segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

PIB PÍFIO E INVESTIMENTO DESAPARECENDO.

Fecharemos 2012 com um PIB  crescendo entre 0,9% e 1,2% e como a taxa de crescimento populacional no Brasil gira na casa de 1,1%, obteremos, portanto, um crescimento per capita nulo neste ano que esta se encerrando.

Não adianta culpar a crise internacional pois ela já estava dada antes mesmo de 2010 quando o Brasil cresceu 7,5% e 2011 quando o PIB aumentou em 2,7%. A fase mais aguda da crise foi em 2009 quando a zona do Euro despencou 4,4% e o Estados Unidos 3,1%. De lá pra cá nenhuma queda desta magnitude se repetiu, pelo contrário, os EUA vem se recuperando e a Europa anda de lado sem, no entanto, apresentar um declínio daquela natureza. Vale ainda ressaltar que outros países aqui da vizinhança que se encontram no mesmo planeta apresentarão taxas quatro vezes maiores que a nossa. (Chile, Peru, Colombia, México e até a Argentina)

Não adianta culpar os juros altos, a Selic só fez diminuir e irá fechar 2012 em seu volume mais baixo de todos os tempos, 7,25%. Se antes ocupávamos o primeiro lugar no ranking mundial dos juros reais (Selic descontada a inflação), atualmente estamos em quarto, atrás da China, Chile e Austrália. Em novembro este número (juros reais) no Brasil era de 1,7%. A bengala exaustivamente usada como desculpa por sindicatos, FIESP e toda sorte de populistas parece, portanto, estar deixando de existir.

Não adianta culpar a falta de crédito, o nosso querido BNDES recebeu do Tesouro mais de de 350 bilhões de reais desde 2007 para financiar projetos (se estes apresentam taxas de retorno eficientes e fatores multiplicadores desejáveis para o resto da economia, daí já é assunto para um outro texto) e os demais bancos públicos alavancaram seus volumes de empréstimos batendo recordes  históricos. Atualmente nosso estoque de crédito já supera metade do PIB, algo inimaginável no passado recente do nosso país. Em parte é o que provoca no cidadão comum, juntamente com o aumento da renda, uma sensação de bem estar e a cegueira com relação ao restante dos problemas nacionais.

Já sabemos que a produtividade é um ponto importante e que certamente contribuiu para o número pífio do PIB, mas o que realmente vem surpreendendo negativamente e apresentando uma parcela maior da culpa é o investimento (ou formação bruta de capital fixo no jargão economês). Há 5 trimestres consecutivos esta sigla anda pra trás. A despeito do declarado foco oficial que o governo vêm dando ao assunto, parece que o espírito animal do empresariado não engrena. A pergunta de U$ 1 bilhão é: Por quê o tal do investimento não dá o ar do graça e vem diminuindo há quase 1 ano e meio ?

Sem estudos empíricos só podemos, no momento, especular. Mas vamos ainda  a alguns fatos: É a partir do terceiro trimestre de 2011 que se inicia a série negativa do investimento (lembrando que as projeções para o quarto trimestre  deste ano também é de queda, o que levaria a um recorde de baixas que só ocorreu uma  única vez no período do segundo trimestre de 1998 ao terceiro de 1999). Nos 8 anos de governo Lula, o Governo Central investiu em média 0,8% do PIB (mesmo número da administração FHC), sendo que no último ano - eleitoral - este número subiu (como é de costume), fechando 2010, portanto com 2,9% do PIB. O primeiro ano de Dilma teve um volume de 2,5% de investimento.

Trocando em miúdos, 3% parece ser o limite que o Governo Central pode atingir no curto prazo em termos de investimento e já que o país precisa contar com um volume de pelo menos 20% para seguir crescendo a taxas saudáveis ao redor de 4%, sem pressão inflacionária e mantendo o atual nível de desemprego, a chave para o segredo é óbvia: SETOR PRIVADO.

O setor privado é que vem sistematicamente reduzindo o investimento nestes últimos 15 meses e sem dar sinais que vá mudar no futuro próximo. (O IBRE da FGV já projetou que para o quarto trimestre o investimento continuará sua trajetória de queda).

Existe uma vasta literatura em economia que investiga e tenta explicar os determinantes para o investimento. Poupança, ambiente institucional seguro, taxas de retorno atraentes (portanto custos de capital competitivos) e expectativa de crescimento. Parece que, dentre estes, resolvemos apenas a questão do capital, entretanto ainda que os outros não estejam 100% sanados, chegamos a uma taxa de investimento ao redor de 20% há bem pouco tempo, o que aconteceu então no passado recente ?

A percepção dos agentes econômicos parece estar na linha de descrédito com o crescimento e também há uma desconfiança com relação ao ambiente institucional que recentemente andou sofrendo abalos nos casos das renovações das concessões do setor elétrico (a truculência do governo levou a perdas recordes do valor de mercado das empresas do setor elétrico, está claro que o mercado viu com maus olhos a forma como se deu a atuação do governo para reduzir a conta de energia), na petrobrás e no formato dos modelos de concessões para a privatização dos aeroportos, rodovias e ferrovias.

A hiperatividade do governo nas questões micro-economicas também causa desconforto. É postergação da redução do IPI aqui, aumento das tarifas de importação acolá, reuniões com empresários resmungões e liberação de verbas via BNDES mais ali na frente e assim vai, num ritmo frenético de curativos pontuais sem atuar efetivamente de forma horizontal e ampla nas verdadeiras causas estruturais dos problemas já conhecidos, principalmente no que tange a infra-estrutura e àquelas que elevam o chamado custo Brasil.

A visão da equipe econômica atual é homogênea e falta discordância. Como já dizia Nelson Rodrigues, toda unanimidade é burra, e no governo Dilma ela é, infelizmente flagrante.

terça-feira, 25 de dezembro de 2012

FORA MANTEGA !!

A maior e mais prestigiada revista de economia do mundo - The Economist - fundada em 1843, lida por investidores, empresários e autoridades por todos os quatro cantos do planeta sugeriu a nossa dileta presidenta que trocasse o time que rege a economia em terra verde e amarela.


A sugestão veio logicamente com base em argumentação arguta, ácida e de certa forma cínica que já faz parte do DNA do periódico semanal inglês. As constantes opiniões super-otimistas do ministro e sua equipe, o ar arrogante e as reações pouco educadas às críticas recebidas, o excesso de políticas heterodoxas na condução da economia são algumas das falhas apontadas na reportagem que justificariam a demissão do comandante da pasta da fazenda, ministro Guido Mantega.

Sem entrar em querelas de cunho xenófobo ou discurso nacionalista de defesa à soberania brasileira, até porque seria ridículo e estéril enveredar por tal seara, precisamos analisar objetivamente a performance do ministro que esta tendo sua permanência contestada à luz dos resultados entregue versus o que foi prometido, diante da percepção dos agentes econômicos e da imprensa especializada qual deve ser o destino do nosso prezado Mantega ?

Temos que analisar, como em qualquer empresa de qualquer tamanho e de qualquer ramo de atividade, para que ele foi contratado e se tinha poderes suficientes para entregar o resultado pretendido.

Ficou claro, desde o início, que para o governo petista o foco é o crescimento, o investimento e a retomada do crescimento da "sofrida" indústria nacional. Ainda que para isso a inflação, o câmbio (outrora flutuante) e as metas de gastos fiquem em segundo plano. Permanecendo na questão de aferição do desempenho do nosso caro ministro, também é amplamente divulgado o imenso prestígio de que goza o referido dono do mais alto cargo da economia no Brasil. Ele encampou poder e influencia, quase que irrestrito, nas pastas da Fazenda, no Banco Central e até no Planejamento. Até porque sabe-se que o mesmo possui visão ideológica similar a da nossa presidenta no que tange ao funcionamento da economia - Nada melhor você dizer aquilo que seu chefe quer ouvir.

