Na volta as aulas os alunos da rede pública do estado do Paraná receberam a primeira lição do ano: "Seus professores não são lá estas coisas quando o assunto é ensinar, mas na hora de defender a perda de seus privilégios eles vão pra guerra (também conhecido neste contexto como greve)
A educação é a única saída para igualar o páreo entre ricos e pobres, existe uma farta literatura a este respeito. Àqueles que recebem ensino de qualidade apresentarão maior produtividade no futuro e terão acesso a melhores empregos.
A contar pelos pífios resultados apresentados pelos nossos alunos - desde os índices de reprovação, de progressão nas séries, do comportamento dentro da sala de aula, até o desempenho nos testes escolares - nosso corpo docente entrega um produto muito aquém do mínimo necessário para capacitar o nosso capital humano. Àqueles que estarão nas fileiras do mercado de trabalho (global) de amanhã chegarão desprovidos desta ferramenta que George Washington uma vez chamou de "chave para destrancar a porta dourada da liberdade."
Ao longo dos anos, no Brasil o ensino público impera desde os tempos da colônia, a classe dos professores foram acumulando uma série de privilégios irreconciliáveis com a realidade. Aumentos anuais, prêmios qüinqüenais, garantia de emprego, licenças remuneradas e - quase ninguém fala disso - clientes nada exigentes (os pais dos alunos das escolas públicas não têm vontade e/ou tempo e/ou condição cognitiva de sequer avaliar o péssimo serviço que estão entregando a seus filhos).
O resultado desse arranjo é o clássico "privilégios concentrados x custos difusos" ou seja, professores da rede pública recebem, na média, mais do que produzem e quem paga a conta é o resto dos contribuintes, que, por ser em maior número, nem percebem que estão sendo extorquidos. É o mesmo "modus operandi" dos outros rent seekings que abundam pelo nosso modelo de Estado.
Fosse uma pura e simples relação privada de troca voluntária num ambiente de livre mercado, aqueles que não entregassem a seus clientes o produto de qualidade (sim educação também é um bem transacionado e sujeito ao mesmo escrutínio) seria naturalmente alijado do jogo. Ora, mas e aqueles que não possuem capacidade de pagar? Neste caso, por uma ínfima fração do que hoje é gasto com a educação pública, seria concedido um "ticket de ingresso" (também conhecido como vaucher) patrocinado pelo Estado. Algo muito mais focado e "customizado" para os realmente necessitados - na linha do que um dia foi o bolsa família.
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