quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

PETROBRÁS OU PETROMONSTRO ?

Roberto Campos costumava chamar a Petrobrás de petrossauro, tal era o estado de ineficiência e atraso que se encontrava a empresa sob a gestão do poder público nas décadas de 70 e 80.

Hoje chamá-la de dinossauro seria elogioso. Para descrevê-la com mais precisão talvez devêssemos imaginar um mostro de 7 cabeças (mas todas elas sem cérebro), 6 patas, 2 rabos, cego e surdo. É a petromonstro.

Em 3 anos a empresa perdeu 46,5% de valor de mercado, as ações despencam mês após mês, com investidores estrangeiros se desfazendo das ações da petroleira. No segundo trimestre deste ano ela apresentou o primeiro prejuízo desde 1999 no valor de R$1,3 bilhões de reais. Este ano ela perdeu o posto para a AMBEV de maior empresa do país, em valor de mercado. Na américa latina ela saiu de primeira para terceira, ficando também abaixo da colombiana ecopetrol.

Desde 2010 a petromonstro esta com a produção estagnada, as plataformas da bacia de campos perderam mais de 22% de eficiência produtiva. Para se ter uma pequena noção do descalabro que uma gestão petista pode fazer, vamos pegar o exemplo da construção da refinaria de Abreu Lima em Pernambuco. A obra era para ser concluída em 2010, passou para 2014 e os custos inicialmente previstos em U$2,3 bilhões foram aumentados para U$ 20,1 bilhões (uma explosão de gasto 10 vezes maior). No Rio de Janeiro, máquinas importadas pela estatal para construção da refinaria do comperj estão paradas desde 2011 no porto porque até o momento não se sabe como transportá-la até o destino. Esta obra por sinal já esta U$ 10 bilhões acima do orçamento original.

Nesta segunda será apresentado os resultados aos acionistas referentes a 2012. Analistas esperam que o lucro tenha encolhido aproximadamente 40%, a dívida deverá estar por volta de 3 vezes superior a capacidade de geração de caixa e em quase 33% do patrimônio líquido, lembrando que se este indicador superar 35% a estatal perderá seu grau de investimento (investment grade). A agência de classificação de risco MOODY'S já inclusive colocou-a sob perspectiva negativa. Caso isso venha a ocorrer, a petromonstro passará a pagar um custo maior para se financiar no mercado.

Em qualquer lugar do planeta uma empresa para dar lucro deve vender a um preço maior do que ela compra. Pois é, a Petromonstro parece não pertencer a este mundo. Com a produção em queda e o consumo em alta (com o governo baixando o IPI de automóveis, abrindo a porteira do crédito ao consumidor e segurando o preço da gasolina, não poderia ocorrer outra coisa) a estatal tem que importar cada vez mais combustível, só que ela compra por um preço e vende por outro mais baixo, resultado: Só este ano calculá-se o déficit neste tipo de operação em aproximadamente U$ 20 bilhões. (populismo puro) Agora perceba a lógica bizarra desta prática: A Petrobrás que deveria dar pulos de alegria quando o preço do petróleo aumentasse - afinal de contas o maior ativo dela se torna mais valioso - fica na verdade mais triste pois quando isso acontece o prejuízo dela piora. Outro detalhe, as constantes medidas do governo para valorizar o dólar (desvalorizar o cambio) também encarece as importações para a estatal (é o Mantega dando um tiro no próprio pé).

Esta semana foi autorizado pelo governo que a Petrobras aumente o preço da gasolina em 6,6% e o óleo diesel em 5,4% quando analistas calculam que deveria ser, caso ela seguisse a lógica livre de mercado, de pelo menos 15%. O governo determinará que a partir de maio o alcool adicionado a gasolina seja aumentado de 20% para 25%.  O governo também quer que o gás importado pelo estatal seja direcionado para as termeletricas que estão suprindo a deficiência energética por conta da falta de chuvas que comprometeram a geração das hidrelétricas. Notou o quando de "governo" mencionei só nesse parágrafo ? A petromonstro não dá uma piscada sem a benção dele. Ora porque será que a AMBEV, de capital privado, passou nossa querida estatal ? (PRIVATIZE JÁ !!!)

