domingo, 30 de junho de 2013

CUSTOS DE CONSTRUÇÃO DOS ESTÁDIOS

Interessante estudo conduzido pelos economistas Marcos Mendes e Alexandre Guimarães (clique aqui para lê-lo na íntegra) mostra que o custo de construção dos estádios para a Copa do Mundo estão em linha com o que foi gasto para a mesma competição em outros países. Pode parecer surpreendente mas os números não evidenciam àquilo que a percepção popular imagina.

Abaixo uma das tabelas do estudo. Perceba que os valores por acento dos estádios que até então já foram concluídos se encontram em patamares relativamente compatíveis com os de outros países.


Tabela 2 – Custo por Assento de Estádios Construídos ou Submetidos a Grandes Reformas para as Últimas Quatro Copas do Mundo (US$ por assentos)
Fontes: Fontes:www.playthegame.org (estádios internacionais) e Portal da Transparência da Copa. Elaborado pelos autores.
(*) Valor inclui despesas a realizar relativas à infraestrutura no entorno dos estádios
(**) Todos os estádios brasileiros incluem custos de infraestrutura no entorno, tais como acesso viário e estações de metrô.
(***) Os valores dos estádios internacionais foram corrigidos de US$ de 2010 para US$ de 2013 pela taxa de inflação ao consumidor dos EUA. Os valores dos estádios brasileiros foram convertidos para dólar pela taxa média do período janeiro de 2012 – maio de 2013 (R$ 1,97).

sábado, 29 de junho de 2013

UM GRÁFICO PARA EXPLICAR A QUEDA DA DILMA

Gastos do Governo batendo recordes de alta;

Inflação subindo (o detalhe do gráfico é que para os produtos que não são afetados pelos importados, conhecidos como não tradable, o índice a alta já passou dos 8%)

Vendas no varejo em queda.

Brazil Economic Policy

O RETRATO DA DESIGUALDADE

Uma imagem vale mais que 1.000 palavras.

Se a desigualdade têm uma foto. É esta.

Foto tirada momentos antes do jogo do Brasil em Fortaleza.

terça-feira, 25 de junho de 2013

SAÚDE E MERCADO. NÃO, ISTO NÃO É UMA HERESIA.

plano-saude
Fugir das escolhas do mercado certamente leva a ineficiência, distorções e em último caso, mau funcionamento e falência.

Vamos pegar o caso da saúde. Temos o sistema pior avaliado da América Latina (clique aqui para ver pesquisa) , médicos insatisfeitos, filas de 5 anos de espera para uma simples ciruugia ortopédica, regiões completamente abandonadas, falta de leitos, profissionais mal formados e por aí afora.

A saúde é um daqueles assuntos que parecem ser sagrados e a simples menção de palavras como privatização e lógica do mercado faz levantar as mais ardorosas defesas ideológicas.

Temos hoje basicamente 2 redes que operam no Brasil a pública, através do SUS e a privada, operada pelos planos de saúde. Pergunte para qualquer brasileiro por qual delas ele gostaria de ser atendido ? 

Pois é hoje eu vou falar sobre o mercado privado de saúde. Àquele que presta hoje o menor pior serviço.

Ainda que seja uma atividade nobre, impregnada de muita admiração e envolta em um áurea quase espiritual, acima das demais, o fato é que prestar atendimento médico hospitalar custa dinheiro. Máquinas e equipamentos avançados, tecnologia, estrutura física, profissionais motivados, técnicos bem formados, pesquisas e inovação precisam de constante investimento para estarem à altura da exigência de seus clientes. 

Inúmeras pesquisas na área de economia comportamental já comprovaram através de evidências irrefutáveis que nas situações que os custos de determinada despesa são compartilhadas coletivamente, o valor total gasto é superior se cada um assumisse a sua parte. (experimente fazer este teste da próxima vez que for ao restaurante com seus amigos e NÃO dividir a conta)

Os planos de saúde empresariais embutem uma série de incentivos maléficos à eficiência. As empresas descontam um percentual do custo direto do contra-cheque do empregado mensalmente e subsidia o restante. Geralmente o funcionário adere ao plano quando entra na empresa e vai renovando a continuidade anualmente. Isso primeiramente provoca uma despreocupação em controlar o que está sendo pago, para o beneficiário aquilo é como se nem fosse um desconto sobre o seu salário. Psicologicamente ele percebe o seu salário líquido e nem faz a conta de quanto lhe é retirado anualmente (é a mesma lógica com os tributos que incidem na fonte).

Entretanto os piores incentivos dos planos empresariais ocorrem na contratação dos serviços médicos. O profissional hoje em 99% das consultas pede, após 5 minutos de conversa, um exame para fazer qualquer diagnóstico, seja de uma inflamação de garganta à uma dor nas costas. Este procedimento encarece o sistema para todos, entretanto ninguém tem incentivo para não fazer de outra forma. O médico pensa em incorrer no menor risco possível de erro e desta forma também ele não perde tempo com outros procedimentos de diagnóstico, além disso conta também com a permissividade do paciente que, não interessa se vai ser um ressonância magnética de 3 teslas ou um ultra-som tridimensional, o valor descontado no contra-cheque (holerite) é o mesmo. Então dá-lhe gastança.

