terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

DEMOCRACIA É A ESTRADA PARA O SOCIALISMO

O título deste post não é de minha autoria mas de Marx. O filósofo alemão entendeu antes de todos que a democracia - governo do povo - era um dos passos na arena política para o que viria depois no campo econômico: A tomada da propriedade privada pelo proletariado, a coletivização do governo e da produção.

De lá para cá a democracia tomou ares de religião, tornou-se uma das vacas sagradas da cultura ocidental a ponto do sociólogo americano Francis Fukuyama declará-la como o nirvana definitivo, juntamente com a economia de livre mercado, para as nações que quiserem seguir o caminho do desenvolvimento pleno. A democracia política conjugada à economia liberal seriam a forma perfeita para o homem moderno alcançar a liberdade individual e o bem estar coletivo.

Mas talvez tenha sido precipitado demais este diagnóstico, afinal de contas o mundo acabava de sair da bipolaridade entre o modelo capitalista euro-americano e o socialismo sino-soviético. Comparado ao estatismo pleno dos marxistas o tripé do welfare state - saúde, educação e previdência públicas - até que parecia um perfeito arquétipo do estado mínimo friedmaniano.  

Longe disso, passados mais de duas décadas da queda da cortina de ferro a ficha começa a cair. O Estado nunca esteve tão amplo. A democracia concedeu aos amantes do poder a legitimidade que nenhum soberano antes sonhou em ter. O capitalismo tratou de multiplicar a riqueza apropriável e a tecnologia de arrecadação tributária fez o resto do serviço. Mais da metade da renda, na grande parte dos países democraticos, é hoje despendida pelo Leviatã.

A democracia concede a ilusão aos contribuintes de que eles possuem alguma ingerência sobre o orçamento estatal, este engano vem através do instituto mais homenageado dos últimos dois séculos, o voto. Este vem a ser o instrumento pelo qual o povo exerce seu direito de, supostamente, escolher quais políticas serão colocadas em prática através de seus representantes eleitos.

Mas o voto não é nada, individualmente é insignificante. As chances de um eleitor com seu voto influenciar o resultado de uma eleição é ínfima (no Brasil as chances são menores do que 1 em 100 milhões - ou seja é duas vezes mais fácil ganhar na mega sena do que vir algum dia ter o voto decisivo num escrutínio eleitoral). Com isso o governante eleito na prática esta se lixando para o que você possa pensar dele, você vale muito pouco na contabilidade de poder.

Por outro lado, o custo do voto é alto, ele representa a procuração concedida aos governantes para fazer o que quiserem, afinal de contas, eles representam agora a vontade do povo. Este arranjo mal enjambrado trouxe-nos a era do Estado total. Os burocratas avançam com avidez: Quão alto deve ser os impostos; quanto dinheiro precisa ser gasto no cuidado das crianças, dos idosos, dos deficientes; o que deve ser ensinado nas escolas; quanto os empregadores precisam pagar de aposentadoria para seus funcionários; quais informações precisam estar nos rótulos dos produtos; como uma casa deve ser construída; quão alta devem ser as taxas de juros; como deve ser repreendido seus filhos; a quem é permitido se intitular médico, advogado, contador, taxista; quanto deve ser gasto com saúde, com energias renováveis ou com financiamento de grandes empresas; qual carro você pode comprar…e a lista prossegue.

A democracia concedeu ao estado um exército permanente, um orçamento inigualável, um arsenal de convencimento e sedução nunca antes imaginado por qualquer monarca. Na escola, no rádio, na televisão, nas ruas, somos bombardeados o tempo todo com propaganda de que só a democracia salva.