Esta semana esta sendo veiculado na imprensa que a Petrobrás tem atrasado o pagamento de diversos fornecedores. As licitações da estatal estão paradas desde 2008. Os mais de U$120 bilhões levantados junto ao mercado em 2010 já foram gastos seguindo plano ditado pelo Governo. Ela só pode comprar equipamentos nacionais ou que não contenham mais de 40% de conteúdo estrangeiro. A presidente da empresa Graça Foster afirmou que as metas de investimento e rentabilidade desenhadas sob a presidência de seu antecessor, Sergio Gabrieli, não se basearam na realidade. 

Diante de todo este cenário de horror, o que os funcionários da estatal fazem ? hora-extra ? esforço de contenção de gastos ? Campanha de sugestões e idéias de inovação para reanimar o resultado da empresa ? Não. Agendam greve. Com a finalidade de mudar os parâmetros do pagamento do bônus (PPL). Por que será ? Por que a empresa não aproveita e faz um PDV para enxugar custos de mão-de-obra ? Simples, porquê é uma empresa pública e seus funcionários não podem ser mandados embora. Ora porque será mesmo que a AMBEV, de capital privado, passou nossa querida estatal ?

A petrobras se tornou uma empresa que não segue a lógica universal do mercado, da economia. Ela  é mais um instrumento de palanque e de marketing para o PT do que uma empresa que investe em inovação e tecnologia. Ela é lugar para políticagem e políticos, para nepotismo e  para o populismo... Enquanto isso nossos diletos representantes no congresso nacional se degladiam para  estabelecer com quem vai ficar os roylaties do Pré-Sal.  


terça-feira, 29 de janeiro de 2013

A IDIOTICE POR TRÁS DA IDÉIA DO CONSUMISMO

Alertas sobre o apocalipse gerado pelo excesso de consumo se espalham por todo o mundo, economistas, antropólogos, políticos, sociólogos, biólogos, geógrafos, meteorologistas, astrólogos, e toda sorte de especialistas que fazem seus prognósticos pessimistas sobre o futuro basicamente adotando sempre uma premissa: Caso brasileiros, chineses, indianos e todos os outros países ditos em desenvolvimento consumir no mesmo padrão do americano médio vamos precisar de 5,6,7 ou até mesmo oito planetas.

Vamos combinar uma coisa: Isto é um tremenda idiotice e não passa de um alarmismo de quinta categoria que não resiste a 10 minutos de reflexão séria. A idéia toda começa com a velha condenação do materialismo, a tal crítica de que o ser humano cada vez mais se acha feliz pelo que têm e não pelo que é. Pura babaquice ideológica! A bíblia já pregava a chegada do apocalipse como uma espécie de punição ao luxo, ao excesso de desejos puramente materiais.

Pois bem, a ambição, a vontade de se diferenciar dos demais pelos ornamentos, de ter atributos materiais exclusivos é um traço evolutivo, há mais de 200 mil anos atrás aquele que tinha a caverna mais aconchegante, por assim dizer, e que conseguia as melhores caças levava a fêmea mais desejada para procriar e ser feliz. Os espécimes que tinham esta característica se mostraram mais aptos à sobrevivência e foram os que prevaleceram. Hoje somos filhos deste pessoal e temos impresso em nosso DNA este atributo.

Este traço é que levou a humanidade a inventar, produzir, prosperar. O fogo, a lança, o arco e flecha, a roda, a agricultura, a pólvora, o papel, a arma de fogo, as caravelas, a máquina a vapor, a eletricidade, o trem, o telégrafo, o automóvel, o telefone, a linha de produção, o avião, o microondas, a pizza, o futebol, o computador, a internet, o i-phone e todos as outras milhões de invenções, descobertas, inovações foram conseqüência desta busca incessante pela distinção, pela riqueza, pelo poder de ter cada vez mais meios de comprar tempo livre para se dedicar ao prazer.

Prosperidade é tempo livre. Hoje o homem moderno não precisa fazer suas próprias roupas, buscar e filtrar sua própria água, caçar e matar para ter comida, cortar lenha para se aquecer, andar armado para não ser morto, escrever cartas para enviar notícias a familiares distantes, ordenhar vacas para ter leite. Todo o tempo que nossos ancestrais gastavam para desempenhar tais tarefas não lhes proporcionavam muito tempo livre para ver um filme, ler um livro, namorar ou ficar mesmo sem fazer nada, apenas pensando na vida.