Além disso o beneficiário do plano procura sempre o especialista, ainda que o clínico geral - via de regra mais barato - resolvesse o problema. Retornos a consultas e toda sorte de idiossincrasias hipocondríacas - como por exemplo procurar a opinião de um segundo ou terceiro médico - também são praticadas. Todos estes procedimentos não ocorreriam ou seriam drasticamente reduzidos se o paciente tivesse que arcar individualmente com seus custos.

O mercado dos planos de saúde se tornou altamente regulado. A concorrência é débil porque a barreira a novos entrantes é imensa. Com pouca competição as empresas fazem o quê podem para aumentar sua margens e como detêm o controle da demanda negociam preços cada vez menores com os ofertantes, no caso os médicos, que se tornam reféns e desmotivados para prover um serviço melhor qualidade.

A solução seria desregulamentar o mercado. Deixar as empresas de plano de saúde praticar o preço que o mercado permitisse. Desta forma os empregados que não tivessem contente com o valor pago poderiam negociar com o seu empregador o subsídio em dinheiro ao invés de desconto no contra-cheque (holerite). O beneficiário passaria a se interessar pelos custos de cada consulta médica, desafiar o médico a propor soluções alternativas, enfim ser mais parcimonioso com as despesas médicas.

Os melhores médicos poderiam praticar maiores preços, a profissão se tornaria mais atrativa, levando mais pessoas a quererem se formar, aumentando a oferta de médicos no mercado.

Mas  e aqueles que não tem condição nenhuma de pagar por um consulta ou internação ? Daí entra o papel do Estado. Que vou discutir em outra ocasião. Mas em linhas gerais seria algo parecido com o mercado automotivo. Quem tem dinheiro e vontade compra um carro (existem várias boas opções disponíveis) e quem não tem usa transporte público (que ainda que não tenha o mesmo conforto de  um automóvel particular levará você dignamente ao seu destino).

O fato é que não existe melhor solucionador de problemas que o mercado. Nem políticos, nem religiosos nem homens dotados de boa intenção. 

segunda-feira, 24 de junho de 2013

A VERDADE NUA E CRUA

A Constituição de 1988, pode ser bonitinha, bem escrita, símbolo da redemocratização e coisa e tal, mas no frigir dos ovos trata-se de uma utopia.

Os constituintes gostariam de transformar o Brasil no verdadeiro país das maravilhas onde a saúde, a educação, o transporte, a aposentadoria por tempo de serviço ou invalidez e toda rede de segurança para os desempregados fossem universais. 

Só que para ser universal o país ou tinha que ter uma população bem menor, ou mais dinheiro, ou prover os tais serviços do jeito que fosse possível, traduzindo: Mal e porcamente.

O pior é que teve gente que acreditou que esta fábula fosse possível. Talvez num breve período que coincidiu com o mandato do presidente Lula (exatamente, o barbudo tirou o bilhete premiado) onde nossas commodities minerais e agrícolas (vejam gráficos abaixo) tiveram valorizações superiores a 250% no mercado internacional proporcionando dinheiro farto para bolsas famílias, alargamento do crédito, equacionamento de dívida externa e até acumulo de reservas, criou-se a esperança de que poderíamos ser sim, uma Noruega dos trópicos.

Mas nada é para sempre. A economia capitalista é cíclica e o tempo de vacas gordas uma hora acaba. Nessa hora, como diz Warren Buffet é que a maré baixa e aparecem quem estava nadando nú. Pois bem e agora ? Agora temos que fazer nossas escolhas.

Como diz o economista Samuel Pessoa, está na hora de rever o contrato social. Certamente o Estado não tem como prover para uma massa de quase 200 milhões de pessoas saúde, educação, transporte, previdência e segurança de graça. E ainda ser dono da Petrobrás, da Eletrobrás, da Caixa Econômica, etc,...

O Estado vai ter que privatizar, diminuir ministérios, igualar  100% o regime previdenciário do setor público ao do setor privado, investir em infra-estrutura, diminuir burocracia, desregulamenar o setor de saúde, atrair mão-de-obra qualificada do exterior (No Brasil o número de médicos formados estrangeiros é de 1,5%, nos EUA é de 25%, na Inglaterra 34%), e principalmente fazer uma reforma política bem feita e ampla. Não dá pro cidadão votar no Tiririca e eleger mais 4 deputados de roldão, quê isso ? 

