quarta-feira, 27 de março de 2013

O PROBLEMA DA MEDIÇÃO DO MAMUTE


O Estado brasileiro é um mamute. Pesado, burro, preguiçoso e sempre a procure de alimentação farta e fácil.

O peso do governo cresce ano após ano drenando recursos das famílias e das empresas para financiar seus gastos.

A justificativa apresentada é que ele precisa distribuir renda, diminuir desigualdades, corrigir as falhas do mercado, além é claro de ter dinheiro para pagar por suas funções primordiais tradicionais - segurança, saúde e educação.

Como o governo atua num ambiente fora do mercado fica difícil avaliar se cada R$ 1,00 adicional que ele retira da economia será retornado, pelo menos na mesma proporção do valor original.

No ambiente de mercado fica fácil de medir. Se uma padaria de bairro por exemplo, produz 500 pãezinhos francês, digamos para uma população ao redor de 200 casas, o dono poderá cobrar, vamos supor, R$0,50 por unidade. Entretanto se ele produzir 600, muito provavelmente os 100 adicionais terão que baixar o preço para não encalhar na prateleira. É o mercado dizendo pro dono da padaria que o retorno da 501ª unidade é menor do que o da 500ª e que a partir daquele ponto o lucro por pãozinho adicional se torna decrescente.

Mas e no no governo como mede ?

R$ 1,00 a mais de imposto poderia servir para:

- Pagar juros;
- Aumento salarial dos servidores públicos;
- Consertar a obra mal feita do antigo dono do cargo;
- Modernizar aeroporto ou porto ou rodovia ou ferrovia;
- Construir um novo hospital;

Não é preciso ser nenhum especialista para constatar que os três primeiros exemplos de destinação que apresentamos nas opções acima do imposto adicional não contribui em nada para o desenvolvimento do país.

Alguém poderia dizer. Mas e o PIB ?

Para efeito de PIB, se o dono da padaria gastou mal o R$ 1,00 e ficou com os pãezinhos encalhados, sem conseguir vendê-lo o valor acrescentado no PIB é zero. Já o governo, não interessa onde ele usou o R$1,00 adicional. Será contabilizado um aumento do PIB de R$1,00.

Aumento no PIB por meio de aumento do gasto do governo não necessariamente portanto é uma coisa boa. Aliás pelo histórico que temos no mundo todo e especialmente aqui no Brasil é péssimo negócio. 

Meu sonho como economista era possuir um instrumento tão eficaz quanto o mercado - inapelável - para mensurar com alguma exatidão o retorno de cada real   que o Governo drena da economia ano a ano.

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