O terrorismo que se faz apregoando a escassez do planeta para atender ao desejo infinito do ser humano não leva em consideração a inventividade e adaptabilidade deste mesmo ser humano. O economista nascido no século XVIII, Thomas Malthus, alertava para a impossibilidade de se produzir comida no mesmo ritmo de crescimento que a taxa de natalidade. Para ele a comida crescia numa progressão aritmética enquanto que a população em progressão geométrica. Embora toda a perspicácia do argumento Malthiusiano, o desenvolvimento e inovação na indústria de alimentos foram tão grandes que hoje não só já ultrapassamos os 7 bilhões de habitantes deste lindo planeta como ainda nos damos o "prazer" de desperdiçar aproximadamente 47% dos alimentos produzidos. (conforme estudo recente da BBC).

No Brasil temos mais de 40 milhões de recém chegados a classe média ávidos por poder desfrutar de seu primeiro carro, sua primeira viagem ao exterior, seu primeiro micro-ondas, sua primeira televisão de LED, seu primeiro tablet, e isto, senhoras e senhores, é o quê precisamos cada vez mais e não menos. É o consumo que dispara o investimento, que traz emprego, que traz renda e que traz mais consumo, num ciclo virtuoso de riqueza. E a riqueza traz sim felicidade, porque ela proporciona educação de qualidade, saúde, roupas, carro, acesso ao lazer, a cultura, faz bem para auto-estima e acima de tudo, permite ao indivíduo a querer cada vez mais e sonhar cada vez mais alto. Isto é o combustível do progresso. É o filme que já tiveram protagonistas como os EUA, a Inglaterra, o Japão, a Alemanhã, a Suiça, e por aí vai.

Não existe tal coisa de consumismo tresloucado que levará ao fim do mundo. A falha está na premissa de que a produção não se adequaria a maior demanda levando a uma espécie de superutilização dos recursos naturais, o que provocaria a extinção de animais, árvores, ar puro, rios e etc,... Ora quando o oléo de baleia começava a dar sinais de escassez no século retrasado, seu preço aumentou informando aos interessados que alguma coisa precisava ser feita, surgiu então  o petróleo como substituto e o querosene passou a ser utilizado na iluminação em substituição ao óleo do mamífero marinho. 

O mecanismo de mercado - preço determinado pelo equilibrio entre oferta e demanda - tratará de fornecer os incentivos necessários para provocar os ajustes que fará o Chinês tão rico quanto o americano a consumir um veículo elétrico ou utilizar um trem bala aconchegante ao invés de um SUV à diesel por exemplo. Ou um brasileiro a querer assistir a um jogo de futebol ao vivo comendo sanduíche de carne ao invés de assistir pela televisão 3D de LED-lítium comendo pipoca de micro-ondas e bebendo coca em lata. Sei lá quais serão as inovações que um novo Steve Jobs acabará fazendo para adequar os padrões de consumo às futuras restrições, só sei que o desejo do ser humano, assim como sua imaginação e capacidade de realização andam juntas e são infinitas. Graças a Deus.


terça-feira, 15 de janeiro de 2013

MUNICÍPIOS: UMA PEQUENA AMOSTRA DO CAOS

Desde 1º de janeiro deste ano o Brasil tem mais 5 novos municípios, totalizando agora 5.570. Os novos entes federativos são Pescaria Brava e Balneário Rincão em Santa Catarina; Mojuí dos Campos no Pará, Pinto Bandeira no Rio Grande do Sul e Paraíso das Águas no Mato Grosso do Sul. Cada um deles vem acompanhado de uma prefeitura e suas secretarias, uma câmara municipal com seus vereadores e novos funcionários públicos para operar a burocracia da máquina.

Pescaria Brava possuirá a bagatela de 7.060 eleitores. O Call Center da empresa de telefonia GVT tem mais funcionários. A média de público do Mixto, time da quarta divisão do campeonato brasileiro, é maior do que isso (7.322 torcedores). Já Pinto Bandeira, a nova cidade Gaúcha, tem uma população de incríveis 2.578 habitantes dos quais 2.290 são eleitores. Tem condomínio residencial no Rio de Janeiro ou em São Paulo com maior número de moradores.