A democracia é a imposição da vontade da maioria sobre os demais. Os exemplos abundam. Nos Estados Unidos a bebida alcóolica já foi totalmente proibida no início do século passado. Os cidadãos noruegueses não podem comprar sexo nem em seu país, onde a prostituição é ilegal e nem fora de seu país.  Na Holanda você precisa de uma autorização do governo para mudar a aparência de sua casa. No Brasil você não pode chamar um negro, ou um homossexual de apelidos "discriminatórios", se é que você pode chamá-los de algo sem ser alvo de um potencial processo.

Em nenhuma seara a presença estatal é tão acintosa como na economia. Os gastos governamentais avançam e avançam e não poderia deixar de ser diferente porque todos os incentivos estão armados para que isso aconteça - Se você vai num restaurante com 20 amigos e todos combinam de antemão em "rachar" a conta de forma igual, que incentivo você tem para pedir o prato mais barato se você só será cobrado de 5% do valor ?  Por outro lado aquilo que você economizar só lhe trará 1/20 do benefício. Neste arranjo conhecido em economia como "tragédia dos comuns" o resultado é uma gastança maior do que se cada um fosse responsável apenas por sua parte. Esta configuração, em escala infinitamente maior, é como a democracia esta armada.

O tecido moral também é desgastado na medida em que na democracia a formação de grupos de pressão é uma forma eficaz de se conseguir privilégios. Privilégios estes que, aos serem conseguidos, não são pagos por àqueles que o recebem mas por todos os outros. Dessa forma os jovens pagam pelas aposentadorias deficitárias dos idosos; os desempregados e empresários pagam pela montanha de proteção dos trabalhadores empregados; os estudantes pobres pagando pela universidade dos mais abastados e assim esta armado um cenário de tensão permanente no seio da sociedade.

É curioso que os chamados foundings fathers, os pais fundadores dos Estados Unidos, considerado o berço moderno da democracia tinham aversão por este sistema de governo, tanto que em nenhum momento na constituição americana se encontra qualquer menção a ela. Eles pretendiam a criação de uma República. Thomas Jefferson chegou a declarar que a ela nada mais era do que "a tirania da multidão, onde 51% das pessoas podem tirar os direitos dos outros 49%.

A mais eficiente forma que a democracia encontrou para inibir que, sequer se inicie uma discussão contestando suas virtudes, é de incutir que as únicas alternativas à ela são os regimes totalitários, tirânicos. Não é verdade. No mundo dos negócios é sempre possível iniciar um novo que proponha melhores métodos e crie novos produtos para conquistar espaço e o "voto" dos consumidores. Por quê tal ideal não pode ser alcançado quando o assunto é governo ? Afinal de contas se vocês esta descontente com o seu, pra onde você pode ir ? Embora do país ?
Portanto o primeiro passo deve ser na direção de deixar que cada pequena associação, cada pequena cidade ou vila experimente sua forma de administração política. Mais desconcentração, mais diversidade é igual a mais liberdade.  A Suíça que não é nem membro da União Européia nem membro da Otan prova que este caminho é possível. Com apenas 8 milhões de habitantes ela têm 26 Cantões, como são chamadas as unidades federativas, (o Brasil com mais de 200 milhões tem o mesmo número de estados) e 2.300 municípios, onde cada um concorre com o outro, com total liberdade de implantar seu sistema tributário e regulatório, brigando entre eles pela preferência dos cidadãos e das empresas. Lá o voto é dado com o pé. Os insatisfeitos têm opções de se mudar.

O primeiro passo é reconhecer que o homem possui a soberania sobre sua vontade, seu corpo físico e tudo que ele consegue produzir com ele (sem violar o direito alheio) é sua propriedade privada, que é inviolável. Nada pode ser lhe imposto, as interações devem ser voluntárias sob o risco de violação desta propriedade.

