sábado, 4 de maio de 2013

O MUNDO ENCANTADO DO PT

        Já venho falando por aqui do péssimo mandato econômico que o governo Dilma (leviatã petista) vem dispensando ao Brasil. Sua visão de mundo é tacanha e atrasada, acredita ainda que uma economia precisa de um Estado intevencionista e empresário, que deve proteger a indústria nacional, que a política monetária têm que visar o crescimento e não a inflação e que o investimento virá através do aumento da demanda. Isso tudo faz parte do país da década de 70 e 80, do tal Estado desenvolvimentista, que trouxe excesso de gastos, governo gordo, atraso e inflação, muita inflação.
       No mundo real, do mercado competitivo e eficiente, os tomadores de decisão se cercam geralmente de visões abrangentes acerca de uma estratégia, estudam possibilidades alternativas e criam um plano B caso o caminho principal seguido apresente problemas. No mundo político, principalmente do mundo petista a coisa é bem diferente. Dilma pede orientação e dá ouvidos apenas àqueles que comungam de sua mesma visão de mundo, enfim, enquanto seus conselheiros estiverem dizendo o que ela quer ouvir ótimo, senão, trocam-se os conselheiros.
        O Brasil cresce pouco e com inflação. Trata-se de um problema claro de oferta insuficiente, já que a demanda - turbinada pelo pleno emprego, juros baixos e pelo boom do crédito - anda bem aquecida. Do lado da oferta o investimento não acontece. O empresário não tira o dinheiro do bolso para aumentar sua produção. O investimento é uma das questões mais complexas em economia. Keynes já dizia que ela é ditada pelo chamado "espírito animal" do investidor. 
      Fazendo novamente a analogia com o mundo real dos mercados competitivos, do mundo privado, verifica-se que um projeto para se tornar interessante, a ponto de um empreendedor colocar dinheiro nele, a taxa de retorno têm que ser atrativa (aqui cada um tem uma preferência, mas em linhas gerais esta taxa de retorno tem que ser maior do que aquelas obtidas de forma segura nos mercados financeiro). No fundo é uma crença no futuro que no mundo frio das planilhas de investimento este é  de certa forma um reflexo do presente, esta é uma premissa basilar nos "business plans".
        Aqui começam os problemas, o quê o investidor / empresário vê no presente é um festival de canetadas, decisões de política econômica oportunistas, concessão de privilégios pra quem grita mais, subsídios pontuais, preços manipulados, enfim muita fumaça e pouca clareza. 
       Imagine você sendo um empresário que vai construir uma fábrica de embalagens do interior de São Paulo por exemplo. Em 4 anos você objetiva estar produzindo 3 mil caixinhas (destas que são usadas para leite longa vida ou sucos). Vamos listar algumas poucas barreiras para que se tenha uma idéia de como é difícil projetar a taxa de retorno nos longínquos 4 anos.
  • Qual o custo do capital ?  BNDES é a melhor opção, mas esta fonte é para poucos bem relacionados (os amigos do Rei), então têm que ver no mercado financeiro as alternativas, mas aí depende da taxa de juros básica, que depende da inflação, que depende de uma meta e mais ainda de uma banco central compromissado e autônomo para perseguir esta meta. CUSTO LEVIATÃ 1
  • Qual o custo do frete para receber a matéria prima e escoar a produção ? Depende do modal, ferroviário seria a melhor opção mas não tem oferta,  aéreo é muito caro e os aeroportos são um caos, hidroviário é inexistente e o rodoviário é única solução. Mas como estão as rodovias e o preço da gasolina e o preço do caminhoneiro ? CUSTO LEVIATÃ 2
  • Vou precisar importar máquinas, insumos e tecnologia, qual a melhor opção ? O Brasil é o país mais fechado do mundo (Coréia do Norte não conta), o custo adicionado ao preço FOB (preço em dólar no navio que trará a mercadoria para o Brasil) vai ser multiplicado por 2,5 fora o câmbio e as várias licenças e registros que devem ser conseguidos. Ou seja um produto que custe U$100 lá fora, chegará na minha fábrica por preço ao redor de R$500,00. CUSTO LEVIATÃ 3
  • Como faço para calcular os impostos incidentes da minha venda ? Aí depende. Depende se é PIS/COFINS monofásico, se têm substituição tributária, se o conteúdo importado é superior a 40%, se seu produto faz parte da cesta básica, se você pleiteou e conseguiu algum dos vários  benefícios para importar com ICMS reduzido e crédito presumido, se você vai exportar ou não, se você vai distribuir para o Nordeste, e mais uma infindável lista de condições, mas não se preocupe, no final você poderá receber a visita de um fiscal da receita e ser autuado, não importa  o quanto você tenha se preocupado e prevenido, por que é impossível estar em dia com 100% de todas as obrigações exigidas pelo mamute do Estado.  CUSTO LEVIATÃ 4
  • Qual o custo da mão de obra ? De pelo menos 100% o valor líquido pago ao empregado. Não se esqueça de provisionar as prováveis perdas com reclamações e indenizações trabalhistas. CUSTO LEVIATÃ 5
      Nas formulações dos burocratas em Brasília, eles trabalham com um modelo simplificado (ou enviesado) da realidade econômica, onde basta um alívio de impostos para um setor aqui, uma política de subsídio ao financiamento de um setor ali ou de uma reunião com empresários e muito palavrório acolá para alavancar e chegar aos 25% do PIB de investimentos. Afinal de contas o quê político entende de competição, meritocracia, orçamento enxuto, metas e gestão por resultados, eficiência operacional, corte de gastos, estrutura de capital e planejamento estratégico ??? Eles vivem fora do mercado, eles não precisam se preocupar com lucro ou com mão de obra ociosa, com perda de clientes ou com preço baixo. 
       Por isso que quanto menos interferirem melhor e se o fizerem que o façam de forma uniforme, horizontal, sem beneficiar este ou aquele setor e o façam de forma transparente e anunciada conforme um planejamento previamente divulgado. Governo é igual droga tarja preta, têm que ser administrado raramente e com muita parcimônia, caso contrário vicia e mata !!

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