Nosso sistema político está esquizofrênico. Os políticos não têm ideologia, não têm bandeira, não fiscalizam nada, não são punidos, votam os próprios salários, empregam amigos, amantes e familiares, superfaturam obras de forma descarada e exagerada (só para a Copa das Confederações a previsão de gastos iniciais já estourou em mais de 100%. É a mais cara da história). Criam partidos como criassem empresas de faixada e trocam de legendas como trocassem de cueca.

Avançamos muito pouco quando poderíamos ter avançado muito. Precisamos de um choque de realidade para não cairmos na armadilha do "Desta vez é diferente ". 
Gráfico 1 – Índice de preço das commodities agrícolas - 1990-2014* (índice 2005=100)
GRAF2
Gráfico 2 – Índice de preço das commodities minerais - 1990-2014* (índice 2005=100)
GRAF3
fonte: Blog do Mansueto Almeida.

domingo, 23 de junho de 2013

CARTAZES IDIOTAS

Além de dar um susto na classe política, esses protestos também servem para mostrar como tem gente desprovida de QI nas manifestações. Veja alguns dos cartazes que andei lendo.



“Chega de políticos incompetentes!!! Intervenção Militar Já!!!”
" A Solução para o nosso povo eu vou dar. Nós não vamos pagar nada "



" O Povo unido não precisa de partido"

"Toda Revolução começa com uma faísca "

"China, Back off !!! "

"Pena de morte para corruptos"

" Tarifa zero" 

" Não é por 0,20 centavos, mas pra mostrar que meu exército tem poder "

" Senhores Banqueiros caguei na vossa crise "

" Antes que nos quebrem, Vamos quebrar tudo"

" Vândalo é o Capital "

" Somos os filhos da Revolução "

" Mas baderna e menos bandeira"


Agora, diante de tanta sandice achei um bem adequado ao momento:

“Não adianta você ir pras ruas como um leão, se continua votando como um jumento.”



sábado, 22 de junho de 2013

O CISNE NEGRO QUE VEIO DAS RUAS

Cisne Negro (Consulte Preço/Disponiblidade)
O escritor, filósofo e ex-investidor Nassin Taleb cunhou a expressão Cisne Negro para descrever eventos imprevisíveis e com alto poder para provocar mudanças. O nome usado deriva da crença que existia até o ano de 1697 de que todos os animais desta espécie possuía a coloração branca, até que um navegador holandês avistou cisnes negros quando passava pela Austrália e por abaixo a certeza que se tinha até então.

O 11 de setembro com o ataque as torres gêmeas, a Primavera Árabe e, mais recentemente, a crise econômica financeira mundial, são alguns exemplos que se enquadram na categoria de Cisnes Negros.

Até iniciarmos o mês de junho o cenário para as eleições à presidência no ano que vem dava como certa a reeleição de Dilma. Os analistas políticos diziam que para haver uma mudança neste quadro seria necessário a ocorrência de um fato externo novo e muito relevante, um autêntico Cisne Negro. Só neste caso a oposição poderia se fortalecer e ganhar terreno. 

Pois bem, junho chegou e com ele além da Copa da Confederações vieram a onde de protestos mais estrondosos e geograficamente representativos da história recente do país. Se a oposição ao PT nunca foi lá estas coisas -  sempre frouxa, condescendente, permissiva, tímida e incompetente - o movimento nas ruas resolveu cobrir este espaço. Eles são a oposição que a oposição precisava.

No excelente programa Painel da Globonews desta noite o jornalista espanhol Juan Arias, um dos debatedores presente, chegou a mencionar que, tivesse o país um oposição verdadeira, estas manifestações não teriam ganhado às ruas e que uma democracia sem oposição é uma democracia condenada a morte.

Ainda que não se identifique claramente nas mobilizações um ataque ao Governo petista, e sim a todos os partidos como um todo, não dá para deixar de reconhecer que o PT, por ser o partido que ora ocupa o poder central,  acaba sendo o maior receptor do prejuízo político fruto da indignação manifestada nos protestos que vêm da rua.

A classe política está atônita, disse Murilo Aragão, cientista político também presente ao programa da Globonews. "Eles - os políticos - não vêem a hora da onda passar e apostam que por abraçar uma pauta difusa de reivindicações, as manifestações naturalmente perderão poder de mobilização e começarão a se dissipar". Disse o consultor.

É provável que realmente nos próximos dias os ânimos se arrefeçam e os protestos se esvaziem, entretanto o recado já foi dado, a marca já esta impressa na pele da classe política e quando eles começarem a subir nos palanques para pedirem votos nas próximas eleições tem que tomar muito cuidado com o que vão prometer, pois a tolerância com o mundo encantado do faz de contas parece ter acabado. 