No Sergipe o novo prefeito, Luis Heman (PSL) eleito no último pleito tem que despachar na praça pública da cidade, porque seu antecessor "depenou a prefeitura. Todos os computadores, ar-condicionado e telefones sumiram" segundo palavras do próprio político. Aluguéis em atraso e local entulhado de sujeira impossibilitam a utilização do antigo órgão governamental. Uma moradora se solidarizou e irá emprestar sua casa para que o prefeito possa trabalhar mais dignamente.

A operação Derrama da polícia civil prendeu 7 ex-prefeitos hoje por fraudes tributárias. No total foram cumpridos 25 mandados de prisão nas cidades de Linhares, Marataízes, Anchieta, Guarapari, Aracruz e Ananias. Gratificações milionárias eram pagas a título de bônus a servidores públicos que supostamente teriam recuperado créditos tributários de grandes empresas. As acusações são de estelionato, usurpação de função pública, dispensa ou inexigibilidade de licitação, excesso de exação, peculato e advocacia administrativa.

Não obstante a situação caótica da administração no município de Nova Iguaçu, no Rio de Janeiro que acumula dívida aproximada de R$ 1 bilhão, hospitais em situação declarada de calamidade pública e interrupção da coleta de lixo, o novo prefeito da cidade, Nelson Bournier, conseguiu aprovar na Câmara de Vereadores, um aumento de seu salário de 102%. O mandatário passará a ganhar R$19.200 por mês. A onda pegou e colegas das cidades vizinhas de São João de Meriti e Belford Roxo também majoraram seus vencimentos para R$24.000. Salário maior do que o do próprio governador do Estado.

A lista de atrocidades contra o dinheiro do contribuinte é extensa. Experimente digitar no Google a frase "prefeitura tem deficit" e aparecerão uma listagem com mais de 2.000.000 de ocorrências. É um retrato do caos! 

Pesquisas recentes sobre desonestidade (Leia o Livro "A Mais Pura Verdade sobre a Desonestidade" do professor do MIT - Massachusetts Institute of Technology - Dan Ariely por exemplo) demonstram empiricamente que o maior problema esta nos incentivos. A maioria da população, dada as condições propícias, tende a trapacear para obter vantagens pecuniárias. Daí a importância de se criar marcos institucionais sólidos para não "oferecer o ouro ao bandido". O remédio tem que partir da premissa de que irá haver roubo caso haja oportunidade. pressuposição têm que ser de que todos são bandidos potenciais ao invés de que todos são escoteiros e homens honestos.


Sob este ângulo, a simples existência de prefeituras em lugares ermos, onde o número de analfabetos supera ao de alfabetizados, em que a polícia e o setor judiciário são mínimos, a imprensa sequer existe, todo mundo se conhece ou é pertencente ao mesmo grupo familiar e que recebem, através do fundo de participação dos municípios, milhões de reais para "administrar"... É pedir para ser roubado. Precisa aumentar, e muito,  as exigências mínimas para a criação de municipios.

domingo, 6 de janeiro de 2013

SUPERÁVIT PRIMÁRIO MAQUIADO - parte 2

Ainda repercutindo a manipulação do superavit primário postado em meu último texto, recomendo a leitura do post Estelionato Fiscal que foi escrito pela jornalista Miriam Leitão em seu blog: http://oglobo.globo.com/economia/miriam/posts/2013/01/06/estelionato-fiscal-481116.asp

Não é preciso dizer mais nada, vamos apenas acompanhar os desdobramentos. Espero apenas que esta equipe econômica saia antes de causar mais e piores danos ...

sábado, 5 de janeiro de 2013

SUPERÁVIT PRIMÁRIO MAQUIADO E UM ANO PARA ESQUECER

Para fechar o ano com chave de ouro, nossos condutores da economia no planalto de Brasília, avacalharam com a contabilidade pública para maquiar  o principal indicador de solvência do país, o Superávit Primário.