Bom então vamos agora a frieza dos números. O Brasil deve fechar o ano com um crescimento ao redor de 1% versus 4,5% que o Ministro declarou no inicio do ano. Com relação ao investimento o planejado até novembro era gastar 90,4 bilhões de reais sendo que o efetivado foi de 39,7 bilhões (nem nota 5 atingiu neste quesito). Já a produção industrial recuou 2,9% nos primeiros 10 meses do ano.

Como se vê nosso avaliado não se saiu bem nas provas, com o agravante que países vizinhos aqui do Brasil irão crescer a taxas superiores a 4%, pra piorar,  o nosso país terminará o ano ainda com uma inflação beirando os 6%, isto graças ao congelamento do preço da gasolina que ajudou a segurar o índice. Um outro ponto gravíssimo que conta contra é a inexistência de diálogo com o setor privado, ninguém do governo, muito menos Guido Mantega, goza de bom trânsito (tampouco fez questão disso até hoje) junto ao empresariado para passar confiança aos mesmos e despertar a credibilidade necessária para levá-los a investir, até porque o próprio governo não dá o seu exemplo neste particular.

Em artigo recente publicado no jornal paulista, Estadão, Mantega reconhece que o crescimento esta demorando mais que o esperado e desenvolve a tese de que a economia esta em processo de desintoxicação (no caso as drogas tóxicas seriam os juros altos que geravam retornos financeiros fartos e fáceis e o cambio artificialmente apreciado que facilitava a compra de maquinário e insumos a preços baixos). Como se vê precisou passar 360 dos 365 dias do ano para que o Ministro assumisse que os seus vaticínios estavam fora de rota em termos temporais. Para ele, no entanto, o remédio continua sendo o correto.

Em frase famosa, Albert Einstein, um dos cérebros mais brilhantes que já existiu deu sua definição para insanidade: "Não há nada que seja maior evidência de insanidade do que fazer a mesma coisa dia após dia e esperar resultados diferentes."

Entre manter o atual ministro e correr o risco de ver mais um ano (ou mesmo semestre) da mesma pasmaceira (antipatia e descrédito são coisas que demandam tempo para serem curadas) e colocar um outro que ao menos dialogue com os descrentes e pense ligeiramente diferente (afinal o governo esta impregnado com uma pletora de economistas desenvolvementistas. Na era Lula pelo menos tinha o Henrique Meireles) para gerar renovadas expectativas ao mercado, parece mais eficaz a segunda alternativa. Por isto a conclusão exposta no título desta postagem: Fora Mantega !!

sábado, 15 de dezembro de 2012

PORQUE A GUERRA DOS PORTOS TEM QUE CONTINUAR

O Sudeste do país tem uma renda per-capita quase duas vezes maior do que o Norte e quase três vezes superior ao Nordeste. Não é segredo ou novidade para ninguém que o Brasil guarda profunda desigualdade entre os seus 27 estados da federação. Um problema que historicamente gera efeitos de super concentração do PIB no Sudeste e abandono das regiões Norte e Nordeste.

Uma das formas de diminuir a discrepância é a adoção pelos Estados mais carentes de incentivos fiscais para baratear a carga tributária de empresas que se instalem em seu território. Grande parte das empresas no Brasil (isso é válido para qualquer lugar do mundo) precisam importar, seja insumos que serão usados na sua produção ou seja máquinas, equipamentos e tecnologia para montar ou modernizar seu parque industrial. Atualmente apenas cerca de 16% do que se importa são bens para consumo.

As empresas que tomam a decisão de ir se instalar em outros estados (saindo do circuito São Paulo, Rio, Minas) o fazem porque um dos principais custos em seus modelos de rentabilidade são os impostos e, quando um outro estado da federação acena com uma possibilidade de redução neste gasto, a empresa faz as malas e leva seu parque produtivo para lá. 

O estado que reduz o ICMS, concede o terreno para a construção da fábrica,  provê infra-estrutura viária, além de outras facilidades, o faz porque a empresa que esta chegando, atrai investimento para o Estado, gera empregos (diretos e indiretos), desenvolve a região e aumenta a arrecadação no médio prazo.

A menor carga de imposto (fruto do desconto fiscal concedido pelo estado) será repassada para o produto final pela empresa beneficiada, forçando a concorrência a também baixar os preços para não perder mercado, trata-se de um processo altamente benéfico para o consumidor final e para a produtividade da economia como um todo, ajudando a controlar a inflação, a diminuir o inchaço dos grandes centros e a aumentar a competitividade dos produtos aqui e no mercado externo.

Acontece que nesse jogo não existe só ganhadores. Alguns grupos de interesse com alto poder de gritaria não ficaram contente em ver sua zona de conforto sendo perigosamente acossada. O estado de São Paulo vem perdendo participação nas importações desde que a concorrência com os outros entes da federação via concessão de benefícios se alastrou. No ano de 2000 os paulistas tinham 46% de toda importação que chegava ao país, este número vem caindo e em 2011 já estava em 36,3%. No mesmo período o estado viu sua participação no PIB nacional cair em mais de 5%, enquanto os outros Estados, principalmente aqueles que fazem uso pesado dos descontos de ICMS, (Pernambuco, Santa Catarina, Espirito Santo e Goias) vem aumentando consistentemente sua fatia do bolo. Os Pernambucanos e os Catarinenses, por exemplo, aumentaram 7% e 8%, respectivamente.

Um outro motivo para chiadeira é que boa parte da nossa indústria não é párea para os produtos estrangeiros, nesse caso o sudeste é particularmente mais afetado por conter o maior parque fabril do país. Na medida que outras empresas vão para os estados que barateiam a compra de insumos no mercado internacional, São Paulo, Rio e Minas vêem seu mercado perder terreno. É mais barato comprar a resina do Oriente Médio do que da Brasken, é mais barato comprar o aço chinês ou coreano do que o da do Gerdau, é mais barato (ítem a ítem) comprar um carro alemão ou sueco do que das montadoras no Brasil. Quem ganha é o consumidor brasileiro, quem perde são as empresas ineficientes brasileiras.

A primeira coisa que os ineficientes perdedores fizeram foi cunhar um termo que passe uma conotação negativa. "Guerra dos Portos" parece que o país esta sendo bombardeado e o apocalipse esta próximo, assusta os mais desavisados. Este termo também poderia ser "Concorrência Fiscal" ou "Campeonato dos Portos" ou ainda "Redistribuição Produtiva", qualquer um destes faria mais justiça ao que realmente acontece: Uma competição pelo direito de receber investimentos privados que de outra forma nunca ocorreria nestes estados mais afastados. Assim como a TIM, a Claro e a OI brigam por mais um cliente, Pernambuco, Santa Catarina e São Paulo brigam por uma fábrica da BMW por exemplo.

A verdade é que se o minério de ferro da Vale do Rio Doce viaja 50 dias para chegar na China, ser tratado e transformado em aço, viajar mais 50 dias de volta para o Brasil, pagar 14% de II, 5% de IPI, 9,25% de PIS/COFINS, 12% de ICMS e ainda chegar aqui com um preço menor do que o da Gerdau (que tem a fábrica aqui, compra aqui, vende aqui e tem acesso a créditos subsidiados do BNDES). Então meus caros ou ela se torna mais competitiva ou fecha as portas e libera-se mão de obra para atuar em áreas em que o Brasil é mais competitivo!! 

