que o Ministro declarou no inicio do ano. Com relação ao investimento o planejado até novembro era gastar 90,4 bilhões de reais sendo que o efetivado foi de 39,7 bilhões (nem nota 5 atingiu neste quesito). Já a produção industrial recuou 2,9% nos primeiros 10 meses do ano.
Como se vê nosso avaliado não se saiu bem nas provas, com o agravante que países vizinhos aqui do Brasil irão crescer a taxas superiores a 4%, pra piorar, o nosso país terminará o ano ainda com uma inflação beirando os 6%, isto graças ao congelamento do preço da gasolina que ajudou a segurar o índice. Um outro ponto gravíssimo que conta contra é a inexistência de diálogo com o setor privado, ninguém do governo, muito menos Guido Mantega, goza de bom trânsito (tampouco fez questão disso até hoje) junto ao empresariado para passar confiança aos mesmos e despertar a credibilidade necessária para levá-los a investir, até porque o próprio governo não dá o seu exemplo neste particular.
Em artigo recente publicado no jornal paulista, Estadão, Mantega reconhece que o crescimento esta demorando mais que o esperado e desenvolve a tese de que a economia esta em processo de desintoxicação (no caso as drogas tóxicas seriam os juros altos que geravam retornos financeiros fartos e fáceis e o cambio artificialmente apreciado que facilitava a compra de maquinário e insumos a preços baixos). Como se vê precisou passar 360 dos 365 dias do ano para que o Ministro assumisse que os seus vaticínios estavam fora de rota em termos temporais. Para ele, no entanto, o remédio continua sendo o correto.
Em frase famosa, Albert Einstein, um dos cérebros mais brilhantes que já existiu deu sua definição para insanidade: "Não há nada que seja maior evidência de insanidade do que fazer a mesma coisa dia após dia e esperar resultados diferentes."
Entre manter o atual ministro e correr o risco de ver mais um ano (ou mesmo semestre) da mesma pasmaceira (antipatia e descrédito são coisas que demandam tempo para serem curadas) e colocar um outro que ao menos dialogue com os descrentes e pense ligeiramente diferente (afinal o governo esta impregnado com uma pletora de economistas desenvolvementistas. Na era Lula pelo menos tinha o Henrique Meireles) para gerar renovadas expectativas ao mercado, parece mais eficaz a segunda alternativa. Por isto a conclusão exposta no título desta postagem: Fora Mantega !!
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