Depois de um período de ausência deste espaço tão visitado (são mais de 3 por dia), voltei pois não consegui deixar de registrar minha frustração pela escolha que nos foi imposta pela democracia brasileira no último domingo.
Nestas horas de aflição e até desespero eu me pergunto: Quem inventou esta forma de governo de merda chamado de democracia? Se um país qualquer for composto só de imbecis, como é que juntando eles para decidir algo pode sair algo diferente do que imbecilidades? Mas deixa pra lá porque nos dias que correm ela ainda é o "menos pior" que foi inventado para se governar um país. (imagine como os outros regimes não deveriam ser ?)
O fato é que foi concedido a Dilma mais 4 anos para ela completar o serviço de provar que o desenvolvimentismo deveria estar morto. Ressuscitando-o e mostrando seu repertório estatal-intervencionista ela deixará claro aos brasileiros porque ele nunca sequer deveria ter dado às caras por aqui. O estrago será grande, mas como qualquer criança que não escuta os pais, aprenderemos do pior jeito, o brasileiro é assim, tem que sentir na pele pra aprender. Foi assim com a inflação e foi assim com os planos econômicos heterodoxos, não serve a observação dos outros e tampouco os livros-textos, temos por aqui o péssimo hábito de passar pelo inferno pra constatarmos que ele é realmente quente.
Então preparem-se, aí vem o rebaixamento da nota de crédito do Brasil, o aumento de impostos, a bolsa caindo, os valores de mercado de estatais derretendo, a gasolina e energia aumentando, maquiagens contábeis parte 2, contas públicas deficitária, BNDES e bancos públicos populistas, inflação na casa de 2 dígitos, dólar testando os R$ 3,00 e corrupção ganhando as manchetes de todos os jornais.
Tudo pode piorar ainda mais se o preço do petróleo continuar desabando (o novo normal já é abaixo dos U$ 100 o barril), se os EUA aumentar os juros, se a China continuar com crescimento minguado e se o acordo de livre comércio EUA-Europa for assinado. Todas ocorrências altamente prováveis.
O PT inflige a si próprio um auto-engano digno de revolta, pois quem pagará a conta seremos todos nós. Para o governo e seus agentes a vitória nas urnas é a convalidação do modelo. O que nos faz concluir que o mote da campanha - Governo Novo, Idéias Novas - era só mais uma das fraudes e mentiras extensamente praticadas ao longo do pleito pelo partido dos trabalhadores.
O estrago feito por Dilma e seus asseclas em seu quadriênio inicial não chegou aos rincões nordestinos, lá o Bolsa Família amortece a realidade recessiva que já está exposta ao sul do Jequitinhonha. É como um carro sem manutenção que continua rodando, primeiro vais as pastilhas de freio e o óleo, mas precisa de mais alguns quilômetros de estrada além do prazo para danificar o motor…mas um dia este dia chega e aí o problema é que o custo do conserto sai por um preço bem mais alto.
Dilma fez tudo que um presidente poderia fazer para não ser eleita (uma amostra disso você pode ler aqui, aqui, aqui e aqui), mas uma variável macro-econômica apenas foi suficiente para lhe assegurar os 2 pp mínimos para sua reeleição: o nível de emprego. O problema é que não é uma variável qualquer, é a mais tangível para a maior parte do eleitorado. Certamente se as eleições fossem em 2015, a inapetência da política econômica teria tido tempo de alcançar a esta última sigla e causar o revés nas urnas esperados pela lógica e pelo bom senso.
Tempos sombrios nos aguardam, só espero que ataques às instituições democráticas, tais como imprensa livre, judiciário forte, ministério público independente e estabilidade da moeda não sejam ameaçadas a ponto de colocar em risco conquistas ainda mais caras e tão bravamente conseguidas pela geração de brasileiros que nos antecedeu.
Fiquemos vigilantes e preparados para quando acordarmos para a realidade possamos retomar o rumo da prosperidade e da ortodoxia que abandonamos desde que Palocci foi sacado da Fazenda.