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

O PESADO FARDO QUE O BRASILEIRO CARREGA

No livro "Teoria dos sentimentos morais" Adam Smith, o pai da economia, destilou argumentos perspicazes para ilustrar a natureza egocêntrica do ser humano e usar pela primeira vez o termo "mão invisível". No livro ele constrói diversos dos conceitos que  mais tarde utilizaria em sua obra máxima, fundadora da moderna ciência econômica, "A riqueza das Nações". Uma passagem marcante deste último ilustra como o mercado verdadeiramente funciona:
 "...O homem, entretanto, tem necessidade quase constante da ajuda dos semelhantes, e é inútil esperar esta ajuda simplesmente da benevolência alheia. Ele terá maior probabilidade de obter o que quer, se conseguir interessar a seu favor a auto-estima dos outros, mostrando-lhes que é vantajoso para eles fazer-lhe ou dar-lhe aquilo de que ele precisa. E isto o que faz toda pessoa que propõe um negócio a outra."
"...Não é da benevolência do açougueiro, do cervejeiro ou do padeiro que esperamos nosso jantar, mas da consideração que eles têm pelo seu próprio interesse..."

A análise fria e sistematizada, feita por Smith, do funcionamento do mercado, das instituições, do comportamento econômico e, em última instância, do que traz riqueza a uma nação inaugurou uma nova forma de investigação das engrenagens sociais. Com o objetivo de elucidar o resultado das interações entre os agentes econômicos, Smith lançou mão de modelos de análise que iam do micro para o macro, verificando como os fenômenos realmente ocorriam na vida real e não como deveriam ocorrer. Seu método veio fundamentar o método empírico de estudo no âmbito das ciências sociais. Era uma tentativa, portanto, de aplicar à economia o que na época Isaac Newton  fizera de forma revolucionária à física, descrevendo as leis que governavam a natureza na linguagem exata da matemática.

Esta tradição de análise inaugurada por Smith em 1776 é que é a responsável por todo o conhecimento amealhado pela ciência econômica até os dias de hoje. Através dela é que as boas políticas econômicas levadas a termo pelos Governos devem se basear, como por exemplo a compreensão já pacificada que  o mercado é o modo mais eficiente de dirimir os problemas da alocação eficiente dos recursos. Nada foi criado pelo homem que resolva esta questão de forma mais satisfatória, a maioria dos problemas nascem quando os governos tentam sanar as falhas (sim ele tem falhas) do mercado se intrometendo onde não é aconselhável, pois o custo gerado por esta invasão geralmente é maior que o mal que ele tentou evitar. (principalmente quando desembocam em regimes ditatorias altamente perniciosos à sociedade)

Podemos medir o grau de intromissão do Estado na economia por diversas métricas. Uma bem utilizada é o percentual de impostos sobre o PIB. O coeficiente ideal geralmente leva em conta o perfil demográfico do país e o seu nível de renda per capita. Para o Brasil por exemplo este indicador não deveria superar 25%, pois é, mas aqui a carga tributária chega a 38% do PIB. (13 pontos percentuais a mais do que máximo aconselhável).

Vamos fornecer outros números para diagnosticar o espaço ocupado pelo nosso Estado. 
  • Nos últimos 15 anos (segundo dados da FGV) o setor público absorveu 66,8% da riqueza produzida no país, restando para o setor privado 33,2%.
  • Existem 39 ministérios ou secretarias com status de ministério;
  • 22% da população economicamente ativa trabalha para o Governo (no Chile este número é de 10%)
  • Cargos nomeados (ou de confiança - aqueles ocupados sem concurso público) são da ordem de 600.000. Nos EUA por exemplo este número é de 2.000, França e Alemanha 500, na Inglaterra 100.
  • Conforme dados da Transparência Brasil gasta-se R$6,6 milhões por ano com cada deputado e R$ 33 milhões com cada senador. É o parlamento mais caro do mundo (e olha que estes números já devem ser maior porque o estudo pega como base o ano de 2007).
Qualquer dos parâmetros que descrevi dá uma noção assustadora da obesidade do nosso Estado. O problema fica ainda mais flagrante quando avaliamos o retorno em serviços que recebemos. Estradas esburacadas, filas imensas para se ter atendimento médico, educação esdrúxula, violência, ausência de saneamento básico, aeroportos sucateados, previdência social cara e deficitária, energia cara e um espetáculo diuturno de corrupção nos telejornais. Parece que tudo em que põe a sua mão (bem visível por sinal) o Estado brasileiro mais estraga do que conserta ou desenvolve. Como diz um renomado economista brasileiro. "É uma carga tributária sueca e uma qualidade de serviços nigerianos."







quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

A VERDADE POR TRÁS DOS PREÇOS, VOCÊ JÁ PAROU PARA PENSAR ...

Na economia capitalista existem poucas coisas mais importante do que o PREÇO. Ele é que transporta o conhecimento do mercado e direciona seus agentes para a melhor tomada de decisão. Uma anomalia é rapidamente transmitida através dele para que as devidas correções se façam. O preço é instrumento de planejamento, por ele o empresário sabe quanto precisa poupar para fazer o aumento da sua fábrica ou por uma família sabe quanto de trabalho deverá ser alocado para pagar uma viagem ao exterior ou para orçar os gastos a fim de pagar a faculdade do filho. Talvez o mais importante: O preço é quem informa o que produzir, o quanto produzir, onde produzir e para quem produzir.

Na vida estamos o tempo todo tomando decisões econômicas, não podemos ter tudo o que queremos, precisamos portanto alocar nossos recursos, nosso capital, nosso esforço, nosso dinheiro naquelas opções que, dentre muitas, maximizem a satisfação dos nossos desejos. Qual é o balizador mestre deste processo: O Preço. 

Vamos exemplificar com algumas hipóteses. O preço pode este ano lhe "dizer" por exemplo para não viajar para o nordeste. Note que você nem precisa saber o motivo, talvez a causa seja um inverno rigoroso no hemisfério norte que tenha aumentado a onda de turistas que encareceram os serviços. Não importa, o preço já te "aconselhou" a tomar a melhor decisão. Da mesma forma ele também é quem eventualmente indicará ao agricultor para plantar trigo, no lugar de milho, porque houve uma quebra de safra gigantesca causada por um tornado nos EUA. Ele também pode lhe "falar" para evitar andar mais carro e substituí-loc pelo metrô, devido ao aumento dos preços da gasolina. Você também nem precisa saber que este aumento se deve a uma nova guerra na região do golfo que paralisou a produção na Arábia Saudita.

Ludwig Von Mises, expoente economista da escola austríaca, explicitou como poucos o papel central do preço no capitalismo. Leia esta passagem de seu livro "As seis lições":

"Quando se trata de escolher entre o socialismo e o capitalismo como sistema econômico, o problema é um tanto diferente. Os teóricos do socialismo jamais suspeitaram que a indústria moderna - juntamente com todos os processos do moderno mundo dos negócios - se basearia no cálculo. Os engenheiros não são, de maneira alguma, os únicos a planejarem com base em cálculos; também os empresários são obrigados a fazê-lo. E os cálculos do homem de negócios se baseiam todos no fato de que, na economia de mercado, os preços em dinheiro dos bens não só informam o consumidor, como fornecem ao negociante informações de importância vital sobre os fatores de produção, porquanto o mercado tem por função primordial determinar não só o custo da última parte do processo de produção, mas também o dos passos intermediários. O sistema de mercado é indissociável do fato de que há uma divisão mentalmente calculada do trabalho entre os vários empresários que disputam entre si os fatores de produção - as matérias-primas, as máquinas, os instrumentos - e o fator humano de produção, ou seja, os salários pagos à mão- de-obra. Esse tipo de cálculo que o empresário realiza não pode ser feito se ele não tem os preços fornecidos pelo mercado."

