A mais fria e pura verdade sobre o Capitalismo é que ele é um sistema gerador de perdedores. Isto obviamente é uma fonte de inconformismo e de interpelações morais e dogmáticas.
O novo substituindo o ultrapassado, tecnologias mais eficientes realocando ou desempregando grandes quantidades de mão-de-obra e empreendedores inovadores causando falências de ramos inteiros de atividade.
A este processo dinâmico de transformação o economista austríaco Joseph Schumpeter deu o nome de "destruição criativa". É ao mesmo tempo a característica que mais traz desenvolvimento e bem-estar a humanidade por um lado e a que mais recebe críticas por seu efeitos colaterais por outro lado.
O caixa de estacionamento que perde o emprego para a máquina automática, o estivador que perde o salário para a empilhadeira, o dono da empresa de autopeças que tem que fechar as portas por conta do concorrente chinês, o funcionário público que perde a estabilidade e pensão integral pela privatização da sua indústria, todos são perdedores que farão barulho e pressionarão seus representantes políticos para de alguma forma travar o processo.
Nos últimos 200 anos a ascensão do modelo de produção capitalista causou uma revolução nunca antes vista na história humana. Hoje grande parte do mundo ocidental (e cada vez mais em partes abrangentes da Asia) vive em condições materiais acima daquelas experimentadas por reis e imperadores da Idade média. Vive-se mais e melhor, trabalha-se menos, nenhum lugar do mundo esta fora do alcance dos nossos aviões ou dos nossos satélites de comunicação. Isto é fruto dos incentivos proporcionados pelas instituições caras ao modelo capitalista: propriedade privada, império da lei e livre comércio.
Mas o crescimento não ocorre de forma homogênea. Ele também não se preocupa com os deficientes físicos, iletrados, idosos e todos aqueles que são produtivamente incapazes. Este contingente lutará para, ainda que não façam parte da geração de riqueza, ter sua cota na divisão da torta. O paradoxal é que a História já nos ensinou que mesmo para estes desafortunados nenhum outro modelo proporcionou-lhes melhor bem-estar.
Talvez o maior desafio do capitalismo nos dias que correm é de propaganda. Àqueles que advogam pela sua implantação, intensificação e espraiamento estão falhando fragosamente em fazer com que o público entenda os seus benefícios. Engana-se os que pensam que o socialismo é carta fora do baralho desde a queda do muro de Berlim. Ele apenas deixou de ter uma nação como modelo (vamos desconsiderar Cuba e Coréia do Norte) para ter modelos dentro de nações.
Socialismo significa, entre outras coisas, criar órgãos políticos para fornecer bens e serviços que de outra forma seriam oferecidos de maneira privada no mercado. Previdência pública, saúde pública, educação pública, crédito subsidiado, empresas estatais, meia-entrada, bolsa família, benefício fiscal, cotas de importação, subsídios agrícolas, são todos exemplos descarados de socialismo.
Veja no mapa abaixo feito pela World Maps destacando em vermelho os países onde impera atualmente políticas socialistas e de azul àqueles que o livre mercado ainda sobrevive majoritariamente, para se ter uma idéia de como anda grave a situação daqueles que sonham um mundo livre.
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