A distância entre a realidade em que vivia os políticos e a realidade dos demais brasileiros definitivamente se encurtou. Eles devem ter finalmente entendido que o país em que ele vivem é o mesmo que o nosso.

sexta-feira, 21 de junho de 2013

NENHUM PARTIDO ME REPRESENTA

Muito Bom este artigo do José Luiz Portella (roubei do Blog do Juca Kfouri no Uol)


Manifestações: a falência da representação

Demorou, veio em turbilhão, com tudo junto, misturado. Porém, uma coisa é certa: as manifestações marcam a falência do modelo de representação em vigor. Nenhum político é alçado à condição de símbolo. Sem exceção. Nenhum partido nem parlamento. Nenhum representante legitimamente eleito representa o Brasil das ruas.
Vivemos em uma democracia representativa. Partidos foram feitos para representar correntes de pensamento. Aqui, eles existem aos borbotões. O Supremo Tribunal Federal aceitou o modelo “partidos às pencas”; uma equivocada interpretação de que isso seria a democracia. Partidos sem representação alguma, sem votos em várias eleições, que ficam na praça negociando espaços por conta de TV e que recebem fundo partidário.
E, com todos eles, 83% dos jovens são apartidários.
Democracia não é quantidade de partidos. É a quantidade de cidadãos que se sentem representados. Ninguém se sente.
Algo está muito errado. E é o sistema de representação. Com todos os penduricalhos que foram sendo apensados ao longo do tempo, enquanto os líderes políticos repousavam na certeza de que não haveria qualquer questionamento.
As pessoas cansaram-se de suportar tantas coisas. Cansaram de ser impotentes. E quem deveria lhes dar potência são os respectivos representantes.
O primeiro e principal erro é o sistema proporcional, que separa o eleitor do eleito e aproxima o candidato do agente financiador. Seja ele bom ou mau. Mas é ao financiador que o eleito presta contas. E tenta renovar a confiança. Para se eleger novamente.
A regra do jogo está errada. A melhor solução ao alcance é o voto distrital, que estabelece uma eleição majoritária em cada distrito e obriga o candidato a conviver com seus eleitores, prestar conta para se reeleger.
Outro grande problema que temos engolido é a propaganda política. Em tese, serviria para o eleitor conhecer os candidatos e efetuar a escolha.
É um meio. Passou a ser um fim. Para terem tempo de televisão, os candidatos fazem qualquer coisa para se aliarem a outros partidos. Composições esdrúxulas, encontros constrangedores são a marca da pré-campanha. Tudo isso para entregar, depois, o sacrossanto tempo de propaganda a marqueteiros, que se enriquecem transformando em emoção aquilo que a pesquisa manda o candidato dizer. Pasteurizando as propostas.
Programas de governo, que deveriam ser os fatores a distinguir os candidatos, transformam-se em commodities. E aritmética. Ganha quem faz mais isso ou mais aquilo. É tudo mais do mesmo, com números meio diferentes.
A verdade é que esse modelo furado faliu. Ninguém no poder fez a lição de casa: bancar com coragem a reforma política. Ela é a mãe de todas as reformas. Porque determina como será o sistema representativo. Quanto melhor ele for, mais os eleitores encontram canais para fazerem valer suas opiniões.
Ganha quem representa melhor a maioria. Atualmente, quase ninguém se sente representado. Eleitos vão e vêm em suas declarações. O Congresso Nacional assiste a tudo em silêncio por não saber como se encaixar na onda de inconformismo que caberia a ele expressar.
As manifestações têm muito a demonstrar, mas, duas coisas, desde logo, ficam claras:
- Recuperamos um tempo perdido. A indignação voltou. E mostrou que vale a pena lutar pelo que se acredita.
- O sistema de representação faliu. Precisamos rapidamente de outro. Precisamos de uma reforma política.


quarta-feira, 19 de junho de 2013

DEMOCRACIA, E DAÍ ?

A democracia tem muitos defeitos. Defeitos gravíssimos.

Aristoteles não a considerava a melhor forma de governo.

Na Grécia antiga por volta de 500a.c., na cidade estado Atenas nascia esta nova forma de governar, entretanto mal chegava a 10% de sufrágio, apenas os cidadãos donos de terra com idade superior a 20 anos, do sexo masculino, nacionalidade grega e livres que podiam votar nas assembléias. Os votos eram gravados em pedra e depositados numa espécie de urna arcaica.

Interessante notar que já nesta época uma variante do modelo ateniense surgiu em Esparta onde os votos eram dados à gritos com a intenção de evitar viéses, burocracia e suscetibilidade a trapaças.

Os problemas deste sistema são vários mais discorrerei aqui de forma sucinta dos mais graves:

1) O grau absurdo de desinformação do eleitorado. Aqui além de não ter acesso, ou não se interessar em ter, às informações necessárias para efetuar uma boa escolha. As informações que existem são mal-interpretadas ou incompreendidas, principalmente as que envolvem matérias econômicas;

2) A escolha baseada na forma e não na substância. O eleitor médio tende muitas vezes a escolher seu representante baseado na aparência, simpatia, pesquisa de opinião ou em outros aspectos que não o programa de governo e o currículo do candidato em questão;

3) O baixíssimo valor percebido pelo eleitor de seu voto. A pergunta que ele faz a si mesmo é algo do tipo: O quê o meu voto, que é apenas um em milhões, poderá influenciar no resultado final de uma eleição ? Partindo desta crença o interesse em se informar e depois acompanhar e cobrar por resultados dos eleito é muito baixo senão nulo.