Para que fosse possível substituir o sistema de preços na economia cada vez mais dividida e complexa de hoje, teria que haver um ser onipresente com uma inteligência descomunal e uma capacidade de processamento maior do que qualquer computador já feito para determinar o que produzir, quando, onde, por quem, pra quem, quanto e como. Os soviéticos tentaram até inventar este ser por lá. Chamava-se Gosplan (órgão de planejamento central da economia comunista na URSS) mas que, embora tenha obtido relativo sucesso para tirar os russos da economia agrícola semi-feudal que se encontravam logo após a revolução, terminou num retumbante num fracasso.

Diante do exposto, para que o sistema de preços exprima com a maior exatidão possível o valor real e também relativo dos bens é primordial que ele esteja livre de controles superficiais ou qualquer gestão supramercado, pois o que estas espécies de "amarras" provocarão são ruídos pelo caminho e que em última estância acabarão por gerar excessos ou escassez de produtos, ineficiência. Exatamente o que ocorreu quando o presidente José Sarney congelou o preços no plano cruzado ou, no outro extremo, imprimiu  sem parar dinheiro para pagar dívida, gerando inflação, que em última análise nada mais é do que um desarranjo nos preços, por estar a emissão de moeda em desacordo com a produção dos bens.

No Brasil o sistema de preços está longe de funcionar como deveria. A presença maciça do Estado na economia gera toda sorte de desequilíbrios. Vamos a alguns deles:  (1) O controle artificial do preços da gasolina estimula o uso do automóvel acima da capacidade das vias e provoca prejuízos aos produtores de etanol. (2) A diminuição do custo do dinheiro (através de prática de juros abaixo do mercado e afrouxamento de políticas de crédito) nos bancos públicos, provoca aumento da inadimplência (claro que eles podem fazer isto tranquilamente porque se o Banco do Brasil ou a CEF precisarem de dinheiro, o governo - ou melhor nós - cobrimos o rombo, como já fizemos varias vezes em passado não muito distante). (3) Ao querer, por decreto, determinar qual será o lucro nos processos de privatizações dos aeroportos e renovações das concessões para as empresas de energia, espanta investidores e esvazia os leilões. (4) Ao aumentar preços, por pressão de lobistas, de produtos importados (via aumento de IPI ou II) diminui a concorrência e deixa o empresário nacional livre para aumentar o preço de seu produto, gerando inflação. (5) E ao segurar o artificialmente o preço do real frente a outras moedas (taxa de cambio) provoca perda de confiança do investidor e mexe com toda estrutura de preços relativos no mercado de produtos comercializáveis. Estes exemplos poderiam seguir, infelizmente, até a casa dos milhões.

Para encerrar, uma máxima de autoria desconhecida: "O melhor governo é aquele que menos governa".

domingo, 9 de dezembro de 2012

EDUCAÇÃO BRASILEIRA - UM RETRATO DA DESGRAÇA

De todos os problemas urgentes que o Brasil precisa resolver para se tornar uma nação desenvolvida o mais importante disparado é sem dúvida a educação. Conforme realçado no excelente livro "Linhas de Falha" do economista Raghuram Rajan: 
"A educação desempenha um papel muito maior do que simplesmente melhorar a renda de um indivíduo e as suas perspectivas profissionais: ela tem um valor intrínseco, permitindo-nos fazer uso de nossas melhores capacidades. Além disso, as pesquisas demonstram que as pessoas de boa formação em geral cuidam melhor de sua própria saúde, são menos propensas a se envolver com atividades criminosas e têm maior tendência a participar de atividades cívicas e políticas. Adicionalmente, induzem seus filhos a fazer o mesmo, de modo que sua formação tem efeitos benéficos também sobre as gerações futuras."

Existe uma máxima que diz que aquilo que não é medido não é melhorado, portanto a primeira coisa a saber quando queremos avançar é conhecer de onde estamos partindo, no caso da educação no Brasil, estamos iniciando de uma posição bem retardatária, funda e apagada. Vamos então a alguns números que retratam o cenário de desgraça. (A maioria da estatísticas foram retiradas do magnífico livro "O quê o Brasil Quer Ser Quando Crescer" do economista Gustavo Ioschpe, que todo brasileiro deveria ser obrigado a ler, da coluna do economista Naércio Menezes Filho no Valor Econômico e em pesquisas de minha própria autoria em institutos estatísticos especializados)

De acordo com dados do INAF (Indicador Nacional de Alfabetismo Funcional) realizado pelo Instituto Paulo Montenegro, temos no Brasil 74% de analfabetos funcionais (isso mesmo não se assuste não é erro de digitação, 74%), pessoas que não tem capacidade de ler e interpretar um parágrafo de  jornal. Segundo o mesmo instituto 77% da população não consegue resolver um problema matemático que envolva mais de uma operação ou entender tabelas e gráficos. Dados da Unesco relatam que 31% de nossos alunos da primeira série do ensino fundamental são repetentes (para se ter uma idéia na China e na Russia esta taxas são de 1% e em países industrializados de 0%). Na segunda série mais 20%, ou seja, é possível que já nos primeiros dois anos mais da metade dos alunos já tenham repetido de ano.

O SAEB é um sistema de avaliação do ensino básico e mede a qualidade da educação da quarta, oitava e decima primeira séries. Na edição e 2003 apontou que 95% não tinha desempenho adequado em leitura e que desde 1995 os resultados médios só caem, tanto em Português quanto em Matemática. O PISA (programa internacional de avaliação de alunos) da OCDE avaliou jovens de 15 anos de 40 países e ficamos em último lugar em Matemática e 37º em leitura.

Em pesquisa recente realizada pelo Banco Mundial com escolas Públicas do Rio de Janeiro, Pernambuco e Minas Gerais mostraram que apenas 62% do tempo de aula é efetivamente utilizado para o ensino (comparados a 85% nos países bem sucedidos da OCDE), o resto do tempo é gasto com chamada, atrasos, manter a classe em silêncio ou o professor está fora da sala. Em 2010, tínhamos cerca de 10% da população adulta com diploma de curso superior (no México é 15% , Chile 25% , Coréia 40%).

Em recém implantado exame pelo conselho regional de medicina de São Paulo para recém formados, 54% foram reprovados. Em direito, pela OAB, 84% e em contabilidade, pelo CRC, 60% dos contadores não passaram na prova.

Os dados mostram sistematicamente que nosso ensino é de péssima qualidade,  que gasta mal seus recursos (que ao contrário do senso comum recebe um bom volume de dinheiro, no mesmo nível de países campeões de ensino), que treina pouco e mal seus professores, que administra a performance sem premiar o mérito e desperdiça tempo com outras tarefas fora do propósito principal que é de ensinar.

Uma grande trava para se avançar na educação são os diagnósticos errados do problema, geralmente contaminados de conteúdo ideológico e interesses escusos: O professor ganha mal, as salas estão superlotadas, as escolas não dispõe de recursos suficientes, os pais não se envolvem, os professores sofrem violência em sala de aula. Tudo balela que não encontra base na realidade, os dados empíricos e a comparação com outros países apontam para outras  causas totalmente diversas.

O fato é que é possível melhorar muito com o que já temos. Premiar os bons professores e punir os maus, focar o ensino e as avaliações nas disciplinas básicas (ciências, matemática e leitura), passar mais tarefas de casas e corrigir os erros, montar aulas de recuperação e reforço para os potenciais repetentes, estimular a leitura, procurar demonstrar aos alunos a aplicabilidade prática do conteúdo ensinado, acabar com a praga da cola são algumas das recomendações que já produziram excelentes resultados em outros lugares e aqui mesmo no país.

O conhecimento fornece significado às coisas, desenvolve o senso crítico e capacita o ser humano a exercer sua liberdade em sua plenitude. O Brasil só será alguma coisa se começar a resolver este problema persistente e estrutural de nossa história.

