sexta-feira, 13 de março de 2015

DA UTILIDADE DO IMPEACHMENT

Não se fala em outra coisa, em todos os lugares e em todos os momentos, a política entrou no cotidiano da sociedade sem pedir licença.

Quando, no período eleitoral, discutia-se a inclinação das massas em votar contra um governo que já dava mostras incontestáveis de incompetência e maledicência os analistas e a turma dos acomodados dizia: "Ah, mas o povo quer saber de dinheiro no bolso e consumo, a economia para a classe C vai bem obrigado !""

Pelos números de pesquisas de opinião e evidências mostradas na mídia diariamente fica claro que o vento mudou de direção. A economia real, o bolso do brasileiro médio, está em processo acelerado de agonia.

Muita gente que estava "enzubizada" agora começa a pensar: "Pô... será então que aquele pessoal que metia o pau no PT estava dizendo a verdade ?"

Deste raciocínio para a conclusão de que, "se os críticos estavam certos, então Dilma estava mentindo" é um pulo.

Para os que enxergam além da superfície e se debruçam sobre os dados e análises o desespero já tinha chegado faz tempo e a alvorada dos "enzubizados" é vista com alento.

O problema é que a lucidez chegou depois das eleições e se não fizermos nada teremos mais 4 anos (1.460 longos dias) de retrocesso. Duvida ? 
Veja quem foi para diretoria da Petrobrás;
Olhe o que foi feito com a LRF;
Assista às entrevistas do ministro da justiça;
Assistiram ao pronunciamento da presidente no dia internacional da mulher?
Veja a estratégia cretina e burra adotada pelo governo por ocasião da eleição do presidente do congresso;
Alguma condenação aos atos criminosos e ditatoriais perpetrados na Argentina e na Venezuela?
E a convocação para guerra do agitador Lula ? e os atos de bandidagem do MST contra o patrimônio público ?
Alguma declaração de apoio a política econômica ?
Alguém já assumiu que fez algo de errado ?

Não se engane, as mudanças feitas até o momento em direção ao concerto macroeconômico, foram impostas pela absoluta falta de opção. É simplesmente a realidade se impondo e um economista de verdade (coisa rara pelos lados deste governo desde a saída de Meirelles) com capacidade de enxergá-la.

O quê fazer então para sair desta certeza de desgraça ? Uma palavra: IMPEACHMENT.

Não vou falar aqui das hipóteses que justificam este artifício democrático. Não há dúvidas que já temos motivos suficientes para isso (aqui 4 textos para quem quiser se embrenhar mais neste ponto: 1, 2, 3 e 4), vou me contentar aqui em dar três utilidades práticas que tal vereda nos proporcionaria:

1) Do caráter educativo:
Todo ser humano é egoísta, todo ser humano responde a incentivos. Pelo governo passam trilhões de reais sem o mínimo controle e sem carimbo de dono. O cenário portanto não é muito auspicioso para a moderação, mas mesmo para os parâmetros de roubalheira, a coisa precisa ter um limite. Se nada menos que o impeachment não for feito, o risco moral e a sensação de impunidade serão tão engrandecidas que os larápios se sentirão invencíveis.

2) Do caráter renovador: 
O PT está há 12 anos no poder, não há mais cargos para coptar aliados. A presidente está com 7% de aprovação, sem base política para aprovar projetos no congresso, queimada no próprio partido, impossibilitada de sequer andar pelas ruas e sem nenhuma confiança do mercado e dos agentes econômicos. Sair da crise em que nos meteram já seria difícil com um estadista habilidoso, com a Dilma então !!! Teremos que pagar 3 vezes o preço só pelo fato de ser com ela. 

3) Do caráter institucional: 
Os ânimos vão se acirrando e os aloprados dos extremos ideológicos podem se achar no direito de partir para uma ação mais direta e truculenta. Nestas horas tudo fica nublado e a história nos ensina que estes episódios podem acabar sim numa ditadura militar. Ainda que não sejamos uma Argentina ou uma Venezuela, o fato é que estamos hoje mais próximos destas democracias de fachada do que há 8 ou 10 anos atrás. A cumplicidade ideológica entre os nossos governantes é flagrante. É sabido que no âmbito das nossas forças armadas o espírito é de rechaçar aspirações esquerdóides. Portanto: "Pra quê isto?" Vamos parar por aqui e fazer uma troca ordeira, constitucional e democrática através do impeachment.

Ainda que justificativas legais e políticas abundem, para àqueles que acham que não, sigamos então a receita de Maquiavel - e tão cara a própria doutrina comunista - de que "os fins justificam os meios".