4) Erro de atribuição. O eleitor médio não distingue causas externas, que nada tem haver com ações do governo, com aquelas que realmente são resultado de políticas praticadas por ele. p.ex: Se as commodities mundo afora passam a ser valorizadas como conseqüência do alto crescimento chinês e o Brasil apenas surfa na onda, o povo acha que a bonança é fruto da boa administração do governante da vez.

5) Miopia temporal. Já existem pesquisas exaustivas comprovando que a maioria de nós supervaloriza o presente e subvaloriza o futuro. Por isto propostas que expandem o gasto público para propiciar aumento da demanda às custas de renda futura são sempre bem populares e geram votos, ou seja junta-se a fome do político em se reeleger com a vontade de consumir agora e sempre do eleitor e pronto. Que se dane as gerações futuras.

6) Viés do mensageiro. Por quais canais que o eleitor se informa para tomar decisão de voto ? Geralmente via opinião pública (veiculada pelas diversas mídias) que são, via de regra, e as vezes até não intencionalmente, influenciada por interesses parciais. O quê afeta a informação, polui o fato e provoca divergência entre o ocorrido e o informado.

Ainda não foi inventado nada melhor que a Democracia. Divisão de poderes, submissão a uma constituição, controles institucionais e alternância de poder são algumas das melhorias encontradas pelo caminho, mas o fato é que num país como o nosso - onde todos os defeitos enumerados anteriormente são amplificados pelo  fato do voto ser obrigatório, pelo alto índice de analfabetos funcionais e pelos incentivos tortos que nossas instituições proporcionam à classe política - estamos bem longe de um modelo eficiente de governo que se pretende ser do povo, pelo povo e para o povo.

GRÁFICOS MACROECONOMIA

O QUE TINHAR QUE SUBIR ESTÁ DESCENDO E VICE-VERSA ...




Alex Argozino/Editoria de Arte/Folhapress

Editoria de Arte/Folhapress




terça-feira, 18 de junho de 2013

SOBRE A MANIFESTAÇÃO. DÚVIDAS E PREOCUPAÇÕES.




  • Policial joga spray de pimenta em manifestante no Rio de Janeiro



Há algo fora da ordem. 

Este pessoal nas ruas não são os mesmos que reelegeram e reelegeram novamente o PT ?

Este pessoal não é o mesmo que concede quase 80% de aprovação pra Dilma ?

R$0,20 de aumento no transporte público foi o estopim ?

Será um modismo de ocasião da geração Y ou finalmente o nascimento de uma consciência crítica com todos os desmandos e roubalheira que está aí há anos ?

Será que este pessoal pensa que baixar o valor da tarifa do público significa uma economia real no bolso deles ?

Agora uma coisa é certa. Coloca-se uma multidão de todas as classes sociais, de todo nível educacional, de todo tipo de ideologia - de comunista à anarquista -, com todo tipo de frustração e das mais variadas reivindicações de A a Z. Adiciona uma pitada de incompetência e truculência da polícia junto com o imobilismo dos políticos e a exaltação dos oportunistas, mais a ausência de qualquer liderança e pronto...

Basta uma faísca para a escalada da violência e a coisa toda descambar em mortes, depredação de patrimônio público e a completa alienação das instituições do país.

Pra quem não sabe que direção seguir, qualquer caminho serve.

domingo, 16 de junho de 2013

O DINHEIRO, A FELICIDADE E A ECONOMIA.





No excelente livro "Os Limites do Possível", o brilhante economista, André Lara Resende (dono de um currículo invejável, com PHD pelo MIT, cátedra na PUC/RJ e passagem pelo banco de investimento Garantia de Jorge Paulo Lehmann) chama a atenção para a automática aceitação, não tão verdadeira, da associação entre aumento de renda e bem-estar.

A economia, através de suas análises e receituário, objetivam na esmagadora maioria dos casos, ao aumento da renda per-capta de uma nação, por entender que isto se traduzirá em aumento do consumo, da diminuição das restrições de escolha, de mais laser e até mesmo de mais tempo livre e elevação da saúde. Em última análise, de uma vida melhor.

A renda per capta também facilita pelo lado da mensuração, haja vista se tratar de uma variável que pode ser matemática e objetivamente calculada pelos institutos de estatística e pesquisa.

Mas afinal de contas dinheiro traz ou não traz felicidade ? A resposta é: Depende. 
Até o ponto em que ele cubra as necessidades básicas, ele obviamente proporciona um ganho considerável de bem-estar. Não dá para o indivíduo pensar em mais nada se nem dinheiro para comida ou para se vestir ele possui.