FECHADO PARA O COMÉRCIO, FECHADO PARA O FUTURO

O Brasil é um país "ultramegasuper" fechado, seu coeficiente de importação (volume importado  sobre o PIB, tendo o ano de 2011 como referência) é o menor do mundo. (Pelo menos entre os países de que se tem dados disponíveis). É sabido que o país se industrializou utilizando o modelo de substituição de importações onde o governo protegia determinados setores, fechando seu mercado a concorrência estrangeira e fornecendo subsídios para que grupos internos desenvolvessem sua produção dentro do país. Ok, até que este expediente funcionou com algum sucesso até meados da década de 70, mas atualmente a história é bem outra.


É lamentável que após mais de 200 anos da teoria das vantagens comparativas, em que o economista inglês David Ricardo comprovou que a melhor forma de uma nação prover produtos de qualidade e baratos para seu povo é se especializando em determinadas atividades na qual possui uma vantagem, comparativa aos demais países concorrentes, e comercializando-as em troca daqueles bens produzidos, seguindo a mesma ótica, em países estrangeiros. 


Por aqui nossos governantes têm a pretensão de que sejamos auto-suficientes em tudo, de A a Z. Fica mais eficiente, portanto, ao empresário nacional ir chorar pro governo por um aumento do imposto de importação aqui, uma cota de importados ali, uma barreira sanitária mais acolá do que investir em inovação, modernizar a gestão ou criar alternativas que aumentem a qualidade de seus produtos e melhorem a sua competitividade.

Ao final desse jogo, em que o Governo se dispõe a ouvir e atender ao loby das empresas ineficientes e do empresário que recorre a esse expediente sempre que esta perdendo mercado à concorrência estrangeira, só temos um perdedor: O consumidor brasileiro. Ele vai pagar mais caro por um produto de pior qualidade. É um ciclo vicioso que impõe pressão sobre a inflação e amarras à produtividade.

É preciso visão estratégica e muito poder de oratória os políticos (sem falar em   desapego a ideologias e dogmas esquerdistas) para convencer as massas eleitorais de que no curto prazo haverá empresas quebrando e desemprego subindo no processo de abertura das barreiras protecionistas, mas ao final sairemos com maior capacidade competitiva, mais crescimento e um mercado consumidor mais exigente e bem atendido.

Em recente matéria a conceituada revista The Economist reporta o novo bom momento por que passa o México e com futuro ainda mais alvissareiro. Na última década o México se abriu para o comércio internacional fazendo mais de 44 acordos de livre comércio mundo afora, além de já ser parte do Nafta. (o bloco econômico composto pelo México, EUA e Canada). Amargou a concorrência chinesa que desde a entrada do país asiático na OMC tirou mercado da indústria mexicana e jogou o país, nos primeiros dez anos do século XXI, numa onda de crescimento fraco, média 1,6% (menos da metade do Brasil no mesmo período). 

Após o choque de competitividade a indústria mexicana passou pela famosa "destruição criativa" (termo cunhado pelo célebre economista austríaco Joseph Schumpeter para descrever o processo de inovação nas economias de mercado onde o novo e mais eficiente dá lugar ao velho e atrasado) e hoje produzir no México (quando você coloca custo de salário, logística e flutuação do cambio) passou a ser mais barato, para os norte americanos, do que na China, na India ou mesmo no Vietnã. O México passou pela forja dos guerreiros, saindo mais forte e mais competitivo para lutar na batalha contínua e cada vez mais árdua pelo mercado global. O país já forma anualmente mais engenheiros do na Alemanha. Honda, Nissan, Mazda, Audi e diversas outras empresas automobilísticas estão ampliando ou instalando parques fabris onde mais de 80% dos componente serão produzidos no interior das fronteiras mexicanas.

Agora o que é mais assustador. Já existem não pouco especialistas apontando o México como a maior economia da América Latina, destinada a tirar o Brasil deste posto nos tempos que virão. Este ano eles deverão crescer acima de 4%, enquanto aqui ficaremos no máximo em 1,5% e para os próximos o novo presidente eleito, Enrique Peña Nieto, espera alcançar taxas de crescimento superior a 6% até o fim de seu mandato. 

Enquanto isso vamos nos contentando em assistir na televisão o tempo todo comerciais das concessionárias trombeteando : Venham, venham, não percam a promoção deste último final de semana com IPI reduzido !!!  Pelo Amor de Deus ...


sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

PREVISÕES ECONÔMICAS - FUTUROLOGIA OU CIÊNCIA

Em audiência no Senado Federal em junho deste ano o Ministro da Fazenda Guido Mantega, ajustou a estimativa para o crescimento do PIB de 4,5% para 4%. O IBGE publicou no fim de novembro o crescimento do terceiro trimestre deste ano, 0,6%. Depois deste número pífio, o Boletim Focus do Banco Central aponta para um crescimento da economia em 2012 de 1,5%, no máximo. O curioso é que quando o Banco Credit Suisse em junho deste ano através de seu report trimestral estimou que o Brasil cresceria 1,5% em 2012, Mantega disse que só poderia se tratar de uma piada.

Os economistas são constantemente incitados a fornecer previsões acerca do crescimento do PIB, inflação, câmbio, emprego, bolsas de valores e toda sorte de números da economia. Através de cálculos estatísticos sofisticados, com base em premissas rígidas (uma bastante utilizada é a "coeteris paribus" expressão em latim que pode ser entendida como tudo o mais é constante)  e usando dados amostrais do passado os economistas procuram projetar, com a menor margem de erro possível, qual seria o provável resultado da variável a ser explicada. A disciplina em economia responsável por aplicar esta sistemática chama-se econometria.

É possível efetuar previsões bem precisas através desta ferramenta. O setor de telecomunicações consegue prever com bastante sucesso o perfil de uso de um determinado novo cliente (horas de acesso a internet e minutos com ligação de longa distancia, por exemplo). Empresas de seguro usam com extrema acurácia a probabilidade de um novo segurado vir a sofrer um sinistro. Companhias de varejo acertam com margem de erro inferior a 2% o volume de vendas anual. Até mesmo a qualidade do vinho pode ser (e vem sendo) predita usando técnicas estatísticas que levam em consideração o índice de umidade do solo e o tempo na época da colheita.

O planejamento estratégico das empresas geralmente é feito para um horizonte de 5 a 10 anos no máximo. Projeções de vendas, receita, custos e investimentos são feitas com base em performances passadas e considerando determinadas alterações no ambiente de negócios. Este tipo de exercício  nas empresas geralmente já contem uma base maior de subjetivismo do que de ciência. Mas as boas práticas administrativas propõe não abrir mão desta tarefa importante de planejamento.

Entretanto existe uma seara bem ampla da economia que simplesmente é impossível (pelo menos com os recursos humanos e tecnológicos atuais) de ser alvo de previsão com boa precisão. Envolvem um volume imenso de variáveis e sofrem de viéses absolutamente incontroláveis que tornam qualquer modelagem estatística fora do alcance do mais hábil analista. Outro ponto importante é que muitas destas variáveis são influenciadas pela própria previsão. (Caso a maioria dos analistas informem que o investimento será baixo, mesmo investidores que antes estavam dispostos a gastar passarão a  pensar duas vezes) São as chamadas profecias alto-realizáveis. Outro complicador é o horizonte a que se dispõe prever. Alguns  especialistas prevêem que a Nigéria será uma das 10 maiores economias em 2050 !!!! Qualquer coisa pode acontecer em tão longo prazo. O Brasil pode ser a próxima potência no Rugbi e o Madureira campeão da Libertadores.