Liechtenstein, Mônaco, Dubai, Hong Kong e Cingapura não são democracias e são bem sucedidos. É esclarecedor que muitas experiências altamente positivas no campo economico tenham ocorrido em ambiente de liberdade quse total, através da criação de zonas especiais, onde o comércio e o investimento são abertos e os impostos são baixíssimos, com pouca ou nenhuma burocracia. Precisamos agora de zonas políticas livres para demonstrar que as alternativas ao combalido modelo democrático não é sinônimo de ditaduras ou bagunça.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

SOBRE TEMPOS DE "AJUSTES"

Em tempos de recessão e crises em países pelo mundo afora muito se ouve e se lê dos sofrimentos que o povo tem que passar até a economia se ajustar e entrar no rumo novamente.

Desemprego, salários estagnados, retração do consumo, restrição de crédito e contenção de gastos são implantados e acabam por atingir em cheio a sensação de bem estar e a percepção de prosperidade da população. 

Tal arranjo é perigoso inclusive porque o mau humor se retroalimenta, o que desemboca num ambiente de cada vez menos investimento e mergulha a todos num ciclo vicioso ainda mais custoso de se livrar.

Mas será que estamos realmente nestes momentos fazendo tudo que precisa ser feito ? Economistas se dividem nestes momentos entre aqueles que receitam austeridade e entre aqueles que receitam mais gastos (aqui um exemplo deste script, no caso para a questão grega).

O ponto crucial para mim, no entanto, não diz respeito tão somente as políticas de governo que são implementadas nestes momentos, mas no governo em si.

Neste contexto é curioso (senão revoltante) constatar que, nestes momentos agudos, aperta para todo mundo exceto para aquela camada da população que parece viver em outro planeta: chamarei-os aqui de os acomodados.

Quem são estes ?

Em sua maioria são compostos daqueles que estão na folha de pagamento do Estado. É como se tivéssemos uma contabilidade fictícia do capital humano, cujo lado esquerdo - o do ativo - fosse compostos pelos que produzem riqueza e o lado direito - o do passivo - fossem aqueles que se apropriam do produto dos primeiros.

O empresário segurando gasto e os ilustre congressista votando aumento de salário para si próprio de 27%;

O jovem largando a escola para procurar emprego e ajudar na reposição da renda familiar e o servidor do tribunal de contas aprovando auxílio moradia de R$ 4,3 mil reais.

O trabalhador cancelando o cartão de crédito e a assinatura da TV paga e o servidor público entrando em greve para manter aumentos anuais, prêmios qüinqüenais e diversas outras mordomias desvinculadas do mérito e da produtividade. 

Os exemplos abundam e a realidade se torna clara: No mesmo momento em que os acomodados, que foram a causa da crise em primeiro lugar, brigam desavergonhadamente para manter ou aumentar seus privilégios e abocanhar nacos ainda maiores da turma que produz.

A crise não seria problema tão desequilibrado se a ela fosse dada os verdadeiros remédios: Mercado livre, direito de propriedade inviolável, demolição de qualquer barreira comercial, desregulamentação, supressão de todos os cargos públicos (exceto aqueles desempenhados pelos agentes encarregados pelas funções clássicas do Estado, quais sejam: defesa e administração da justiça).

A partir deste momento teríamos uma planificação da arena econômica, com todos concorrendo em condições iguais buscando um só objetivo: produtividade.

Os frutos deste novo enredo seriam: mais inovação, mais educação, mais tecnologia, mais investimento e… maior intolerância com os trapaceiros.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

CORRUPÇÃO

É intuitivo que a corrupção é algo extremamente negativo. Diferentemente de muitos assuntos no campo das ciências sociais que surpreendem pelas inesperadas conseqüências, com a corrupção não existe tal engano. Todos sabem que se trata, enfim, de algo péssimo para se ter por perto.

O que não se sabe na maioria das vezes é o tamanho do dano. Não é só em termos financeiros que a corrupção causa prejuízo, nem tão somente no aspecto moral. Ela traz também devastação na área da inovação. Países com maiores falhas no controle da corrupção investem menos em pesquisa e desenvolvimento, possuem maior fuga de cérebros e inovam menos.
É o que aponta estudo da pesquisadora romena e professora de democracia na Hertie School of Governance em Berlim - Alemanha, Alina Mungiu-Pippidi, publicado na revista Nature.