O ponto curioso, e talvez contra-intuitivo, é que de um certo nível de renda para cima (estudos apontam para algo surpreendentemente baixo, em torno de U$75.000/ano) o ganho que um punhado de dólares adicionais proporciona é nulo. A partir daí o que importa é família, amigos, amor e,.... ausência de contrastes.

Pesquisas conduzidas pelo excitante ramo da economia, denominada economia comportamental, mostram que a igualdade é muito eficaz como causadora de felicidade. O cidadão mora em um condomínio residencial de luxo e tem um carro bacana, mas se o vizinho ao lado compra um helicóptero e decora sua casa com quadros raros, a depressão e conseqüente queda no índice de felicidade do nosso cidadão em questão passará por uma queda drástica.

Em resumo a felicidade é maior, por exemplo,  em um subúrbio de classe média, onde todos são pessoas com o mesmo nível de renda (vamos supor um condomínio de casas de oficiais militares) do que num bairro mais heterogêneo onde mansões de alto padrão convivem com apartamentos de menor gabarito. 

O desafio do Estado moderno e de renda média é saber como então endereçar esta questão.

Parece que assim como na física de Einstein, a tão perseguida felicidade também é relativa !

sexta-feira, 14 de junho de 2013

ACORDO DE LIVRE COMÉRCIO EUA-EUROPA E O CINEMA FRANCÊS

O acordo de livre comércio entre Europa e EUA formará o maior canal de comércio do globo. As negociações estão caminhando bem. A coisa toda, entretanto, emperra em alguns protecionismos insanos como é o caso da indústria de cinema francesa. Isso mesmo, lá o pessoal da sétima arte encara o mercado cinematográfico como estratégico, uma espécie de estandarte da cultura francesa.

Lá existe uma lei absurda determinando que 40% do conteúdo veiculado nos canais de televisão, rádio e cinema sejam franceses. Desta inacreditável barreira o governo não aceita abrir mão para prosseguir com os entendimentos para o estabelecimento do acordo de livre comércio. Os negociadores americanos parecem estar dispostos a aceitar a exigência com vistas a não por em risco o histórico free-trade pact.

Abaixo uma matéria da Bloomberg interessante que fala sobre o assunto. Enquanto isso o Brasil chafurda no Mercosul e não faz acordo com ninguém. Depois não sabe porque a balança comercial começa a bater recordes históricos de défict...


quinta-feira, 13 de junho de 2013

ENFIM UMA LUZ NO PENSAMENTO ECONÔMICO DO GOVERNO

        Recheado de figurões de esquerda com pensamento estatizante, ou numa linguagem mais soft, desenvolvimentista, o governo Dilma parece finalmente - depois de tantos solavancos -  dar mais espaço para um pessoal dotado de uma visão mais ampla e saudavelmente menos ideológica do funcionamento da economia. É o time da Secretaria de Assuntos Estratégicos liderados pelo Marcelo Del Neri e o Ricardo Paes de Barros. Que eles consigam trazer  ao menos um pouco de luz às políticas econômicas deste governo petista !!

        Abaixo uma reportagem que ilustra o quanto esta turma do bem pode atacar uma das principais mazelas  do Brasil: O protecionismo. Por aqui Adam Smith ainda não passa de um nobre desconhecido. As barreiras para entrada de produtos, capital e mão-de-obra são obscenas. Já andei falando bastante aqui no BLOG sobre os dois primeiros, veja na reportagem como estamos em relação a questão da mão-de-obra.


"Nós brasileiros achamos que somos uma sociedade composta por imigrantes, mas quando se olha para os níveis, somos um décimo da média mundial", disse ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE).