Taxa de câmbio, índice de inflação, índice de desemprego, crescimento do PIB são domínios da macro-economia e envolvem grande volume de dados agregados, muitos dos quais fora de qualquer esfera de influência do governo ou de qualquer ente isolado. Nosso prezado ministro deveria ter mais esmero para vir a público dizer quanto será o crescimento do PIB. Ele ocupa uma pasta eminentemente técnica e não deveria se expor ao ridículo ao anunciar um índice tão importante para a tomada de decisões dos agente econômicos com tamanha margem de erro. O que ele usa para projetar tais números? Magia, macumba ou é simplesmente um torcedor apaixonado do PIB que age no calor das emoções ?

"É melhor calar-se e deixar que as pessoas pensem que você é um idiota do quer falar e acabar com a dúvida".  (Abraham Lincoln).

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

POLÍTICA SEM ROMANTISMOS

Em 14 de maio de 2005 foi divulgado um vídeo pela revista Veja mostrando um funcionário dos Correios de nome Maurício Marinho, que na época trabalhava na área de Compras da estatal, recebendo propina de R$3.000,00 de empresários interessados em favorecimento em processos de licitação. No vídeo Maurício diz agir em nome do Deputado Federal Roberto Jefferson do PTB, partido que compunha a base governista. O episódio foi o estopim para a elucidação de um esquema muito maior que ficou conhecido vulgarmente como  "Mensalão".

O governo para cooptar deputados a votarem favoravelmente em matérias de  seu interesse pagava uma "mesada" aos diletos políticos. José Dirceu, então ministro da Casa Civil e homem mais forte do governo Lula foi apontado como chefe e mentor do esquema fraudulento. Os 36 réus do Mensalão foram julgados pelo Supremo Tribunal Federal e a maioria deles, entre os quais Dirceu e Jefferson, foram declarados culpados pela maioria dos ministros da mais alta Corte Judicial do país. Dirceu foi condenado a mais de 10 anos de cadeia.

A política já é estudada pela Economia desde Adam Smith, o escocês considerado fundador da ciência econômica. Um nobre Francês no século XVIII, de nome Marie Jean Antoine de Caritat (Marquês de Condorcet) publicou interessante estudo sobre o assunto - O Paradoxo do Voto. Em 1986 James Buchanan recebeu prêmio Nobel de Economia por estabelecer as bases em que  se processa as tomadas de decisão política sob a ótica econômica, fundando um novo campo teórico denominado de escolha pública. (Public Choice). Uma das considerações dessa corrente é a de que o cidadão deve receber em troca dos impostos pagos um retorno tão melhor quanto ele haveria de ter caso o mesmo montante tributado fosse usado por ele próprio em outra aplicação. 

Para a ciência econômica todo agente toma decisões baseada em incentivos. A política, ou melhor os políticos, não fogem a esta regra. Os incentivos são delineados pelas regras em o jogo se desenrola. Um político pensa em maximizar votos, de quatro em quatro anos ele terá que passar pelo vestibular das urnas. Portanto ele tem que mostrar a sua base de eleitores "grandes realizações". Quanto mais poder de decisão ele tiver sobre a máquina pública mais oportunidade de mostrar serviço ele terá. Assumindo um ministério da Educação por exemplo ele terá um orçamento próximo a R$ 50 bilhões por ano para fazer política que vá de encontro aos grupos de interesse que lhe dão sustentação eleitoral.

Quando um político dá seu apoio ao governo ele espera receber em troca uma forma eficaz de continuar sobrevivendo na política, para isso ele precisa de votos, para isso ele precisa de obras, para isso ele precisa ou estar numa pasta ministerial ou receber o poder de indicar apadrinhados que serão diretores de  uma empresa estatal, ou de fazer parte de uma comissão que defina concessões de licenças e regulamentação de atividades. Ele precisa estar em condições de agradar o líder comunitário, o presidente da associação de moradores, o prefeito da cidade, o pastor, o dirigente do clube, o presidente do sindicato, enfim o máximo de formadores de votos de sua região que ele puder até o próximo pleito.

O meio político é um mercado onde cidadãos, políticos, funcionários públicos, lobistas comercializam aquilo que é de seu interesse, recebendo e dando em troca aquilo que lhe é valoroso. Uma visão romantizada de que o político, diferentemente de quem está na iniciativa privada, é um servidor altruísta que busca o bem comum, só afrouxa as instituições e cria incentivos maléficos para que haja corrupção, gastos públicos deficitários e falta de projetos eficazes. Por isso a importância de instituições supra nacionais que não permitam que nenhum grupo ou setor da sociedade em específico tenha poder de fazer o que bem entender. A constituição, a independência e harmonia entre os poderes, o processo eleitoral universal, a imprensa livre, são algumas destas instituições.

De acordo com Schumpeter "O método democrático é o “arranjo” institucional para elaborar decisões políticas no qual os indivíduos adquirem o poder de decidir através de uma luta competitiva pelo voto do povo.”  Infelizmente o cidadão tem um valor percebido muito baixo de seu voto, porque afinal de contas (pensa ele) é apenas um, e a probabilidade deste único voto fazer  diferença é ínfima e votar com qualidade dá muito trabalho, tem que buscar informações de políticos, têm que acompanhar se ele cumpriu as promessas de campanha da última eleição. A generalização de que todo político é igual e, em consequência, o descrédito na democracia como forma mais eficaz de resolução dos problemas sociais e promoção do bem comum é uma armadilha que deve ser combatida sempre. Uma das formas (eu diria a única) certamente é aplicando ao assunto um olhar científico e perspicaz para aprofundar o conhecimento do que precisa ser feito.




quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

A CIÊNCIA, A ECONOMIA E A PRAGA COMUNISTA.

Economistas têm o péssimo hábito, ou melhor dizendo, o dever de ofício de olhar para o mundo despido, nu e cru. 

Como um cientista social ele deve se despir de qualquer dogma, pré-conceitos, ideologias, inclinação político-religiosa e qualquer tipo de sentimento. Ele simplesmente propõe uma hipótese, observa, colhe os dados e testa o quão aderente à realidade estava a hipótese em questão. Frio e calculista.

Entretanto é difícil aplicar a ciência e seu método ao objeto da economia. Na física, química, biologia o pesquisador simplesmente isola o objeto de estudo em laboratório e testa por diversas vezes a hipótese levantada. Na economia  você não tem como dividir uma cidade por exemplo em duas e aplicar numa  um sistema de livre mercado e na outra um sistema dirigido pelo Estado para ver qual o resultado. Opa, espere um pouco !!!! A história às vezes nos brinda (cientistas sociais) com uma oportunidade de realizarmos experimentos mais próximos daqueles possíveis nas ciências de laboratório.

Após a segunda guerra mundial a Alemanha foi dividida em duas,  a parte ocidental ficou sob a égide dos EUA e a parte Oriental da União da Repúbicas Socialistas Soviética (URSS). O mesmo ocorreu com a Coréia após a guerra que a dividiu em duas, ficando  a parte sul com os americanos e a parte norte com os soviéticos.

Desde que a economia nem tinha este nome ainda, os homens se perguntam o que faz uma nação ser rica, próspera, desenvolvida e o que a faz ser pobre, atrasada, subdesenvolvida. Desde então várias teorias trataram de tentar explicar e uma série de possíveis motivos foram elencados. Desde a cor da pele, a religião, a geografia, a cultura, a forma de governo, entre outros, foram usados como resposta, sem nenhuma delas, porém, ter obtido êxito.

A História acabou nos mostrando o que esta mais perto da verdade. A Alemanha e a Coréia antes da divisão abrigavam em suas respectivas fronteiras povos que comungavam da mesma cultura, origem, geografia, diversidade religiosa, etc. Após um breve período de 41 anos no caso da Alemanha e de cerca de 50 anos no caso da Coréia, ficou evidente que as instituições liberais capitalistas são de longe (mais bota longe nisso) a melhor forma de geração de riqueza, desenvolvimento, prosperidade e qualidade de vida.