"Inovação é chave para a prosperidade. Mas a corrupção é inimiga da inovação. Se empresas e indivíduos aspiram ser criativos, e se as sociedades a que pertencem querem fazer o melhor uso desta qualidade, competição e trabalho duro precisam ser mais valorizados do que conexões e indicações pessoais. Minhas análises mostram que a governança necessária para produzir tais sociedades virtuosas são mais raras do que se imagina". Relata Aina. 

Países ranqueados abaixo do primeiro terço na escala de controle de corrupção do Worldwide Government Indicators terão pouca inovação. Das 114 democracias, apenas 35 estão acima daquela linha. Na união européia Romenia, Bulgaria, Grecia e Itália são os piores, onde os países nórdicos seguidos por Holanda, Reino Unido e Alemanha apresentam as melhores marcas de controle da corrupção. Fora da Europa se destacam Austrália, Canadá e Nova Zelandia. Estados Unidos é o país mais populoso entre os que apresentam boas políticas de governança e controle desta praga.

É impressionante a correlação entre inovação e corrupção. Veja no gráfico abaixo.



Para quem quiser ler na íntegra o excelente artigo. o link se encontra aqui.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

RANKING LATINO AMERICANO DE MISÉRIA

Calculado por Steve Hanke do Cato Institute.
Soma inflação, juros de empréstimos e desemprego menos o crescimento per-capita anual. 
Simples mas esclarecedor.
Brazil, para não perder o costume, saiu-se bem (mal). Estamos com a medalha de bronze da miséria, num continente já miserável por si só, enfim, pior entre os piores !



terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

CORRELAÇÕES ESPÚRIAS

Em algum momento da sua vida você deverá ouvir ou ler que "correlação não é causalidade", especialmente se você pretende estudar economia ou estatística.

Nos EUA eles têm o (bom) hábito de medir tudo, lá você tem estatística para tudo, desde números de bêbados que morre afogado até o consumo de água de côco no inverno.

Este site aqui http://tylervigen.com  é bem interessante por que mostra as correlações mais doidas que nem passa pela nossa cabeça. Abaixo uma delas


EVENTOS APOCALÍPTICOS E SUAS PROBABILIDADES

Quais são os eventos mais prováveis de exterminar a vida humana?

Aqui vai a listagem das 12 mais prováveis causas compiladas por cientistas da Global Challenges Foundation acompanhada da sua respectiva probabilidade de ocorrência….oremos! (quem tiver curiosidade e quiser saber mais detalhes do relatório, basta clicar aqui)



1. Impacto de um asteróide (0,00013%)

2. Erupção super vulcânica (0,0001%)

3. Super vírus (0,0001%)

4. Guerra nuclear (0,005%)

5. Mudanças climáticas extremas (0,01%)

6. Guerra (ou acidente) biológica (0,01%)

7. Nanotecnologia (0,01%)

8. O desconhecido (0,1%)

9. Colapso ecológico (probabilidade não aferida)

10. Colapso sistêmico global (probabilidade não aferida)

11. Maus governos (probabilidade não aferida)

12. Inteligência artificial (entre 0 e 10%)

MATERIALIZANDO A DÍVIDA

Você tem alguma idéia de qual é o tamanho de 1 trilhão de dólares em notas de U$ 100,00 ?

