Se temos trânsito engarrafado provocados por crédito farto, gasolina subsidiada e impostos reduzidos para montadoras, chama o Estado. Vamos pedir para que ele providencie transporte público de graça, alargue as estradas ou retome o programa de incentivo ao etanol.
Se temos inflação alta por leniência do Banco Central e impressão de dinheiro a torto e a direito, chama o Estado. Vamos pedir pra ele controlar preços, segurar o custo do crédito na ponta (via bancos públicos) ou tirar o tomate do índice de preços.
Se estamos com problemas nas contas externas por excesso de gastos e perda de confiança do investidor, chama o Estado. Vamos pedir pra ele maquiar as contas públicas para mostrar um superávit que não existe, discursar em foros internacionais contra o protecionismo via políticas de subsídios e aumentar o imposto do turista que compra com cartão de crédito e cartão pré-pago.
Se a indústria cresce pouco, chama o Estado. Ele concede crédito barato via BNDES para quem grita mais, impede produtos importados de entrarem no país e manipula o cambio.
Enfim, todo problema causado pelo Estado, a solução proposta envolve a ação intervencionista de mais Estado, num ciclo vicioso e sem freio.
Estamos em ano eleitoral e pelo andar da carruagem (câmbio, crise Argentina, pibinho atrás de pibinho, crescimento menor da China, interrupção dos QE's do FED, inflação) teremos um ambiente de crise ou muito próximo de uma daqui a alguns meses. E o quê se faz numa crise ? Reformas.
Entretanto quem disse que reformas são sempre para o bem ? A Venezuela de reforma em reforma transformou o país numa Cuba com petróleo. Então se os nossos governantes quando re-eleitos (este infelizmente é o cenário mais provável) arregaçarem as mangas para fazerem passar reformas, temo que serão para AUMENTAR o estatismo na economia.
Medidas como câmbio fixo, intervenção total no Banco Central, PAC II, "regulamentação" da imprensa entre outros, já estão na pauta do PT. Estamos num processo de argentinização que pode se acelerar após as eleições, caso Dilma vença e a crise chegue.
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