segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

POR QUE DILMA MERECE O IMPEACHMENT

Não se trata da péssima avaliação de seu governo pelas pesquisas ou que, nas mesmas pesquisas, a maioria ache que ela mentiu;

Não se trata da chamada estratégia de "descontrução" promovida durante o pleito eleitoral suportado por todo arsenal da máquina em favor da atual residente do cargo que "fez o diabo" com a inocência, a dependência assistencial e a ignorância do eleitorado para ganhar votos;

Não se trata da péssima condução em todos os setores da economia que conseguiu mergulhar o país numa recessão, com inflação alta, juros altos, déficits, moeda desvalorizada, desindustrialização, aumento da carga tributária e queda na geração de empregos;

Não se trata do uso politiqueiro do setor energético que submete o país a uma crise sem precedentes nesta área, nem dos discursos conciliatórios para com terroristas ou das alianças comerciais baseada em pura ideologia;

Não se trata da falta de reformas, do desprezo pelos contratos, da queda nos investimentos, da negação patológica de qualquer culpa, de qualquer erro, da incompetência para demitir e para escolher os quadros de seu ministério ou mesmo da já famosa dificuldade de se expressar;

Não se trata do aumento suicida dos gastos públicos que culminou com a manobra imoral para mudar a lei de responsabilidade fiscal e acobertar o descumprimento das metas fiscais jogando no lixo anos de construção de um equilibrio macroeconômico conquistado à duras penas;

Não se trata nem mesmo da política de campeões nacionais que faz uso pesado de recursos do BNDES (sob sigilo), de investimentos no exterior sem a devida publicidade ou aprovação no congresso, como foi o caso do porto de Mariel em Cuba;

O impeachment de Dilma deve ser encaminhado por conta de um motivo apenas: Petrobrás. Não há elasticidade moral possível que não arrebente diante dos fatos que já sabemos.
Pouco importa as tecnicalidades jurídicas (vale lembrar que Collor foi absolvido nesta seara pelo STF), o julgamento é político. Não se achará um documento assinado por Dilma mandando pagar propina a empreiteiro ou um cheque sacado por ela na Suíça, esqueçam este tipo de prova exigida para incriminar réus em processos penais. (Não existe tal evidência)

Mas o que temos então ?

  • Dilma foi presidente do Conselho da petroleira nos anos que se desviou mais de 50 bilhões de reais;
  • Dilma aprovou o escandaloso desperdício de dinheiro público na compra da refinaria de Passadena;
  • Dilma tinha relações próximas o suficiente com Paulo Roberto Costa que foi inclusive convidado para o casamento de sua filha;
  • Dilma foi avisada pelo TCU dos sobrepreços e indícios de superfaturamento em Abreu Lima;
  • Dilma teve a campanha financiada por recursos desviados da estatal que foram parar nos cofres do PT;
  • Dilma tinha obrigação de saber que muitos bilhões (mesmo para uma empresa como a Petrobrás é muito dinheiro, compatível com todo investimento anual da companhia) estavam sendo roubados da estatal.
Ainda que não soubesse, não se pode omitir de fatos desta natureza quando se esta no comando de uma estatal do porte e representatividade de uma Petrobrás. 

Devemos nos preocupar, enquanto cidadãos, com qual tipo de representação, moral e política, o mandatário máximo da nação precisa apresentar para ser digno de ocupar o posto de presidente. É um cargo recheado de simbolismo, uma instituição por si só que serve de exemplo para todos as demais e que requer, portanto, credibilidade, probidade e liderança ética.
…convenhamos que estamos - com vários graus de tolerância - bem longe disto.


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