Em tempos de recessão e crises em países pelo mundo afora muito se ouve e se lê dos sofrimentos que o povo tem que passar até a economia se ajustar e entrar no rumo novamente.
Desemprego, salários estagnados, retração do consumo, restrição de crédito e contenção de gastos são implantados e acabam por atingir em cheio a sensação de bem estar e a percepção de prosperidade da população.
Tal arranjo é perigoso inclusive porque o mau humor se retroalimenta, o que desemboca num ambiente de cada vez menos investimento e mergulha a todos num ciclo vicioso ainda mais custoso de se livrar.
Mas será que estamos realmente nestes momentos fazendo tudo que precisa ser feito ? Economistas se dividem nestes momentos entre aqueles que receitam austeridade e entre aqueles que receitam mais gastos (aqui um exemplo deste script, no caso para a questão grega).
O ponto crucial para mim, no entanto, não diz respeito tão somente as políticas de governo que são implementadas nestes momentos, mas no governo em si.
Neste contexto é curioso (senão revoltante) constatar que, nestes momentos agudos, aperta para todo mundo exceto para aquela camada da população que parece viver em outro planeta: chamarei-os aqui de os acomodados.
Quem são estes ?
Em sua maioria são compostos daqueles que estão na folha de pagamento do Estado. É como se tivéssemos uma contabilidade fictícia do capital humano, cujo lado esquerdo - o do ativo - fosse compostos pelos que produzem riqueza e o lado direito - o do passivo - fossem aqueles que se apropriam do produto dos primeiros.
O empresário segurando gasto e os ilustre congressista votando aumento de salário para si próprio de 27%;
O jovem largando a escola para procurar emprego e ajudar na reposição da renda familiar e o servidor do tribunal de contas aprovando auxílio moradia de R$ 4,3 mil reais.
O trabalhador cancelando o cartão de crédito e a assinatura da TV paga e o servidor público entrando em greve para manter aumentos anuais, prêmios qüinqüenais e diversas outras mordomias desvinculadas do mérito e da produtividade.
Os exemplos abundam e a realidade se torna clara: No mesmo momento em que os acomodados, que foram a causa da crise em primeiro lugar, brigam desavergonhadamente para manter ou aumentar seus privilégios e abocanhar nacos ainda maiores da turma que produz.
A crise não seria problema tão desequilibrado se a ela fosse dada os verdadeiros remédios: Mercado livre, direito de propriedade inviolável, demolição de qualquer barreira comercial, desregulamentação, supressão de todos os cargos públicos (exceto aqueles desempenhados pelos agentes encarregados pelas funções clássicas do Estado, quais sejam: defesa e administração da justiça).
A partir deste momento teríamos uma planificação da arena econômica, com todos concorrendo em condições iguais buscando um só objetivo: produtividade.
Os frutos deste novo enredo seriam: mais inovação, mais educação, mais tecnologia, mais investimento e… maior intolerância com os trapaceiros.
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