São Paulo - O ministro-chefe interino da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE), Marcelo Neri, defendeu, quarta-feira (12), que o Brasil deve continuar se esforçando para quebrar as barreiras ainda existentes para permitir que profissionais altamente capacitados do exterior venham disputar o mercado interno de trabalho.
Segundo Neri, há um conceito equivocado de que o país tem as portas abertas para estrangeiros, o que é, na opinião dele, uma mentalidade que tem de ser mudada para se avançar no desenvolvimento econômico e social.
"Nós brasileiros achamos que somos uma sociedade composta por imigrantes, mas quando se olha para os níveis, somos um décimo da média mundial", disse ele ao defender que é preciso melhorar os meios de atratividade da mão de obra externa. No entanto, Neri reconheceu avanços em comparação ao quadro de 20 anos atrás quando eram emitidos em torno de 5 mil vistos por ano, número que, atualmente, passou para 73 mil.
"Ainda é pouco, mas tem um potencial de crescimento grande", apontou o ministro ao destacar o ambiente favorável na oferta de mão de obra em razão da crise em países da zona do euro e mesmo em relação ao desaquecimento da economia mundial.
O secretário da SAE, Ricardo Paes de Barros, informou que a taxa de imigração no Brasil é 0,3%, bem abaixo da média mundial de 3%, e que representa um fluxo de 6 milhões de pessoas. Nos Estados Unidos, a taxa está em 14% e no Canadá 21,3%.  A proposta da SAE é se atingir, pelo menos, a média mundial, gradualmente, no longo prazo.
Tanto Paes de Barros quanto Neri acreditam que a vinda de profissionais especializados poderia cobrir o déficit em algumas áreas, entre as quais a de engenharia, e com isso ampliar o grau de competitividade das empresas nacionais por meio da troca de conhecimento que pode elevar o nível de qualificação profissional no país, facilitar a adoção de novas tecnologias e levar à inovação.
Nos últimos seis meses, conforme revelou Paes de Barros,  ocorreram alguns avanços na regulamentação em favor do trabalhador de fora como, por exemplo,  a resolução do Conselho Nacional de Imigração que determinou a dispensa da obrigatoriedade de os trabalhadores estrangeiros serem pré-aprovados pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE)  no caso de contratos temporários com vigência de três meses.
As informações foram dadas durante o encontro Política Migratória, Produção e Desenvolvimento, na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Além de representantes da SAE, estavam presentes, entre outros membros da Câmara Oficial Espanhola de Comércio, da própria Fiesp e do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Agência Brasil.

quarta-feira, 5 de junho de 2013

RANKING DO BRASIL EM EDUCAÇÃO, INOVAÇÃO, INFRAESTRUTURA,...

Basta fazer um ranqueamento de qualquer coisa em escala mundial e lá vai o Brasil pra "rabeira". É impressionante !!!

Abaixo mais uma amostra. (fonte: site do senado)

terça-feira, 4 de junho de 2013

(C)OMISSÃO DA VERDADE

    Esta tal comissão da verdade é uma piada de muito mau gosto. Não passa de um palanque ideológico revanchista com o objetivo espúrio de levar as Forças Armadas ao banco dos réus, denegrir a imagem da instituição e culpá-la por todas as mortes e ações armadas ocorridas no período em que os militares ocuparam a presidência.

    Em 1964 o mundo se encontrava em plena guerra fria. Bipolar. As nações que não tinham instituições capitalistas e democráticas sólidas e fortes o suficiente para resistir ao assédio comunista, virava presa óbvia da ambição soviética que queria expandir territorialmente sua área de domínio. Na América Latina, grupos armados, com treinamento militar perpetrado por Moscou se espalhavam pelo continente com o objetivo de tomar o poder e instaurar o socialismo, tendo Cuba como referência.

   Exército de Libertação Nacional (ELN) e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC); a Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN) da Nicarágua; a União Revolucionária Nacional da Guatemala (URNG); a Frente Farabundo Martí de Libertação Nacional (FMLN) de El Salvador; Exército Zapatista de Libertação Nacional (EZLN) no México são só alguns exemplos de grupos armados e preparados para aplicar golpes de estado. 

     No Brasil tinha VPR, VAR, MNR, ALN, Colina, entre outros. Todas elas,  organizações terroristas cujo intuito era simplesmente de implantar o regime comunista no país. Para isso assaltaram, sequestraram, mataram, explodiram e torturaram. Tivessem eles obtido sucesso em seu intuito estaríamos hoje num país de quinta categoria, saído de um regime falido, como ocorreu com todas as ex-repúblicas da extinta União Soviética ou ainda apostando no ideal coletivista afundado na penúria, calado pela censura e impedido de sequer sair do país como Cuba.

     O fato é que as Forças Armadas assumiu o poder sob o apoio da maioria da população para preservar o país do assédio comunista, enfrentou a guerrilha armada como deveria, (guerrilha esta que não pode ser confundida com um partido político de oposição e sim como inimigos armados dispostos a implantar o socialismo). Os militares preservaram a troca de poder - foram 5 generais presidentes em 21 anos - adotaram critérios técnicos para indicar ministros, anistiaram geral e irrestritamente os adversários quando a ameaça comunista arrefeceu, entregaram a administração aos civis voluntariamente e, talvez o detalhe mais importante, nenhum deles enriqueceu ou foi alvo de suspeitas de corrupção, desvio de dinheiro público ou fisiologismo. Todos os generais que presidiram o país foram para a reserva e morreram com bens modestos e compatíveis com o cargo e função que ocuparam. Bem diferente da roubalheira e dos políticos que amealham fortunas no desempenho do cargo dos dias atuais.