Os USA fechou 2013 com 17 trilhões de dívida, dê uma olhada no vídeo para ter a exata noção do que isso representa em termos de grandeza física !



segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

POR QUE DILMA MERECE O IMPEACHMENT

Não se trata da péssima avaliação de seu governo pelas pesquisas ou que, nas mesmas pesquisas, a maioria ache que ela mentiu;

Não se trata da chamada estratégia de "descontrução" promovida durante o pleito eleitoral suportado por todo arsenal da máquina em favor da atual residente do cargo que "fez o diabo" com a inocência, a dependência assistencial e a ignorância do eleitorado para ganhar votos;

Não se trata da péssima condução em todos os setores da economia que conseguiu mergulhar o país numa recessão, com inflação alta, juros altos, déficits, moeda desvalorizada, desindustrialização, aumento da carga tributária e queda na geração de empregos;

Não se trata do uso politiqueiro do setor energético que submete o país a uma crise sem precedentes nesta área, nem dos discursos conciliatórios para com terroristas ou das alianças comerciais baseada em pura ideologia;

Não se trata da falta de reformas, do desprezo pelos contratos, da queda nos investimentos, da negação patológica de qualquer culpa, de qualquer erro, da incompetência para demitir e para escolher os quadros de seu ministério ou mesmo da já famosa dificuldade de se expressar;

Não se trata do aumento suicida dos gastos públicos que culminou com a manobra imoral para mudar a lei de responsabilidade fiscal e acobertar o descumprimento das metas fiscais jogando no lixo anos de construção de um equilibrio macroeconômico conquistado à duras penas;

Não se trata nem mesmo da política de campeões nacionais que faz uso pesado de recursos do BNDES (sob sigilo), de investimentos no exterior sem a devida publicidade ou aprovação no congresso, como foi o caso do porto de Mariel em Cuba;

O impeachment de Dilma deve ser encaminhado por conta de um motivo apenas: Petrobrás. Não há elasticidade moral possível que não arrebente diante dos fatos que já sabemos.
Pouco importa as tecnicalidades jurídicas (vale lembrar que Collor foi absolvido nesta seara pelo STF), o julgamento é político. Não se achará um documento assinado por Dilma mandando pagar propina a empreiteiro ou um cheque sacado por ela na Suíça, esqueçam este tipo de prova exigida para incriminar réus em processos penais. (Não existe tal evidência)

Mas o que temos então ?

  • Dilma foi presidente do Conselho da petroleira nos anos que se desviou mais de 50 bilhões de reais;
  • Dilma aprovou o escandaloso desperdício de dinheiro público na compra da refinaria de Passadena;
  • Dilma tinha relações próximas o suficiente com Paulo Roberto Costa que foi inclusive convidado para o casamento de sua filha;
  • Dilma foi avisada pelo TCU dos sobrepreços e indícios de superfaturamento em Abreu Lima;
  • Dilma teve a campanha financiada por recursos desviados da estatal que foram parar nos cofres do PT;
  • Dilma tinha obrigação de saber que muitos bilhões (mesmo para uma empresa como a Petrobrás é muito dinheiro, compatível com todo investimento anual da companhia) estavam sendo roubados da estatal.
Ainda que não soubesse, não se pode omitir de fatos desta natureza quando se esta no comando de uma estatal do porte e representatividade de uma Petrobrás. 

Devemos nos preocupar, enquanto cidadãos, com qual tipo de representação, moral e política, o mandatário máximo da nação precisa apresentar para ser digno de ocupar o posto de presidente. É um cargo recheado de simbolismo, uma instituição por si só que serve de exemplo para todos as demais e que requer, portanto, credibilidade, probidade e liderança ética.
…convenhamos que estamos - com vários graus de tolerância - bem longe disto.


domingo, 15 de fevereiro de 2015

RONALD COASE

Ronald Coase foi laureado com o prêmio Nobel de economia em 1991. Britânico, se formou na LSE e deu aulas em univesidades da Inglaterra e dos EUA. Notabilizou-se como editor do Jornal of Law and Economics e como professor da Universidade de Chicago Law School.

Coase marcou de forma definitiva o estudo da economia e a interpretação de como a lei e as regulações afetam o mercado. The Nature of the Firm e The Problem of Social Cost são papers cuja leitura é obrigatória para qualquer um que pretenda ser economista.