Hoje a Coréia do Sul possui renda per capta de país desenvolvido, educação de altíssimo nível, tecnologia no estado da arte (Sansung, LG, Hyundai que o digam) e proporciona ao seu povo condições de vida que nada deixam a desejar as principais economias do mundo. A Alemanha Ocidental se reconstruiu da segunda guerra mundial em tempo recorde, solidificou sua economia e atingiu um patamar de competitividade assombroso.

Em contrapartida, suas coirmãs comunistas naufragaram em pobreza, fome e subdesenvolvimento agudo. A Alemanha levou vários anos para absorver de volta a parte Oriental após a queda do muro de Berlim em 1989. Na Coréia do Norte falta tudo, dinheiro, comida, roupa, energia elétrica, automóvel, água tratada, sistema de saúde, computador e assim por diante.

É surpreendente que ainda hoje, após o colapso da União Soviética comunista, da experiência (quase que de laboratório) com as duas Alemanhas e as duas Coréias, da triste situação de Cuba, ainda haja quem defenda o socialismo (às vezes até o apelidando de outro nome como nosso vizinho venezuelano Hugo Chaves) como alternativa ao capitalismo. Alguns destes loucos se justificam apontando para o exemplo Chinês, mas espere um pouco !!... A China vem decolando exatamente por ter estar deixando de lado as travas do comunismo e aplicando cada vez mais as regras de livre mercado. Basta se informar um pouco mais, não precisa ser cientista para enxergar esta realidade.

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

PRODUTIVIDADE, PORQUE A BRASILEIRA É TÃO RASTEIRA ?

A grande pirâmide de Gizé, no Egito, considerada uma obra de engenharia soberba e a única das sete maravilhas originais que ainda sobrevive, foi erguida por volta de 2.550 a.c. e levou cerca de 20 anos para ser construída. Aproximadamente 100.000 homens trabalharam em sua construção. Compostas por 3 milhões de blocos de pedra, cada um pesando 2,5 toneladas a pirâmide era considerada a obra mais alta do mundo até a inauguração da Torre Eiffel em 1889. Podemos apenas tentar imaginar o imenso esforço desprendido por aqueles trabalhadores em condições terríveis de labuta onde a força bruta era o maior dos recursos.


O Burj Khalifa Bin Zayid, ou se você preferir em árabe, برج خليفة , é atualmente o arranha-céu mais alto do mundo. Construído em Dubai, possui 828m de altura (Gizé tinha originalmente 147m) e levou 5 anos e 4 meses para ser erguida. Foram cerca de 12 mil trabalhadores envolvidos no projeto. A torre possui 160 andares e tem duas vezes o tamanho do Empire State de Nova York. Seu exterior é coberto com cerca de 28 mil painéis de vidro. "Fomos atingidos por raios duas vezes, houve um grande terremoto no ano passado originado no Irã, e tivemos todos os tipos de vento atingindo o prédio durante a construção. Os resultados foram bons e eu cumprimento os arquitetos e profissionais que ajudaram a construí-lo."  Disse Mohamed Ali Alabbar, diretor da Emaar, empresa responsável pela construção. A título de curiosidade observe na figura abaixo a diferença em altura, numa escala apropriada, entre as principais construções do mundo.

O que explica tamanha diferença entre os recursos empregados (100 mil contra 12 mil trabalhadores) e o tempo de construção (20 contra 5 anos e  4 meses) nestas duas obras ? (Vamos desconsiderar o fato que na pirâmide não havia a preocupação de construir elevadores, estrutura de telefonia, internet e um sem número de ambientes internos para empresas.) Obviamente você pode  citar milhões de explicações (guindastes, tratores de última geração, mão de obra qualificada e bem paga, condições seguras de trabalho, tecnologia de ponta, materiais de construção pré-moldados, instrumentos de precisão, etc,...). Mas em economia colocamos tudo isso em uma só palavra: PRODUTIVIDADE.

Produtividade é o que importa, em última instância, como fator de competitividade e riqueza entre as nações. É o quanto os fatores de produção, trabalho e capital, entregam de PIB por unidade empregada. E o Brasil vai muito mal das pernas nesse quesito.

Para ficar apenas em 2 exemplos antes de apresentar os números de produtividade especificamente do trabalhador brasileiro, podemos mencionar o processo de apuração de impostos e o da eficiência dos nossos portos.

Pesquisa do Banco Mundial com 183 países revela que o Brasil é disparado o que mais leva tempo para se apurar os impostos a pagar. São 108 dias no ano, ou 2.600 horas homem. O segundo colocado para se ter uma idéia é a Bolivia que demora 45 dias ou 1080 horas. (não existe páreo para nós, praticamente somos de outro planeta) O 10º da lista é Camarões que leva 27 dias ou 653 horas. Não vou nem mencionar os EUA ou China, para não deprimir muito.

Num estudo conduzido pelo Fórum Econômico Mundial, o Brasil atingiu a honrosa 130º posição entre 142 países avaliados no quesito qualidade portuária. Diversos ítens foram avaliados, tais como tempo médio de espera para atracação (você já dever ter visto reportagem das filas de caminhoões em Paranagua esperando semanas para embarcar soja), Desperdício de cargas, movimentação de conteineres, entre outros.

De acordo com a instituição americana de pesquisa The Conference Board o brasileiro ocupa a 15º colocação na América Latina entre 17 países da região (estamos  a frente apenas de Bolivia e Equador). Em escala mundial ficamos em 75º de 122 países.

A explicação passa pela educação de má qualidade, excesso de burocracia, protecionismo, infra-estrutura caótica, baixo investimento, carga tributária escorchante, inchaço do setor de serviços e instituições frágeis ou ausentes. Além é claro do nosso velho e pesado Leviatã, super ativo e ineficiente na nossa economia.

Nas próximas publicações falaremos em detalhes destes problemas que emperram a produtividade do brasileiro, fazendo com que ele seja tão eficaz quanto aqueles trabalhadores egípcios que construíram a pirâmide em 2.550  anos a.c.


Ficheiro:BurjKhalifaHeight.svg


segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Liberais no Brasil, os órfãos ....

No Brasil existe uma classe de eleitores totalmente desprovido de representação política. Caso você seja a favor do Estado mínimo, a favor de menos imposto, de menos protecionismo, de menos regulação trabalhista, de menos servidor público, de menos político. Caso você acredite que seja a melhor pessoa para saber aquilo que é bom para você, caso você acredite que a melhor forma de gerir uma empresa seja através de profissionais que possam ser recompensados por aquilo que produz e inclusive serem demitidos caso não obtenha os resultados esperados, você certamente é um "desrepresentado".

Hoje Fernando Henrique Cardoso (que é quem esta mais a direita dentro da esquerda preponderante no Brasil) anunciou que Aécio Neves será o candidato a presidente pelo PSDB (aleluia! Ninguém merece mais o mala do Serra né ?)

Outro que esta sendo badaladíssimo para concorrer ao pleito é o atual governador pelo Estado de Pernanbuco Eduardo Campos do Partido Socialista (isso mesmo, SOCIALISTA) Brasileiro.

Mais uma que certamente aparecerá na corrida presidencial em 2014 é Marina Silva, ex Petista, ex PV, e ativista ambiental profissional. (Estado até o último fio de cabelo)

Soma-se a estes a nossa atual presidenta Dilma Rousseff (PT, não é a toa que quando ocorre um sinistro com um automóvel, a primeira pergunta que se faz é :  Deu PT ? pois é Perda Total é o outro nome para Partido do Trabalhadores) e esta fechado o quadro de prováveis presidentes para o nosso país de 2014 a 2018.