    O Brasil é um país que possui vasta riqueza mineral, amplas fronteiras, extenso litoral dotado de grandes reservas de petróleo, somos a 6ª maior economia do planeta e donos da maior floresta tropical do mundo. Este patrimônio precisa de segurança, precisa de uma Força Armada aparelhada, preparada, aguerrida e acima de tudo respeitada e valorizada por sua sociedade, não de comissões da verdade montadas para dar publicidade a recalques de indivíduos que outrora desejavam implantar um regime bolchevique por aqui e não admitem as conseqüências da derrota, a História tratou de mostrar o devido lugar dos regimes comunistas. Chega desta cantilena de esquerda coitadinha.  
        Pra finalizar. É curioso constatar que no Brasil morrem por ano cerca de 36.792 pessoas assassinadas e, de acordo com fontes mais alarmantes, o número de mortes ou desaparecidos durante o regime militar não passa de 430 (e olha que neste número estão somados as vítimas dos dois lados). Ora, ora, ora, é preciso dizer mais alguma coisa ?? 

domingo, 2 de junho de 2013

POR QUE O BRASILEIRO É OMISSO, PACATO, CONFORMADO ?

Muitas vezes já me perguntaram do porque do brasileiro - diante de tanto desgoverno, episódios de corrupção, roubalheira do dinheiro público, aumento de impostos, burocracia asfixiante, serviços públicos horrendos, insegurança, má gestão econômica - aceitar tudo tão pacatamente, sem protesto, calado, conformado.

Onde estaria a sociedade civil para se levantar contra tais desmandos para cobrar mais competência e eficiência do servidor público, do político ?

Em uma das obras mais lidas e prestigiadas - A Democracia na América -  o pensador político e historiador francês Alexis de Toqueville que admirava a pulsante democracia dos EUA fazia já no século XIX uma severa previsão e alertava:

"Vejo uma multidão infinita de homens iguais e afins que se voltam sobre si mesmos sem descanso, procurando os prazeres pequenos e vulgares com que alimentam a alma. Cada um deles, retraído e solitário, é como um estranho para o destino de todos os demais: seus filhos e seus amigos particulares formam toda a espécie humana para ele; quanto a seus concidadãos, ele está ao lado deles, mas não os vê; ele os toca e não os sente; só existe em si mesmo e para si mesmo ...

Acima deles, paira um imenso poder tutelar, que, sozinho, se encarrega de assegurar seus prazeres e tomar conta de seu destino. É absoluto, detalhado, metódico, sagaz e moderado. Lembraria o poder paternal se, como este, tivesse por objetivo preparar os homens para a vida adulta; mas, ao contrário, só trata de mantê-los irrevogavelmente atados à infância ...

Assim, após tomar um indivíduo por vez em suas mãos poderosas e trabalhá-lo a seu bel-prazer, o soberano estende os braços sobre a sociedade como um todo; abarca toda a sua extensão com uma rede de regras triviais, complicadas, meticulosas e uniformes por meio das quais as mentes mais originais e as almas mais vigorosas são incapazes de abrir caminho para sobrepujar a multidão; não corrompe vontades, mas as abranda, molda e conduz; raras vezes força alguém a agir, mas com frequência se opõe à ação; não destrói, mas impede as coisas de nascerem; não tiraniza, mas tolhe, compromete, enfraquece, extingue, atordoa e, finalmente, reduz cada nação a nada mais do que uma horda de animais tímidos e diligentes dos quais o governo é o pastor."

Toqueville não poderia ser mais preciso em sua análise. O Brasil é exatamente o retrato deste quadro pintado pelo historiador francês. Em sua faina de cobrir todos os espaços, chamar para si a resolução de todos os problemas, cooptar a ação coletiva,  o poder estatal não deixa maiores brechas para a formação e/ou perpetuação de entidades particulares da sociedade que se formam muitas vezes para cuidar de um problema menor: Um alagamento recorrente de uma rua, uma limpeza de um bairro, a alimentação de desabrigados, uma associação para alfabetização de adultos e assim por diante.

Geralmente o que ocorre é o encampamento da ação, mesmo que num segundo momento, pela mão do Estado. Lá vêm o prefeito ou funcionário público na melhor da boas intenções "ceder" uma verba, ou alocar servidores para ajudar no início e depois tomar pra si a condução da empreitada. É a estatização da sociedade civil e suas organizações. 

Como escreveu o historiador de Harvard em seu livro A Grande Degeneração (de onde eu retirei o trecho do texto traduzido de Toqueville),  "...acredito que o ativismo local espontâneo por parte dos cidadãos é melhor que a ação estatal centralizada não só pelos resultados, mas - o que é mais importante - pelo efeito que isso tem sobre nós como cidadãos. Pois a verdadeira cidadania não se resume a votar, garantir o sustento e andar dentro da lei. Também consiste em participar do "bando"- o grupo que vai além de nossas famílias -, que é precisamente onde aprendemos a desenvolver e implementar regras de conduta: em suma, a governar a nós mesmos. A educar nossos filhos. A cuidar dos indefesos. A combater o crime. A manter as ruas limpas." 
E aqui eu adicionaria: A criar senso crítico e capacidade de se indignar com os desmandos do governante eleito para, aproveitando a associação a que pertence, externar e cobrar ativamente dos responsáveis.

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