Achei uma entrevista sensacional do grande mestre na qual ele conta passagens memoráveis de sua brilhante carreira (como a de um jantar que participou na casa de Aaron Director por convite deste onde estavam presentes George Stigler, Milton Friedman, Arnold Harberger e outros "monstros" de Chicago para uma extenuante sabatina acerca do que ficou depois batizado de Teorema de Coase)

Outras curiosidades como o fato de que ele fora socialista no inicio de sua carreira e de alguns embates perspicazes com Paul Samuelson também estão presentes na entrevista para a Reason. 

Um trecho que me chamou particular atenção você pode ler abaixo, principalmente por vivermos no Brasil, o país onde o Estado domina, mais e mais, todos os aspectos da economia e da vida privada. Onde os agentes políticos e a sociedade em geral acha que a solução pra tudo esta em mais uma lei, em mais um regulamento.
(a entrevista imperdível inteira esta aqui)






QUEBRA DE CONFIANÇA

Nenhum governo é mais forte do que o povo que lhe sustenta. Somos no Brasil 200 milhões de pessoas das quais, cerca de 170 ou 180 milhões vivem sob o governo de 20 ou 30 milhões. Este padrão se repete mundo afora, 10% detêm o monopólio da força, mas este arranjo não concede de forma absoluta a perpetuidade de qualquer sistema de governo pois a maioria pode, unida, facilmente depor o grupo que ocupa o poder.

O cimento que mantêm toda a engrenagem chama-se confiança. Na medida que os governados acreditam que o seus representantes farão uso da força que lhes foi delegada para a consecução de uma paz produtora de bem estar e prosperidade, mesmo passando por solavancos e até mesmo pro graves sobressaltos, se a crença na intenção que impera é positiva, o curso das coisas prossegue e todo o sistema se mantêm.

O último pleito presidencial rompeu de forma perigosa com este concerto. Ficou claro, mesmo para os menos atentos ou para os menos letrados, que a detentora do cargo mentiu de forma explícita e descarada para permanecer com o poder. A campanha desconstruiu não só a imagem dos adversários mas também a verdade que anima a boa vontade dos que trabalham para a construção do desenvolvimento do país.

Alguns dias após a vitória, ela deixou claro que tudo que dissera no meio da contenda foi tão somente exercício de marketing ilusionista - a dissonância cognitiva e os interesses espúrios tratou do resto - pois desembestou uma série de medidas que não só negou que fosse fazer mas que criticou severamente a oposição que, se ganhasse, o fizesse.

Pois bem, agora vivemos numa encruzilhada institucional cuja hipótese que esta sendo testada é a de que para seguir no poder vale realmente tudo, inclusive a mentira ou, de que o povo, desprovido daquele cimento imprescindível ejetará do poder àquela que lançou mão deste artifício para ganhar as eleições. O caminho que iremos percorrer certamente marcará de forma profunda e trará conseqüências duradouras para as relações de todas as ordens no seio de nossa sociedade. 

Por quê não posso sonegar impostos ou pagar um suborno ao policial para me aliviar se a representante maior da nação procedeu com este mesmo modus operandi quando precisou e ao final não só ficou impune mas foi recompensada ? 

É este julgamento, moral acima de tudo, que está em curso.

sábado, 14 de fevereiro de 2015

ALGUMAS LINHAS SOBRE A GREVE DE PROFESSORES NO PR


Na volta as aulas os alunos da rede pública do estado do Paraná receberam a primeira lição do ano: "Seus professores não são lá estas coisas quando o assunto é ensinar, mas na hora de defender a perda de seus privilégios eles vão pra guerra (também conhecido neste contexto como greve)

A educação é a única saída para igualar o páreo entre ricos e pobres, existe uma farta literatura a este respeito. Àqueles que recebem ensino de qualidade apresentarão maior produtividade no futuro e terão acesso a melhores empregos.

