domingo, 16 de junho de 2013

O DINHEIRO, A FELICIDADE E A ECONOMIA.





No excelente livro "Os Limites do Possível", o brilhante economista, André Lara Resende (dono de um currículo invejável, com PHD pelo MIT, cátedra na PUC/RJ e passagem pelo banco de investimento Garantia de Jorge Paulo Lehmann) chama a atenção para a automática aceitação, não tão verdadeira, da associação entre aumento de renda e bem-estar.

A economia, através de suas análises e receituário, objetivam na esmagadora maioria dos casos, ao aumento da renda per-capta de uma nação, por entender que isto se traduzirá em aumento do consumo, da diminuição das restrições de escolha, de mais laser e até mesmo de mais tempo livre e elevação da saúde. Em última análise, de uma vida melhor.

A renda per capta também facilita pelo lado da mensuração, haja vista se tratar de uma variável que pode ser matemática e objetivamente calculada pelos institutos de estatística e pesquisa.

Mas afinal de contas dinheiro traz ou não traz felicidade ? A resposta é: Depende. 
Até o ponto em que ele cubra as necessidades básicas, ele obviamente proporciona um ganho considerável de bem-estar. Não dá para o indivíduo pensar em mais nada se nem dinheiro para comida ou para se vestir ele possui.

O ponto curioso, e talvez contra-intuitivo, é que de um certo nível de renda para cima (estudos apontam para algo surpreendentemente baixo, em torno de U$75.000/ano) o ganho que um punhado de dólares adicionais proporciona é nulo. A partir daí o que importa é família, amigos, amor e,.... ausência de contrastes.

Pesquisas conduzidas pelo excitante ramo da economia, denominada economia comportamental, mostram que a igualdade é muito eficaz como causadora de felicidade. O cidadão mora em um condomínio residencial de luxo e tem um carro bacana, mas se o vizinho ao lado compra um helicóptero e decora sua casa com quadros raros, a depressão e conseqüente queda no índice de felicidade do nosso cidadão em questão passará por uma queda drástica.

Em resumo a felicidade é maior, por exemplo,  em um subúrbio de classe média, onde todos são pessoas com o mesmo nível de renda (vamos supor um condomínio de casas de oficiais militares) do que num bairro mais heterogêneo onde mansões de alto padrão convivem com apartamentos de menor gabarito. 

O desafio do Estado moderno e de renda média é saber como então endereçar esta questão.

Parece que assim como na física de Einstein, a tão perseguida felicidade também é relativa !

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