Quando, no período eleitoral, discutia-se a inclinação das massas em votar contra um governo que já dava mostras incontestáveis de incompetência e maledicência os analistas e a turma dos acomodados dizia: "Ah, mas o povo quer saber de dinheiro no bolso e consumo, a economia para a classe C vai bem obrigado !""
Pelos números de pesquisas de opinião e evidências mostradas na mídia diariamente fica claro que o vento mudou de direção. A economia real, o bolso do brasileiro médio, está em processo acelerado de agonia.
Muita gente que estava "enzubizada" agora começa a pensar: "Pô... será então que aquele pessoal que metia o pau no PT estava dizendo a verdade ?"
Deste raciocínio para a conclusão de que, "se os críticos estavam certos, então Dilma estava mentindo" é um pulo.
Para os que enxergam além da superfície e se debruçam sobre os dados e análises o desespero já tinha chegado faz tempo e a alvorada dos "enzubizados" é vista com alento.
O problema é que a lucidez chegou depois das eleições e se não fizermos nada teremos mais 4 anos (1.460 longos dias) de retrocesso. Duvida ?
Veja quem foi para diretoria da Petrobrás;
Olhe o que foi feito com a LRF;
Assista às entrevistas do ministro da justiça;
Assistiram ao pronunciamento da presidente no dia internacional da mulher?
Veja a estratégia cretina e burra adotada pelo governo por ocasião da eleição do presidente do congresso;
Alguma condenação aos atos criminosos e ditatoriais perpetrados na Argentina e na Venezuela?
E a convocação para guerra do agitador Lula ? e os atos de bandidagem do MST contra o patrimônio público ?
Alguma declaração de apoio a política econômica ?
Alguém já assumiu que fez algo de errado ?
Não se engane, as mudanças feitas até o momento em direção ao concerto macroeconômico, foram impostas pela absoluta falta de opção. É simplesmente a realidade se impondo e um economista de verdade (coisa rara pelos lados deste governo desde a saída de Meirelles) com capacidade de enxergá-la.
O quê fazer então para sair desta certeza de desgraça ? Uma palavra: IMPEACHMENT.
Não vou falar aqui das hipóteses que justificam este artifício democrático. Não há dúvidas que já temos motivos suficientes para isso (aqui 4 textos para quem quiser se embrenhar mais neste ponto: 1, 2, 3 e 4), vou me contentar aqui em dar três utilidades práticas que tal vereda nos proporcionaria:
1) Do caráter educativo:
Todo ser humano é egoísta, todo ser humano responde a incentivos. Pelo governo passam trilhões de reais sem o mínimo controle e sem carimbo de dono. O cenário portanto não é muito auspicioso para a moderação, mas mesmo para os parâmetros de roubalheira, a coisa precisa ter um limite. Se nada menos que o impeachment não for feito, o risco moral e a sensação de impunidade serão tão engrandecidas que os larápios se sentirão invencíveis.
2) Do caráter renovador:
O PT está há 12 anos no poder, não há mais cargos para coptar aliados. A presidente está com 7% de aprovação, sem base política para aprovar projetos no congresso, queimada no próprio partido, impossibilitada de sequer andar pelas ruas e sem nenhuma confiança do mercado e dos agentes econômicos. Sair da crise em que nos meteram já seria difícil com um estadista habilidoso, com a Dilma então !!! Teremos que pagar 3 vezes o preço só pelo fato de ser com ela.
3) Do caráter institucional:
Os ânimos vão se acirrando e os aloprados dos extremos ideológicos podem se achar no direito de partir para uma ação mais direta e truculenta. Nestas horas tudo fica nublado e a história nos ensina que estes episódios podem acabar sim numa ditadura militar. Ainda que não sejamos uma Argentina ou uma Venezuela, o fato é que estamos hoje mais próximos destas democracias de fachada do que há 8 ou 10 anos atrás. A cumplicidade ideológica entre os nossos governantes é flagrante. É sabido que no âmbito das nossas forças armadas o espírito é de rechaçar aspirações esquerdóides. Portanto: "Pra quê isto?" Vamos parar por aqui e fazer uma troca ordeira, constitucional e democrática através do impeachment.

Ainda que justificativas legais e políticas abundem, para àqueles que acham que não, sigamos então a receita de Maquiavel - e tão cara a própria doutrina comunista - de que "os fins justificam os meios".
Nenhum comentário:
Postar um comentário