A contar pelos pífios resultados apresentados pelos nossos alunos - desde os índices de reprovação, de progressão nas séries, do comportamento dentro da sala de aula, até o desempenho nos testes escolares - nosso corpo docente entrega um produto muito aquém do mínimo necessário para capacitar o nosso capital humano. Àqueles que estarão nas fileiras do mercado de trabalho (global) de amanhã chegarão desprovidos desta ferramenta que George Washington uma vez chamou de "chave para destrancar a porta dourada da liberdade."

Ao longo dos anos, no Brasil o ensino público impera desde os tempos da colônia, a classe dos professores foram acumulando uma série de privilégios irreconciliáveis com a realidade. Aumentos anuais, prêmios qüinqüenais, garantia de emprego, licenças remuneradas e - quase ninguém fala disso - clientes nada exigentes (os pais dos alunos das escolas públicas não têm vontade e/ou tempo e/ou condição cognitiva de sequer avaliar o péssimo serviço que estão entregando a seus filhos).

O resultado desse arranjo é o clássico "privilégios concentrados x custos difusos" ou seja, professores da rede pública recebem, na média, mais do que produzem e quem paga a conta é o resto dos contribuintes, que, por ser em maior número, nem percebem que estão sendo extorquidos. É o mesmo "modus operandi" dos outros rent seekings que abundam pelo nosso modelo de Estado.

Fosse uma pura e simples relação privada de troca voluntária num ambiente de livre mercado, aqueles que não entregassem a seus clientes o produto de qualidade (sim educação também é um bem transacionado e sujeito ao mesmo escrutínio) seria naturalmente alijado do jogo. Ora, mas e aqueles que não possuem capacidade de pagar? Neste caso, por uma ínfima fração do que hoje é gasto com a educação pública, seria concedido um "ticket de ingresso"  (também conhecido como vaucher) patrocinado pelo Estado. Algo muito mais focado e "customizado" para os realmente necessitados - na linha do que um dia foi o bolsa família.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

DILMA E A PETROBRÁS

É por conta de vídeos assim que a internet e a mídia como um todo é incessantemente cassada pelos governos extremistas.

Dilma e a Petrobrás…Pra chorar !!



segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

CAMPANHA ELEITORAL FAZ MAL PARA O PAÍS

Ou eles estão ficando mais desonestos e ousados ou a gente é que esta ficando mais burro e conformado.

Este vídeo é um acinte ao homo sapiens.


domingo, 1 de fevereiro de 2015

MARAVILHOSO CAPITALISMO

Discriminação pelo preço.

O Preço é usado como ítem de distinção. Uma estratégia de marketing muito utilizado na indústria de alto luxo.

Hoje é dia de final do Super-Bowl. 
Vai um porção de chicken wings aí ?