Na conturbada história republicana brasileira, podemos destacar que apenas na República Velha tivemos alguma sombra de liberalismo (Campos Sales reduziu a dívida pública e praticou uma política de austeridade econômica). Entretanto deve-se salientar que se trata de uma fase embrionária da formação do Estado Republicano brasileiro onde a presença do Estado era total, (afinal tínhamos acabado de sair de um regime imperial) para construir ferrovias, rodovias, comprar estoques reguladores de café e toda sorte de atuação ativa e intensa na vida econômica da nação.

Dos 36 ocupantes da cadeira de presidente do Brasil, apenas 24 o fizeram através do voto direto e destes apenas 8 foram pelo voto Universal de fato (com mulheres e analfabetos votando). Destes 8, o menos esquerdista é de um partido que leva no nome as palavras social democracia (PSDB). Na Europa, berço da social democracia, isto quer dizer Estado "paizão" (provedor de uma rede de benefícios a sua população que não cabe no PIB).

Devido a esta jabuticaba autenticamente brasileira, que por aqui se tornou palavrão mencionar a palavra Privatização (mesmo com o nosso querido Estado  consumindo quase 40% de nossa renda em impostos e entregando de volta menos de 2% em investimentos). A previdência então, ischiiiiiii, só vai dar jeito quando não tiver mais como pagar (somos um país jovem, com um gasto maior, proporcionalmente ao PIB, do que países de população velha). 

O jeito é sonhar para que um dia surja por aqui políticos argutos o suficiente para perceber que existe uma massa de votos carentes de representantes liberais, que não tenha nenhuma vergonha de dizer que vai privatizar a Petrobras, os aeroportos, as universidades, o correio, os bancos públicos, que vai reduzir e simplificar esta carga tributária horrorosa, que vai diminuir o número de ministérios, acabar com a mamata da previdência dos servidores públicos, que vai diminuir as barreiras aos importados e assim por diante (basta pegar o programa de governo da Margaret Thatcher e seguir a risca).

domingo, 2 de dezembro de 2012

VOCÊ GOSTA DE ECONOMIA ? (pense bem antes responder ...)

Então vamos a nossa primeira panfletagem...

Começando por um assunto leve. Você acha a Economia chata? Caso a sua resposta seja sim, é para você que eu dirijo este primeiro Panfleto.

Economia não se trata apenas de dinheiro, economia também não se trata apenas de desemprego nem só de inflação, economia não se trata apenas de impostos e gastos do governo, economia não se trata apenas de consumo, poupança ou educação. 

Economia também é o assunto que de longe mais importa para o eleitor médio   no momento de uma votação na maioria dos países. Nos EUA por exemplo, 80% dos prováveis eleitores (sim, lá o voto não é obrigatório) colocaram a economia no topo de importância na hora de decidir em quem votar (Importance of Issues). Um modelo do economista de Yale, Ray Fair, que leva em consideração apenas indicadores econômicos têm previsto, com uma margem de erro histórica de apenas 2,5%, o resultado de eleições naquele país (Fair Model).

No Brasil já é sabido que o Plano Real elegeu Fernando Henrique duas vezes,  assim como a crise da Balança de Pagamentos, a mega desvalorização cambial e o Apagão fizeram o PSDB descer do Palácio do Planalto em 2002. Lula surfou a onda da alta das commodities e a bonança no cenário econômico internacional, somado à explosão do emprego, do crédito e do Bolsa família para se reeleger em 2006 e fazer sua sucessora em 2010 (aliás a Economia estava tão bem avaliada que se Lula quisesse colocar o Tiririca na presidência, ele conseguiria).

Mas foi a partir da década de 60 que a Economia entrou de vez nos mais variados temas antes reservados a outras áreas do conhecimento, Gary Becker, economista ganhador do prêmio Nobel de 1992 iniciou esta tradição e enveredou por assuntos como discriminação racial, planejamento familiar, crime e castigo, drogas e, na esteira de seu pioneirismo, hoje temos economistas estudando e propondo soluções para uma grande diversidade de problemas : Da redução dos engarrafamentos nos grandes centros à forma mais eficiente de leilões, do combate ao crime e tráfico de drogas à melhor receita para um filme ter sucesso de público em Hollywood, da redução de emissão de gazes poluentes na atmosfera da Terra à forma mais eficaz de montar um time de beisebol vencedor.

Portanto meu caro, não despreze a economia porque queira você ou não ela já esta a sua espreita, te observando, te estudando e até propondo fórmulas para fazer com que você aja conforme a vontade de um determinado agente ...

APRESENTAÇÃO DO BLOG

Olá pessoal.  Neste primeiro contato, gostaria de descrever as razões que me levaram a criar este BLOG, seu significado, seu conteúdo e seu objetivo.

Primeiramente gostaria de me apresentar. Sou brasileiro, carioca, economista e empresário. Casado, 2 filhos e atualmente resido em Curitiba, PR.

Sou um apaixonado por leitura, especialmente as que versam sobre Economia, História, Política, Administração, Estatística, Matemática, Ciências, Psicologia, Filosofia e Sociologia.

Leio em média de 5 a 8 livros por mês, fora artigos, jornais, revistas e sites sobre os assuntos já mencionados. Formei me em Direito e em Economia, cursei ainda Matemática e tive a oportunidade de ser cadete na Academia Militar das Agulhas Negras, fiz 2 pós graduações e cursos nas áreas de gestão e economia. Ao longo dos meus 38 anos de vida não me recordo de algum momento em que eu não estivesse em contato com a formidável e indescritível experiência do aprendizado.

Pelo caminho travei contato com algumas experiências e pude testar, em meus empreendimentos pessoais, hipóteses já amplamente analisadas pela moderna pesquisa econômica: (1) O egoísmo faz parte da natureza humana (consulte no dicionário e você verá que a palavra significa preocupação com seus próprios interesses. Trata-se de uma traço evolutivo); (2) O homem vive mais e vive melhor quando inserido numa sociedade onde há a especialização do trabalho ( imagine se tivéssemos continuado como nas tribos de caçadores coletores onde tudo precisa ser produzido por conta própria); (3) Quanto mais especializado é o trabalho numa sociedade, melhor é a qualidade de vida do homem e maior é a necessidade de troca de comércio. (4) A partir das três assertivas anteriores depreende-se que o Mercado (meio onde ocorrem as trocas) é uma conseqüência lógica do processo de busca pelo homem de atender a seu próprio interesse de viver com qualidade (saúde, segurança, tempo livre e liberdade). (5) Os homens não são iguais (as diferenças vão desde a força física até a capacidade inventiva e intelectual). (6) Se o indivíduo não ficar ou não for recompensado justamente por aquilo que produz, a produtividade estará longe daquela que seria caso lhe fosse assegurado o direito aos frutos de seu engenho. (7) Alguma forma de proteção portanto deve ser providenciada por uma entidade supra-indívíduo para lhes assegurar (por conseguinte incentivar) que aquilo que é de sua propriedade não lhe seja usurpada pelo mais fortes. (8) Não existe certeza absoluta. A verdade incontestável e certa é uma falácia.

Este BLOG divulgará estudos, pesquisas, opiniões baseadas em experiências empíricas, artigos científicos, passagens de livros que contribuíram e contribuem para a formação da minha convicção acerca da melhor forma de organização política e econômica de uma nação: Democracia, livre mercado (privatize já !!), educação laica e pragmática.

Espero que leiam, reflitam e critiquem, mas pensem a respeito e se permitam um exercício simples em sua acepção, mas dificílimo em sua ação: Nunca concorde com nada instantaneamente !!! Sua intuição ou aquilo que você escuta daqueles que te rodeiam muitas vezes passa longe da verdade.

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