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Marcadores

Economia (23) Brasil (20) Estado (20) desenvolvimento (14) Dilma (13) democracia (13) inflação (12) política (11) PIB (10) governo (10) investimentos (10) sugestão de leituras (9) BNDES (8) corrupção (8) crescimento (8) história econômica (8) moral (8) Capitalismo (7) Mantega (7) Petrobrás (7) liberdade (7) EUA (6) dívida (6) educação (6) gasto público (6) intervencionismo (6) rent-seeking (6) carga tributária (5) lei (5) produtividade (5) protecionismo (5) Adam Smith (4) Impeachment (4) Marx (4) Mercado (4) cidades (4) ciência (4) egoísta (4) eleições (4) impostos (4) liberalismo (4) projeção (4) socialismo (4) Caixa Econômica (3) China (3) Friedman (3) Lula (3) Manifestações (3) The Economist (3) capitalismo de compadrio (3) constituição (3) crise financeira (3) economia comportamental (3) filosofia (3) impunidade (3) instituições (3) mensalão (3) superávit primário (3) violência (3) Banco Central (2) Bancos (2) David Friedman (2) Eike Batsita (2) Estatal (2) Fernando Henrique (2) PT (2) Roberto Campos (2) américa latina (2) analfabeto (2) balança comercial (2) compadrio (2) comportamento (2) comércio (2) confiança (2) confisco (2) conjuntura (2) consumo (2) desenvolvimentismo (2) desregulamentação (2) economistas (2) filosofia moral (2) finanças (2) frases (2) gastos (2) imposto (2) juros (2) justiça (2) marcas (2) pessimismo (2) previdência social (2) preço (2) privatização (2) reformas (2) representatividade (2) serviço publico (2) welfare state (2) Ambev (1) André Lara Resende (1) Apple (1) BETO RICHA (1) Banco Mundial (1) Bastiat (1) Big Mac (1) Bill Gates (1) Cato Institute (1) Chaves (1) Cisne Negro (1) Coréia (1) Deirdre McCloskey (1) DÉBT (1) Energia (1) Estado do bem estar social (1) Europa (1) FED (1) FHC (1) FMI (1) Facebook (1) Forbes (1) França (1) G20 (1) Gasto (1) H.L Mencken (1) Hume (1) ICMS (1) IPCA (1) Ilusão (1) Joaquim Levy (1) Jornal Nacional (1) Keyenes (1) Keynes (1) Krugman (1) LRF (1) Leviatã (1) Lutero (1) MST (1) Malthus (1) Mansueto Almeida (1) Mercosul (1) Michael Huemer (1) Ministério (1) Miriam Leitão (1) México (1) Nature (1) Nelson Rodrigues (1) Oposição (1) PARANÁ (1) Pesca (1) Reeleição (1) Ricardo (1) Risco Brasil (1) Ronald Coase (1) SAE (1) Santa Maria (1) Schumpeter (1) Seguro Desemprego (1) Selic (1) Simonsen (1) Stanley Fischer (1) The Machinery of Freedom (1) Toqueville (1) Veja (1) Von Mises (1) Walter Williams (1) Watsapp (1) alienação (1) analfabetismo (1) apocalipse (1) assistencialismo (1) autoengano (1) bailout (1) bolsa família (1) causalidade (1) censura (1) cinema (1) comunismo (1) conformismo (1) consumismo (1) contas públicas (1) controle (1) correlação (1) costumes (1) cotas raciais (1) crime (1) crise (1) critérios de medição (1) crédito (1) cultura (1) custo brasil (1) desemprego (1) desperdício (1) dever moral (1) discriminação (1) discriminação pelo preço (1) discurso (1) débito (1) econometria (1) educação pública (1) eonomia (1) espirito animal (1) felicidade (1) filantropia (1) fiscal (1) fisiologismo (1) funcionário público (1) ganância (1) governo; Iron law (1) greve (1) gráficos (1) guerra dos portos (1) icc (1) idiota (1) ignorância (1) igualdade (1) imobilidade (1) imprensa livre (1) incentivos (1) indivíduo (1) ineficiência (1) inovação (1) instituição (1) intuição. (1) livre comércio (1) livre mercado (1) macroeconomia (1) matemática (1) miséria (1) moeda (1) monopólio (1) monopólio estatal (1) mão-de-obra (1) negócios (1) neurociência (1) nobel (1) obras públicas (1) orçamento (1) padrão ouro (1) planos de saúde (1) poder (1) poder de compra (1) político (1) povo (1) preços (1) prisão (1) professor (1) recompensa do fracasso (1) renda (1) representação (1) retórica (1) saúde (1) segurança (1) shared spaces (1) shopping centers (1) sociedade (1) sociologia (1) subsídio (1) totalitarismo (1) trabalho escravo (1) tragédia (1) transporte público (1) troca (1) trânsito (1) urna eletrônica (1) utilidade (1) utopia (1) viéses (1) voto (1) vídeos (1) xisto (1) óbvio (1)

Postagens populares