Uma sucessão de descalabros foram cometidos no intento de melhorar o tal índice. No último dia do ano o governo foi buscar 12,4 bilhões de reais do fundo soberano (81% do seu montante), 4,7 bilhões da Caixa Econômica Federal, sob a forma de antecipação de dividendos e mais 2,3 bilhões do BNDES também sob a forma de antecipação de dividendos. Para "legitimar" as operações, diversas portarias foram editadas separadamente e publicadas no dia 3/01/2013 com data retroativa. Parece até com aquele adolescente moleque que quer esconder algo e apronta as trapalhadas escondido dos olhos paternos.

No melhor estilo Cristina Kirchner, a presidenta argentina que manipula descaradamente os índices de inflação do país, a equipe econômica brasileira lança mão de uma contabilidade criativa (para dizer o mínimo) a fim de alcançar os 139,8 bilhões de reais da meta do superávit. Lembrando que para atingir o objetivo o governo já havia abatido deste valor 32 bilhões usados no PAC, medida polêmica que já havia sido alvo de críticas de todos os lados.

A forma como foram sacados o valor do fundo soberano foi ainda mais espúria. Dos cerca de R$15 bilhões que o fundo tinha em carteira, R$9 bilhões eram em ações da Petrobrás (aliás este fundo soberano é uma piada de tão péssimo gosto que merece ser assunto de um outro post neste blog). Pois bem se o governo fosse a mercado para vender as ações, iria provocar uma baixa no valor de mercado da petroleira, então vendeu para o BNDES que quitou as operações com título públicos. Estes foram transformados em dinheiro pelo tesouro e contabilizados como caixa para compor o superávit. 

Já o dinheiro que veio da Caixa Econômica também percorreu caminhos nada convencionais, pois foi feito com carimbo de "antecipação de dividendos", sendo que até setembro a caixa registrou lucro de 4,1 bilhões e pagou valor recorde  de 7,7 bilhões de dividendos ao Governo. Para não permitir que o banco público ficasse em desacordo com as normas de exigência mínima de capital e paralisasse as operações de empréstimo, o Governo antecipou um aporte de capital de R$5,4 bilhões programado para 2013. O mais esdrúxulo é que parte desta capitalização foi feita com ações detidas pelo BNDESpar - braço de investimentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) - e repassadas ao Tesouro.

Pois bem; agora a caixa econômica federal é sócia de frigorífico, processadora de minério, fabricante de autopeças, empresa de calçados, refrigeradores, entre outras. Ao todo a injeção extra de dinheiro nos cofres do Tesouro somaram 19,4 bilhões de reais. Todo este vai e vem de títulos, ações e dinheiro foi executado no apagar das luzes de 2012, sem que ninguém do governo viesse a público explicar a engenharia.

O Superávit primário é um importante marco na história econômica recente brasileira, seu monitoramento para atingimento das metas estipuladas juntamente com o sistema de câmbio flutuante e  o regime de metas de inflação formam o famoso tripé que, em conjunto com a Lei de responsabilidade fiscal, foram tão importante na estabilização pela qual passou o Brasil no difícil caminho percorrido para mostrar aos investidores,  credores e público em geral que o plano Real tinha vindo para ficar, assim como a austeridade fiscal necessária para sua solidificação. Este legado tão arduamente conquistado levou o Brasil a ter suas finanças públicas respeitadas mundo afora a ponto de ser um dos principais destinos do investimento estrangeiro, de não ter qualquer problema para vender seus papéis de dívida em moeda nacional a custos módicos e de ter alcançado o importante grau de investimento.

Não se sabe exatamente a intenção de tais manobras contábeis, se era para esconder o péssimo desempenho fiscal (até novembro o Brasil não vinha sequer com 2% de superávit no acumulado de 12 meses) o tiro saiu pela culatra. O fato é que fechamos 2012 com um PIB de 1%, inflação de quase 6%, investimento e produção industrial em queda, câmbio que já deixou de ser flutuante há muito tempo e, mesmo com todo arsenal protecionista do governo, a balança comercial encolhendo 10 bilhões de reais em comparação a 2011. Enfim vamos ver até quando a popularidade nas alturas da presidenta Dilma vai persistir com esta administração pavorosa da nossa economia. Os resultados já estão aí para mostrar a (falta de) qualidade da atual gestão.



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