Marcadores

Economia (23) Brasil (20) Estado (20) desenvolvimento (14) Dilma (13) democracia (13) inflação (12) política (11) PIB (10) governo (10) investimentos (10) sugestão de leituras (9) BNDES (8) corrupção (8) crescimento (8) história econômica (8) moral (8) Capitalismo (7) Mantega (7) Petrobrás (7) liberdade (7) EUA (6) dívida (6) educação (6) gasto público (6) intervencionismo (6) rent-seeking (6) carga tributária (5) lei (5) produtividade (5) protecionismo (5) Adam Smith (4) Impeachment (4) Marx (4) Mercado (4) cidades (4) ciência (4) egoísta (4) eleições (4) impostos (4) liberalismo (4) projeção (4) socialismo (4) Caixa Econômica (3) China (3) Friedman (3) Lula (3) Manifestações (3) The Economist (3) capitalismo de compadrio (3) constituição (3) crise financeira (3) economia comportamental (3) filosofia (3) impunidade (3) instituições (3) mensalão (3) superávit primário (3) violência (3) Banco Central (2) Bancos (2) David Friedman (2) Eike Batsita (2) Estatal (2) Fernando Henrique (2) PT (2) Roberto Campos (2) américa latina (2) analfabeto (2) balança comercial (2) compadrio (2) comportamento (2) comércio (2) confiança (2) confisco (2) conjuntura (2) consumo (2) desenvolvimentismo (2) desregulamentação (2) economistas (2) filosofia moral (2) finanças (2) frases (2) gastos (2) imposto (2) juros (2) justiça (2) marcas (2) pessimismo (2) previdência social (2) preço (2) privatização (2) reformas (2) representatividade (2) serviço publico (2) welfare state (2) Ambev (1) André Lara Resende (1) Apple (1) BETO RICHA (1) Banco Mundial (1) Bastiat (1) Big Mac (1) Bill Gates (1) Cato Institute (1) Chaves (1) Cisne Negro (1) Coréia (1) Deirdre McCloskey (1) DÉBT (1) Energia (1) Estado do bem estar social (1) Europa (1) FED (1) FHC (1) FMI (1) Facebook (1) Forbes (1) França (1) G20 (1) Gasto (1) H.L Mencken (1) Hume (1) ICMS (1) IPCA (1) Ilusão (1) Joaquim Levy (1) Jornal Nacional (1) Keyenes (1) Keynes (1) Krugman (1) LRF (1) Leviatã (1) Lutero (1) MST (1) Malthus (1) Mansueto Almeida (1) Mercosul (1) Michael Huemer (1) Ministério (1) Miriam Leitão (1) México (1) Nature (1) Nelson Rodrigues (1) Oposição (1) PARANÁ (1) Pesca (1) Reeleição (1) Ricardo (1) Risco Brasil (1) Ronald Coase (1) SAE (1) Santa Maria (1) Schumpeter (1) Seguro Desemprego (1) Selic (1) Simonsen (1) Stanley Fischer (1) The Machinery of Freedom (1) Toqueville (1) Veja (1) Von Mises (1) Walter Williams (1) Watsapp (1) alienação (1) analfabetismo (1) apocalipse (1) assistencialismo (1) autoengano (1) bailout (1) bolsa família (1) causalidade (1) censura (1) cinema (1) comunismo (1) conformismo (1) consumismo (1) contas públicas (1) controle (1) correlação (1) costumes (1) cotas raciais (1) crime (1) crise (1) critérios de medição (1) crédito (1) cultura (1) custo brasil (1) desemprego (1) desperdício (1) dever moral (1) discriminação (1) discriminação pelo preço (1) discurso (1) débito (1) econometria (1) educação pública (1) eonomia (1) espirito animal (1) felicidade (1) filantropia (1) fiscal (1) fisiologismo (1) funcionário público (1) ganância (1) governo; Iron law (1) greve (1) gráficos (1) guerra dos portos (1) icc (1) idiota (1) ignorância (1) igualdade (1) imobilidade (1) imprensa livre (1) incentivos (1) indivíduo (1) ineficiência (1) inovação (1) instituição (1) intuição. (1) livre comércio (1) livre mercado (1) macroeconomia (1) matemática (1) miséria (1) moeda (1) monopólio (1) monopólio estatal (1) mão-de-obra (1) negócios (1) neurociência (1) nobel (1) obras públicas (1) orçamento (1) padrão ouro (1) planos de saúde (1) poder (1) poder de compra (1) político (1) povo (1) preços (1) prisão (1) professor (1) recompensa do fracasso (1) renda (1) representação (1) retórica (1) saúde (1) segurança (1) shared spaces (1) shopping centers (1) sociedade (1) sociologia (1) subsídio (1) totalitarismo (1) trabalho escravo (1) tragédia (1) transporte público (1) troca (1) trânsito (1) urna eletrônica (1) utilidade (1) utopia (1) viéses (1) voto (1) vídeos (1) xisto (1) óbvio (1)

Postagens populares