domingo, 3 de março de 2013

MINISTRO DA PESCA QUER CRIAR PESCOBRÁS

Você sabe que temos um ministério da Pesca e Aquicultura né ? Talvez não saiba quem é o atual ocupante da pasta. O nome dele é Marcelo Crivella do PRB/RJ.

Ele também também é bispo da Igreja Universal do Reino de Deus e cantor gospel. Profundo conhecedor de peixes (aquele servido nos restaurantes de Brasilia) o religioso político foi alçado ao posto para blindar na época o candidato à prefeitura de São Paulo Fernando Haddad que não gozava de nenhum prestígio junto aos eleitores evangélicos.

O ministro tem grandes ambições para o ministério criado em 2003. Já aprovou junto ao BNDES (sempre ele) linhas de crédito no montante de R$4,1 bilhões para a expansão e modernização da aquicultura (o detalhe é que até então o maior orçamento para a pasta tinha sido de cerca de R$200 milhões quando da sua criação); quer dobrar a produção até 2022 (ele acha que vai estar no cargo até lá ?) e seu maior desejo é criar uma espécie de PESCOBRÁS, uma "empresa campeã" no mesmo porte da estatal do petróleo.

Em 2012 a balança comercial do setor pesqueiro fechou com um déficit de U$1 bilhão, (a exportação caiu mais 200% desde a criação do ministério). O ministério criou um seguro-desemprego para sustentar os pescadores no período de proibição da atividade na fase de reprodução, entretanto a "bolsa-pesca" é constantemente alvo de fraudes. (em 2011, 92.000 pescadores tiveram o registro caçado por determinação na Controladoria-Geral da União).

Quando o ministério estava a cargo da senadora Ideli Salvati do PT/SC ele foi alvo de um escândaloso episódio de compra de 28 lanchas por R$30 milhões de reais dos quais apenas 5 lanchas foram entregues. O detalhe é que quem tem a responsabilidade alegada de fiscalizar a atividade nos mares é da Marinha, ou seja, o ministério precisa de lancha pra quê ?

Concluindo. Qual a serventia de mais este ministério ? Acomodar fisiologismo e servir de justificativa para desvio do dinheiro dinheiro público.

Milton Friedman - Nobel de economia - definiu quatro possíveis formas de gasto:

I) gastar o próprio dinheiro consigo mesmo : é a forma mais eficiente, pois você melhor do que ninguém sabe quais são suas necessidades e irá controlar o melhor uso possível de acordo com o quê o seu orçamento lhe permite;

II) gastar o nosso dinheiro para comprar algo para terceiros : acontece em ocasiões que em você precisa por exemplo comprar um presente de aniversário. O foco no custo continua enorme mais com o conteúdo nem tanto, afinal de contas não se sabe tão bem quais são as preferências do destinatário. Outro detalhe desta modalidade é que quanto mais distante se encontra o presenteado menor será a minha preocupação com o seu conteúdo.

III) gastar dinheiro dos outros para comprar coisas para os outros: A eficiência cai muito, pois não sou eu quem aproveita aquilo que foi comprado nem com a restrição orçamentária. Essa forma representa a maioria dos gastos públicos. Os políticos usam o dinheiro que não tem dono para gastar com serviços para terceiros. Fica claro que a preocupação com a qualidade do conteúdo ou o quanto ele custa cai por terra.

IV) o pior de todos é gastar dinheiro dos outros para comprar coisas pra gente. É o quê acontece quando políticos corruptos assumem cargos com orçamentos polpudos (nem precisa ser tão polpudo assim), metas subjetivas e longe das grandes lentes da imprensa ou da sociedade civil em geral. A gastança é garantida e a farra fica por conta do bolso alheio. Lanchas, viagens, refeições caras e carros de luxo ficam pedindo para serem consumidos.

Se o governo realmente queria fazer alguma coisa para alavancar a indústria pesqueira no país o melhor que tinha a fazer era envolver o setor privado, chamar sua atenção, convencê-lo dos potenciais da atividade e se afastar. Aliás está deveria ser a abordagem na economia como um todo. Chega de um Estado obeso, ineficiente e corrupto. Não pensem que no Brasil o governo será a solução para os gargalos da economia. O governo é o próprio problema ! NEM PESCOBRÁS, NEM PETROBRÁS !!!

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