Em tempos de Estado indutor, paternalista, assistencialista, de bem estar social ou do quê quer que você queria chamá-lo nestes dias onde ele se encontra cada vez mais onipresente, quem mais sofre são os "pobres coitados" que se diferenciam por capacidade, competência, criatividade, empreendedorismo e, por que não, coragem.
São estes que cada vez mais precisam fornecer nacos de seus rendimentos, fruto de muito suor e trabalho, em nome da igualdade propalada pelos intelectuais dito modernos. São tempos sombrios…
O Estado, que surgiu em priscas eras com o objetivo declarado de garantir a segurança interna e externa e prover a justiça entre os cidadãos, hoje lança mão do monopólio da força para proibir toda sorte de inutilidades: Desde a ingestão de batata-fritas à contratação de trabalho por menos de R$ 678,00 ao mês; desde a cobrança do preço que o mercado quiser pagar do combustível à empresas usarem animais em testes de laboratórios; desde escolas que querem premiar com mais dinheiro os professores que têm melhor desempenho ao uso de preservativos e métodos anticoncepcionais.
Uma vez que algum bem intencionado resolveu expandir a atuação do Estado para, supostamente, proporcionar melhores condições de vida aos seus cidadãos a coisa começou a degringolar e hoje temos uma sanha intervencionista que se intromete cada vez mais nos negócios particulares.
Como dinheiro não dá em árvore e o Estado não produz riqueza alguma, quem acaba financiando a máquina cada vez mais pesada deste Leviatã são àqueles que produzem. O mecanismo de redistribuição ocorre em nome da igualdade e se dá através de bolsas assistencialistas, aposentadorias privilegiadas, empregos públicos estáveis, empréstimos subsidiados, concessão de benefícios fiscais e claro a velha e conhecida corrupção.
Mas que diabo é esta tal igualdade que os agentes de governo, a intelligentsia de esquerda ou os humanistas modernos enchem a boca para usá-la na justificativa de toda ação supostamente progressista do Estado ?
Vamos executar o seguinte experimento mental: Pegue um grupo de 50 indivíduos, todos nascidos no mesmo dia, no mesmo hospital, filhos de pais da mesma classe social, raça e religião e coloque-os para ter uma criação até os 23 anos de idade exatamente igual. Mesmo tratamento de saúde, educacional, psicológico, moral, cultural e religioso (supondo que isto seja possível). Depois solte-os numa cidade como São Paulo ou como Chicago, ou como Curitiba ou como Londres, ou qualquer outra do mundo ocidental (para ficarmos num exemplo mais próximo da nossa realidade) para disputarem oportunidades e seguir a partir de então suas vidas por si mesmo.
Existe alguma dúvida que depois de 20 anos, por exemplo, cada um se encontrará em situações físico-financeiros diferentes ? Talvez um deles quisesse experimentar drogas e se tornou um viciado, talvez outro tenha se tornado um executivo medíocre, talvez outro tenha aberto seu próprio negócio e enriquecido, outro virou presidente de uma prestigiosa companhia e outro ainda tenha se tornado ativista ecológico ou pastor de igreja.
Estudos com gêmeos idênticos dão conta de que nem entre eles (um grupo tão homogêneo) os resultados se dão na mesma medida - cada um seguindo uma história de vida a sua maneira. Imaginem num grupo mais amplo, como àqueles pertencente a uma sociedade por exemplo.
Uma outra questão importantíssima ainda tem a ver com as razões que levaram determinado indivíduo a fracassar. Como saber se a culpa foi dele, foi da família que o criou, foi da escola, foi dos genes, ou de todos eles ?
Por quê é importante saber tal razão ?
Por que se a culpa é exclusivamente das escolhas feitas por este indivíduo seria justo que outros paguem a conta ?
Seria um prêmio a incompetência. No longo prazo esta trama bizarra levaria tal esquema a bancarrota, pois se vamos recompensar os fracassados e dividir o sucesso dos vitoriosos, ao fim ao cabo, desmotivaremos os melhores e vamos todos viver na mediocridade.
A menor unidade de referência de uma nação é o indivíduo. Cada um processa as sensações do mundo a sua volta de uma forma única e interagindo com a realidade de formas diferentes, produzindo respostas e consequentemente resultados diferentes. Fugir disso é fugir do que somos. É ir contra a natureza. O quê precisa é cada um ter a liberdade para fazer suas escolhas e arcar com as consequências.